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ALEGRIA, ORAÇÃO E PAZ

Muitas pessoas, perplexas, confusas e preocupadas com a situação do país e do mundo nos dias que correm, sentem-se temerosas, desesperançadas, inseguras, sem saber o que esperar do dia de amanhã, e a dura percepção das densas trevas em que nos encontramos imersos contribui fortemente para haja menos esperança, menos alegria e menos paz nos corações. Porém nós, cristãos, temos outro tipo de discernimento do mundo e da vida que só a fé em Cristo proporciona, por isso enfrentamos as circunstâncias com coragem e confiança, tendo o respaldo seguro que nos infunde a Palavra de Deus em muitos momentos, como no Salmo 29.11, quando Davi assevera que “O Senhor dá força ao seu povo, o Senhor abençoa com paz ao seu povo”.

 

E é porque sabia que o Senhor guarda os Seus “… como a menina dos olhos…”, nas palavras de Davi no Salmo 17.8, que Paulo, em Filipenses 4.4-7, exortou seus discípulos da cidade de Filipos com esse sublime encorajamento que vale para nós também: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.

 

Essa passagem nos alerta para a necessidade de alguns princípios cristãos fundamentais que é preciso ter permanentemente presentes em nossas atitudes. Entre eles que na vida devemos nos alegrar por tudo o que nos acontece, porque “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”, como Paulo nos ensina em Romanos 8.28.

 

Além disso, uma de nossas características como cristãos em nossas relações pessoais com o próximo é sabermos quando devemos insistir na aplicação da justiça e quando não, lembrados de que sempre há algo que está mais além da justiça, e que, como o apóstolo João em sua segunda carta, 1.2-3 ensina: “… por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre, a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor”.

 

Uma conhecida e bela frase diz que “não há nada muito grande para o poder de Deus, nem muito pequeno para seu cuidado paternal”, ilustrando o estímulo que Paulo em 1 Timóteo 2.1 nos dá para tudo levarmos a Deus através de orações, súplicas, petições e intercessões. E ao mesmo tempo em que damos graças a Ele, recordando que o Senhor sempre age movido por Seu amor, por Sua sabedoria e por Seu poder infindos: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens…”.

 

E tudo isso nos deve conscientizar que nossa vida encontra-se sustentada do alto entre as bênçãos do passado e as do presente, e que se orarmos com perfeita fé e confiança no amor, na sabedoria e no poder de Deus, a Sua paz, que vai muito além de toda a nossa compreensão, permanecerá em nossos corações, como uma sentinela que nos guarda de todo mal, mas para isso é preciso que sejamos “… fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”, como Paulo exorta em Efésios 3.16.

 

A alegria verdadeira é um mandamento de Deus cuja prática Paulo estimula enfaticamente, e é possível de ser obedecido mesmo em meio a conflitos, adversidades e privações, porque não depende de circunstâncias que a favoreçam, como vitórias, prazeres, comidas, bebidas, honrarias, ou quaisquer condições mundanas, – mas sim, exclusivamente de estarmos em Cristo Jesus.

 

Como Neemias 8.10 ensina, “… a alegria do Senhor é a vossa força”, não a alegria carnal e sensual, mas a alegria santa e espiritual da bondade de Deus, vivida sob a direção e governo da Sua graça, que surge do nosso interesse no amor, no favor de Deus e nos sinais desse favor. Por isso, quanto mais alegres estivermos no serviço a Deus, tanto mais esse serviço alegrará ao Senhor, gerará benefícios àqueles que forem objeto dele, e nos dará a paz, que é irmã da alegria: uma não existe plenamente sem a outra.

 

A bênção da alegria suprema surge quando Cristo habita em nós, e devemos nos regozijar porque em Sua segunda vinda desfrutaremos dEle em toda a plenitude, pois que vem para cumprir o Seu soberano propósito expresso nas maravilhosas promessas que nos faz, como por meio de Paulo em 1 Tessalonicenses 4.16-18: “… o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”.

 

Jesus espera que, como Seus seguidores, expressemos a todos os que nos cercam, em toda a circunstância e lugar, um espírito magnânimo que, a despeito de todas as inconveniências, riscos e perigos, manifesta-se por meio de um agir e pensar desinteressado, generoso e longânime que visa exclusivamente servir, e não a ser servido. Dessa forma, jamais insistamos em defender supostos direitos pessoais, hierárquicos ou de classe, porque só com uma atitude amável, humilde e despojada, poderemos apreender o segredo da autêntica alegria, lembrando que, para aqueles que estão em Cristo, Ele é a companhia constante e a fonte inesgotável de todo o regozijo, apesar de que possamos estar paradoxalmente “… entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo”, como Paulo pontua em 2 Coríntios 6.10.

 

Se estamos em Cristo, seria uma gigantesca e inaceitável incoerência andarmos ansiosos por qualquer coisa, pois isto revelaria falta de confiança nEle, claramente incompatível com a alegria de sermos Seus, e de podermos a qualquer momento ter acesso ao Pai, e a Ele peticionarmos através das nossas orações, intercessões e súplicas, nunca deixando de manifestar nossa gratidão por tudo o que Ele faz. Pois a oração é um antídoto poderoso contra a ansiedade, por isso o apóstolo em 1 Pedro 5.7 exorta aos crentes que confiem no Senhor, “… lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.

 

Assim procedendo, receberemos resposta imediata às nossas orações, quando toda a ansiedade nos abandonará, e a paz inexcedível de Cristo, que transcende nossa humana compreensão, inundará nossos corações e mentes, fazendo ecoar em nossas almas a belíssima prece de Paulo em Efésios 3.18-19, quando intercede por seus discípulos rogando que “… habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”.

 

Sabemos quão fácil é nos deixarmos desalentar quando passamos por difíceis provações, mas o exemplo de Paulo, que se encontrava preso em uma terrível prisão romana ao escrever estas palavras de encorajamento tão admiráveis, é um paradigma que devemos buscar incorporar à nossa vida, pois mostra que nossa atitude interior não precisa necessariamente refletir as circunstâncias exteriores que eventualmente nos cerquem. O que o mantinha alegre era saber que – não importava o contexto em que estava inserido naquele momento – Jesus Cristo encontrava-se ao seu lado, e em Sua Segunda Vinda, todos que somos Seus desfrutaremos dEle em toda a Sua plenitude, quando então se cumprirão todas as Suas maravilhosas promessas.

 

O mundo define paz como um estado ou clima de tranquilidade que implica na ausência de perturbações, de conflitos ou de agitações. No plano pessoal, considera-se paz um estado de espírito equilibrado, sereno, isento de ira e de todo e qualquer sentimento negativo, o que é largamente almejado por quase todos as pessoas. Mas seria esta a verdadeira paz? Jesus Cristo, o Príncipe da Paz proclamado por Isaías 9.6, em João 14.27 nos abençoa com a Sua paz transcendente, incomparável, imutável e eterna, que nos concede graciosa e misericordiosamente, anunciando-a assim: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

 

O Messias traz a paz em seu sentido mais amplo e completo, e nós podemos conhecê-la e um dia o mundo todo a experimentará, porque como Rei, Ele cria a paz em Seu Reino, ordena-a e preserva-a. Ele é a nossa paz, o doador de todo bem, de toda a paz profunda e duradoura que é a bênção maior derramada hoje e sempre sobre todos os Seus súditos.

 

Com a Sua paz, desaparece todo o temor pelo presente e pelo futuro, e desde que a aceitemos e permitamos que o Espírito Santo nos plenifique com ela, – e embora o pecado, a insegurança, o medo e a dúvida provindos das forças malignas nos assediem permanentemente, – como Paulo louva em Romanos 8.31, qualquer incerteza que possamos ter é plenamente dissipada, sob essa maravilhosa certeza: Se Deus é por nós, quem será contra nós?”.

 

Senhor Amado e Bendito, permita que em todos os dias de nossa vida a Tua paz, que principia com a Tua graça e procede da certeza dos nossos pecados perdoados, da vida eterna ao Teu lado e da reconciliação conTigo, nos confiram a alegria sublime da convicção de que não há bem terreno que a possa pagar, e que ela não se extinga jamais, porque a sua dimensão ilimitada, provinda do Teu amor incondicional, é dada por Ti, ó Pai Eterno. É em nome do nosso Senhor Jesus Cristo que gratos assim oramos. Amém.

 

 

 

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