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A ORAÇÃO DO SENHOR

Os discípulos de Jesus tinham crescido numa cultura que dava grande importância à oração e por isso deveriam estar familiarizados com as muitas orações registradas no Velho Testamento, talvez até tivessem memorizado algumas delas. Sem dúvida, tinham ouvido os pais devotos orar, e podemos ter certeza de que nas sinagogas ou nas esquinas das ruas tinham visto os fariseus orando. Entretanto, quando ouviram Jesus orar puderam então reconhecer uma nova e maravilhosa dimensão da comunicação com Deus.

 

Em Lucas 11.2-4 encontramos uma versão da Oração do Pai Nosso mais compacta que a de Mateus 6.9-13, mas que nos ensina tudo o que necessitamos saber a respeito de como e por que orar, e iniciada com um pedido de um discípulo no verso 1: “De uma feita estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos”. Alguns fatos muito importantes são percebidos neste pedido do discípulo:

 

Em primeiro lugar, os discípulos viam em Jesus o extraordinário valor da oração. Eles percebiam como Ele orava frequentemente, não porque tinha chegado certa “hora de oração”, mas porque Ele sabia e sentia que precisava continuar ligado ao Pai, pois o envolvimento do mundo no Seu ministério, o agir do inimigo procurando de todas as formas impedir Seu agir eram obstáculos à missão que o Pai lhe havia confiado.

 

Segundo, eles reconheciam o valor da instrução do Mestre. Poderia se supor que qualquer um que crê em Deus deveria ser capaz de falar com Ele, espontânea e naturalmente. Contudo, podemos observar que alguns têm mais facilidade de orar do que outros, e que o ensinamento é útil nesta questão fundamental.

 

Finalmente, Jesus era o melhor mestre que poderiam ter. E não era de se admirar! Ele conhecia o Pai melhor do que qualquer outro, e como Paulo escreveu em Filipenses 2.6-7, tendo existido “em forma de Deus” e tendo Se esvaziado, “assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens”, Ele entendia mais plenamente do que qualquer outro a fraqueza da humanidade e a necessidade da assistência divina. E, melhor do que qualquer mero humano, Ele compreendia a sabedoria de Deus para saber o que é melhor para o homem, o poder de Deus para dá-lo, e o amor de Deus que está disposto a ouvir os apelos de Seus filhos. Ele sabia o que tinha acontecido no céu, em resposta às orações de homens como Moisés e Daniel. Quem melhor poderia ensinar os discípulos a orar? Quem pode ensinar-nos melhor?

 

Jesus nos ensina o que a oração é. Muitos pensam que ela seja uma simples lista de coisas que queremos que Deus nos dê ou de serviços que queremos que Ele nos preste. Alguns vão um pouquinho mais longe incluindo agradecimentos, como Paulo ensina em Filipenses 4.6, referindo-se às “… súplicas com ações de graças” apropriadas à oração, mas que somente elas não são suficientes para uma oração completa. Quando Jesus passou noites inteiras em oração, não foi porque tinha uma lista de coisas tão grande pelas quais pedir ou dar graças, mas foi porque estava falando com Seu Pai e amigo mais íntimo. É isto que a oração é: conversar com Deus, falando dos nossos pensamentos a Ele como faríamos a um amigo muito amado.

 

Mas, se nós sempre temos motivos para orar, por que Jesus orava? Jesus é Divino, o Todo-Poderoso, o Eu Sou, Jeová. Que necessidades Suas poderiam ser satisfeitas com oração? Em Hebreus 5.7-8, o autor relata que “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”. Assim, mesmo sendo o Filho de Deus, tendo pedido em Mateus 26.39, “… Meu Pai, Se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres”, recebeu uma negativa de Deus, pois do contrário o plano do Pai para a humanidade não se cumpriria.

 

Tendo vindo para fazer a vontade do Pai, Ele era guiado pelo Espírito, e como registra Lucas 4.1, “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto”, e operava milagres pelo poder do Espírito, como está em Atos 10.38 dizendo que “… Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele…”. E o que acontecia não era pela sua própria vontade, descreve Marcos 5.30: “Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes?”. Ele então orava porque confiava na providência do Pai, pois sabia da necessidade de ter o amparo divino, especialmente em certas circunstâncias, e era grato.

 

Ele agradecia também a Deus pelo alimento, e nas palavras de Mateus 15.36, “… tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos discípulos, e estes, ao povo”, mas era também sempre agradecido pela Sua divina associação com o Pai, demonstrando, para que aqueles que estavam na ressurreição de Lázaro, que realmente tinha sido enviado por Deus, ao pronunciar estas palavras em João 11.41-42: “… Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste.”

 

Jesus dava graças pelo propósito partilhado com o Pai no que diz respeito à verdade, escondida dos orgulhosos que apreciam suas próprias respostas, mas revelada aos humildes que a buscam, relata Mateus 11.25: “Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.”

 

Jesus orava antes de iniciar a obra de Deus, e esta é uma fundamental lição para nós. Ele passou toda a noite orando antes de nomear os doze discípulos, como lemos em Lucas 6.12: “Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.” Quando vamos iniciar uma obra, seja de que tipo for, mas principalmente se for obra para Deus, devemos orar, ao invés de nos concentrarmos nos preparativos, que muitas vezes nos fazem esquecer de buscar a direção do Senhor. Achar que nós podemos, por nossas próprias capacidades prescindir da orientação divina é um enorme e fatal erro, uma demonstração de egoísmo, presunção e confiança pessoal desmedida que só traz resultados nefastos.

 

O cansaço após ministrar também encontrava Jesus em oração. Depois de curar os doentes, de alimentá-los e de mandar embora seus discípulos, mesmo por certo estafado, Ele subiu a um monte para orar, relata Mateus 14.23: “E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só.”

 

Petição e intercessão estão interligadas na grandiosa Oração Sacerdotal que Jesus proferiu precedendo o Getsêmani e que está em João 17, onde Ele ora por Sua própria glorificação (vv. 2, 5), pela proteção dos crentes (v. 11), pela santificação dos crentes (v. 7), pela unidade dos crentes (vv. 21-23) e pela glorificação definitiva dos crentes (v. 24). Jesus ansiava por uma maior comunhão com o Pai, que tinha sido de certa forma rompida pela Sua encarnação, mas a comunhão se faz e consolida por meio da oração, e através dela é buscada e adequadamente efetivada.

 

Outra marca dessa oração era a preocupação com os outros, mais tarde exprimida na curta, porém notável oração proferida por Jesus depois que satanás tentou a queda de Pedro em Marcos 8.33, quando o Senhor orou para que a fé de Pedro não falhasse, passagem que Lucas 22.31-32 assim registra:  “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos”. Um auxílio óbvio a Pedro foi o conhecimento de que Jesus oraria pelo fortalecimento de sua fé, um exemplo de que dar a conhecer nossas orações por aqueles por quem oramos é um auxílio adicional a favor de quem intercedemos.

 

Como um modelo para as nossas orações, a Oração do Senhor que Jesus ensinou a Seus discípulos, está assim registrada em Mateus 6.9-13: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”. A mesma oração, porém de forma mais compacta, encontra-se em Lucas 11.2-4: “Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação”.

 

Alguns fantasiosamente tratam a que ficou assim conhecida como a Oração do Pai Nosso quase como uma fórmula mágica, como se as palavras por si só já tivessem algum poder específico ou influência sobre Deus.

 

Mas a Bíblia nos ensina o contrário: Deus está muito mais interessado em nossos corações quando oramos do que em nossas palavras. Jesus deixa isso claro em Mateus 6.6-7 dizendo: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.” Paulo em Filipenses 4.6-7 nos ensina que na oração devemos derramar nossos corações a Deus, e não simplesmente recitar palavras decoradas: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.

 

A Oração do Pai Nosso deve ser entendida como um exemplo, um modelo, um padrão de como orar, e nunca como uma fórmula, um ritual, um mantra a ser repetido mecanicamente. Ela nos ensina a orar, mostrando-nos os “ingredientes” que devem fazer parte da oração, acentuando os temas que devemos considerar em nossa comunicação com Deus:

“Pai nosso, que estás nos céus” nos ensina que devemos dirigir nossas orações ao Pai, pois somos Seus filhos;

“Santificado seja o Teu nome” nos diz para adorarmos a Deus e a louvá-lo por quem Ele é;

“venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” é um lembrete de que devemos orar pelo plano de Deus para as nossas vidas e pelo mundo, não pelo nosso próprio plano, é preciso orar para que seja feita a vontade de Deus, não por nossos desejos pessoais;

“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” nos encoraja a pedirmos a Deus pelas coisas que precisamos, depositando total confiança na provisão divina e reconhecendo que Deus sempre supre as nossas necessidades pessoais;

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” nos exorta, tanto a que confessemos nossos pecados a Deus e nos desviemos deles, quanto a que perdoemos os outros, assim como Deus já nos perdoou;

“E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” é uma petição por socorro para alcançarmos a vitória sobre o pecado e ao mesmo tempo um pedido por proteção contra os ataques de satanás.

O que mais precisamos para nos sentirmos motivados a orar mais? O apóstolo Paulo nos dá um incentivo adicional em Efésios 3.20-21: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!”.

 

Senhor nosso que estais nos altos céus, Amado Pai, capacita-nos hoje e a cada dia de nossas vidas a orarmos a Ti com nossos corações compungidos, com todo o nosso ser derramado aos Teus pés em humilde súplica rogando que Teu amor, Tua graça, Tua misericórdia e Tua infinita bondade sejam propícios a nós pecadores contumazes, e Tu nos protejas, guardes, dirijas e ilumines em nossa trajetória neste mundo imerso nas trevas do mal. Senhor, nós precisamos desesperadamente de Ti, por favor nunca nos abandones à nossa sorte, por isso rogamos que cuides de nós como da menina dos Teus olhos. Assim oramos humildemente, no nome precioso e incomparável do Senhor Jesus que está cima de todo nome nos céus e na terra. Amém.

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VERDADE LIBERTADORA

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João 1.14 (ARA)

 

 

 

 

Observemos hoje que este versículo encerra uma assertiva fulcral do Novo Testamento. Movido pelo amor inexplicável do Pai, o Filho, o Verbo de Deus, o agente e a causa da Criação, que guia, controla e ordena todo o universo, das imensas galáxias até os seres microscópicos, passando por nossa mente e coração, converteu-se em um pessoa como nós, e nos revelou a Sua glória! Além de ser completamente Deus, Jesus Cristo era também e concomitantemente, completamente homem, vindo viver entre nós a vida que nós temos que viver, porém perfeita, plena de amor, de graça e de verdade libertadora!

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EXALTAÇÃO E HUMILHAÇÃO

“Porque o Dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que seja abatido…”. Isaías 2.12 (ARA)

 

 

 

 

 

 

O Dia do Senhor é o dia do julgamento, quando Ele proferirá juízo para justos e injustos, bons e maus, humildes e orgulhosos. Todos devem estar conscientes hoje que da atitude pessoal com relação a Deus dependerá o seu futuro eterno: aos altivos Ele reserva humilhação e desespero, seus espíritos serão quebrantados, e se envergonharão daquilo de que tanto se ufanavam; mas, aqueles que estiverem com Ele de todo o coração, amando-O e obedecendo-Lhe humildes, Ele exaltará, porque Jesus disse em Lucas 14.11: “… todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado”.

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