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CULPADOS REDIMIDOS

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Romanos 5.12 (ARA)

 

 

 

 

 

 

Como eu e você podemos ser considerados culpados por algo que Adão fez há milhares de anos? Não parece muito justo, não é? No entanto, cada vez que pecamos confirmamos nossa solidariedade com Adão, afinal somos carne como ele, rebeldes como ele, condenados como ele pelos pecados cometidos, e assim a morte passou a reinar sobre todos nós como consequência do pecado. Mas Jesus surgiu, dedicando a Deus perfeitas justiça, obediência e bondade, e da mesma forma como o pecado de Adão foi a causa da morte, a impecabilidade perfeita de Jesus venceu a morte, dando-nos a vida eterna!

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SUAS PODEROSAS MÃOS

“… SENHOR, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, SENHOR, nosso Deus, porque em ti confiamos…”. 2 Crônicas 14.11 (ARA)

 

 

 

 

 

 

Deus concedeu a nós, que somos Seus, um extraordinário privilégio: contarmos com Ele – o invencível Deus Todo-Poderoso – ao nosso lado em todas as batalhas da vida. Se hoje estivermos enfrentando lutas em que nos sentimos incapazes de vencer poderosos inimigos, não nos rendamos, porque o segredo da vitória é em primeiro lugar reconhecer que nossos esforços humanos são inúteis sem a ajuda de Deus, e a seguir crer firmemente que Ele nos salvará. Lembremos que o Seu poder sempre atua melhor quando reconhecemos a nossa fragilidade, e nos entregamos inteiramente em Suas poderosas mãos!

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AMAR OS INIMIGOS

Vivemos em um mundo em que cada vez mais se observa a prevalência do ódio nos relacionamentos entre nações, entre raças, entre ricos e pobres, entre pessoas de uma mesma família, entre cônjuges, entre amigos, entre vizinhos, entre conhecidos e desconhecidos. Já no século passado, a famosa filósofa alemã Hannah Arendt, filósofa alemã de origem judaica, dizia: “Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores a esperança.” É uma condição irremediável, cuja piora constante é irreversível, ou há esperança para uma vida na terra como Deus programou quando a criou, plena de amor, de paz e harmonia?

 

Lembramos então da ordenança de Jesus que está na passagem do Evangelho de Lucas 6.27-38 sobre o amor – a arma secreta de Deus – que devemos cultivar até pelos nossos piores inimigos, uma das armas mais poderosas para evangelizar o mundo. E nenhum outro mandamento de Jesus tem provocado tantas discussões e debates quanto esse em que Ele afirma: “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”.

 

É impossível amar os nossos inimigos como amamos os nossos entes queridos, contudo, não importa o que alguém nos faça, mesmo que nos maltrate, insulte ou injurie, devemos procurar o seu bem, e jamais o seu mal. O amor pelos nossos é algo que não podemos apagar, mas o amor por nossos inimigos não deve brotar somente do nosso coração, e sim da nossa vontade, que só pode ser mobilizada pela graça de Cristo.

 

A ética cristã é eminentemente positiva, pois não se baseia apenas em não fazer coisas, mas, sim, fundamentalmente em fazê-las, por isso Jesus nos ordenou a fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem a nós mesmos:  amar aos que nos odeiam, fazer o bem aos que nos causam o mal, abençoar os que nos amaldiçoam e rogar a Deus pelos que falam mal de nós; se agredidos em uma face, devemos oferecer também a outra; a quem nos tomar o casaco entregar também a camisa, dando sempre a outrem o que nos for pedido, e quando nos for subtraída alguma coisa, não protestemos.

 

Fazer aos outros aquilo que desejaríamos que fosse feito a nós deve ser a premissa basilar da nossa vida, pois, se amamos só os que nos amam, que mérito há nisso? Afinal, até os piores criminosos amam os que os amam. E se emprestamos esperando receber de volta, o que estaremos fazendo de digno? Ímpios também emprestam para ímpios, esperando receber devolução. Ajamos, portanto, na contramão da mundanidade, amando nossos inimigos, fazendo sempre o bem a eles, e então o Senhor nos recompensará e seremos Seus filhos. Porque Ele é bom até com os ingratos e maus, tenhamos misericórdia dos outros, assim como Ele tem de nós. Não julguemos e condenemos para não sermos também julgados e condenados, perdoemos e Ele nos perdoará. Demos aos outros o que precisam e Ele nos dará o que carecemos, com uma generosidade tão grande que não conseguiremos conter tantas bênçãos em nossas mãos, pois a mesma medida que usarmos para medir os outros Ele também usará para medir a nós.

 

E qual a razão para termos na vida uma conduta cristã? É para nos fazermos mais parecidos com Deus, embora a uma distância abissal, intransponível dEle, mas é dessa forma que Ele age, enviando chuva sobre justos e injustos, Seu amor envolve tanto o pecador quanto o justo, tanto aquele que O ama e obedece quanto o que desdenha dEle, e esse é o sublime amor que precisamos imitar.

 

Por isso Ele nos ensina em Mateus 5.43-48, no Sermão do Monte: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.

 

Porém, Ele nunca ordenou que amássemos os nossos inimigos da mesma forma que amamos nossos seres amados, o que seria não só impossível como incorreto, pois tratam-se de formas diferentes de amor. Aqueles que nos são muito próximos em razão de parentesco ou de outro tipo de relação próxima, constituindo-se no grupo dos nossos amados, não poderíamos deixar de amar, é uma experiência que nos sobrevém sem que a busquemos ou produzamos, constituindo-se no plano de nossos afetos mais profundos. No caso dos nossos inimigos, o amor a eles não é apenas algo que brota do coração, e sim da vontade, constituindo-se em uma decisão pessoal que supera sentimentos naturais de rejeição, e muitas vezes até de ódio. É o amor ágape que possibilita amar a quem não gosta de nós e de quem também não gostamos, o que só Jesus pode promover em nós ao capacitar-nos a superar a nossa tendência natural para a ira e o ressentimento, fazendo prevalecer inquebrantáveis amor e misericórdia para com todos.

 

Mas, assim como um pai ama verdadeiramente seu filho não permitindo que faça tudo o que quer, e sim aquilo que deve fazer porque é correto e bom, embora tenhamos boa vontade para com determinada pessoa, não significa que concordemos com tudo o que faz. É nosso dever agir para que seja uma pessoa melhor, sempre visando a sua cura e muitas vezes protegendo-a de si própria, para isso tomando todas as medidas cabíveis que se façam necessárias, sempre amando-a com amor ágape, e antes de mais nada entregando tudo nas mãos do Senhor e rogando por Sua orientação em nossa conduta.

 

E não devemos esquecer que apenas o verdadeiro cristão pode obedecer a este mandamento, pois só pela graça de Jesus alguém pode ser transformado, abrindo-se então para experimentar “… qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, como Paulo diz em Romanos 12.2, uma vez que somente quando Cristo vive em nosso coração desaparece todo ressentimento e floresce todo o amor.

 

E, o mais importante de tudo: ninguém consegue orar por outro ser humano e ao mesmo tempo odiá-lo, porque quando nos apresentamos perante o Senhor junto de alguém por quem nos sentimos tentados a ter uma aversão intensa, algo acontece em nosso coração e somos impedidos de manifestar ódio por ele. Por isso a forma mais segura de eliminar qualquer ressentimento ou rancor é orar pela pessoa, por mais odiosa que seja, porque Jesus nos ordenou que tenhamos amor cristão, essa benevolência indescritível, essa invencível boa vontade por quem nos faz mal. E por que isso? A razão é incrivelmente simples: por que um amor assim faz com que o homem aja como Deus, manifestando um amor de suprema misericórdia que faz com que o sol se levante sobre bons e maus e Ele envie a chuva sobre justos e injustos.

 

Amado Pai Nosso, apesar de vivermos em um mundo em que o amor ágape, o amor de benevolência invencível, de infinita boa vontade, encontra-se tão escasso, capacita-nos a viver neste mundo como Tu planejaste e desejas que o façamos. Que aprendamos a não nos importar com o que as pessoas possam cometer ou nos fazer, que não nos queixemos pela maneira como somos tratados, se somos injuriados e ofendidos, e nunca permitamos que nos invada o coração outro sentimento que não seja a melhor e mais elevada boa vontade que sempre nos motive a agir com uma manifestação de afeto que busca, em toda e qualquer situação, o bem do outro. É assim que oramos no nome santo, precioso e único de Jesus, Aquele que deseja que aprendamos a agir como Ele em tudo. Amém.

 

 

 

 

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