Por Joel Pugsley
A vinda de Jesus ao mundo, pelo nascimento, iniciou-se pela predição do anjo Gabriel “enviado da parte de Deus” à virgem Maria, que espantada, indaga-lhe como seria isto e recebe do anjo a resposta: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra: Por isso também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1. 34-35).
Na páscoa cristã o destaque está na ressurreição de Cristo, embora todo o drama do Calvário desde a prisão ao julgamento e à morte do Redentor seja carregado de lances dramáticos, emoções profundas, dor, separação e sofrimento sem medida.
Mais chamativos ainda são os fenômenos decorrentes da sua morte na cruz. Vejamos como descreve Mateus no capítulo 27, em resumo, a partir do vs. 50: “Jesus clamando em alta voz entregou o espírito” e na sequência: “o véu do santuário se rasgou […]; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos” […].
Houve ainda terremoto e diante desses fenômenos até o centurião e guardas reconheceram Jesus como Filho de Deus.
Fatos tão espantosos escapam à nossa lógica e compreensão. Pense-se: O véu do templo rasgar-se de alto a baixo, a terra tremer, as rochas fenderem-se por força do terremoto!
Talvez mais espantoso e maravilhoso ainda é o fato de os túmulos abrirem-se e as pessoas sepultadas saírem podendo ser vistas.
E o que dizer de Jesus ressurgido? Mateus noticia que Jesus foi posto em um sepulcro e guardado com a devida segurança por ordem dos principais sacerdotes e dos fariseus com grande pedra na porta do sepulcro (Mt 27.60-64).
Novamente aqui aparece o terremoto e um anjo removendo a pedra (Mt 28.2).
Marcos descreve sobre as aparições de Jesus, primeiro a Maria Madalena, depois a dois discípulos no caminho e aos onze à mesa terminando com sua ascensão à destra de Deus (cap. 16).
Lucas informa em detalhes como Jesus se apresentou a dois discípulos no caminho de Emaus andando e conversando com eles; Também contou que ao aparecer aos onze mostrou-lhes as mãos e os pés para demonstrar não ser apenas um espírito sem corpo (cap. 24).
João repete a aparição a Maria Madalena e aos discípulos, acrescentando um detalhe importante (cap. 20.19): “Ao cair da tarde daquele dia , o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam com medo dos judeus, veio Jesus pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco”. O detalhe: […] “trancadas as portas […]” e mesmo assim Jesus se apresentou no meio deles.
Da mesma forma, repete-se em reunião dos discípulos oito dias após com portas trancadas no episódio de Tomé quando o ressuscitado aparece no meio e mostra ao incrédulo os sinais nas suas mãos (vs. 26-27).
Diante desses principais acontecimentos relacionados, a começar do anúncio de como seria gerado o Filho de Deus no ventre da virgem Maria por intervenção direta do Espírito Santo e no tocante à morte e na ressurreição com um corpo visível, que poderia ser tocado, dotado de voz podendo comunicar-se e tendo a possibilidade de penetrar em um ambiente de “portas trancadas” , isto foge ao nosso entendimento limitado de seres humanos. Alguém declarou: “Páscoa ou é história inventada ou milagre que rompe as leis físicas e científicas”. Naturalmente páscoa no sentido cristão.
Daí o título desta breve reflexão: O sobrenatural, poder ou milagre divino invadindo o natural e levando-nos a crer mesmo sem entender ou crer sem ver. Jesus disse a Tomé: “Bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29). Sejamos crentes.