setembro 2021

CAMINHOS ASCENDENTES

“Mas a misericórdia de Deus é muito grande, e o seu amor por nós é tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos.” Efésios 2.4-5 (NTLH)

 

 

Um dia estivemos mortos em nossos pecados e transgressões, mas Deus, por Sua graça, amor e misericórdia, nos deu vida em Cristo Jesus, retirando a culpa pela perda da inocência e aproximando-nos do Deus Trino. Hoje Jesus nos diz que não importa o que tenhamos feito, o que tenhamos sido, as portas estão abertas para que nos acheguemos ao Pai, que nos quer tal qual como somos, mas que nos ama demais para nos deixar como estamos. Por isso Jesus reaviva em nossos corações os ideais e a vontade que pareciam perdidos e nos guia por novos caminhos ascendentes que nos conduzem a Ele!

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PERMANÊNCIA

Estarmos ligados umbilicalmente a Cristo é a nossa única esperança nessa vida e na próxima, porque só nEle encontramos salvação, só nEle há paz, só através dEle podemos almejar viver uma vida segundo o propósito eterno, uma vida verdadeiramente abundante, dedicada à glória de Deus.

 

Somente em Cristo, vivendo para Ele, servindo-O, conhecendo-O mais a cada dia, poderemos almejar receber todas as bênçãos que Ele tem para nos galardoar e que estão reservadas desde a eternidade aos Seus. Portanto, permanecer nEle não é uma simples opção, uma escolha que o verdadeiro cristão pode fazer ou não, mas sim a única alternativa de vida que existe para que Ele permaneça em nós.

 

Por esse motivo Jesus proclamou em João 15.1-10: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”.

 

No Antigo Testamento a nação de Israel foi qualificada por Deus como uma videira por Ele plantada, mas que acabou se tornando infiel e infrutífera, e agora, no Novo Testamento, Jesus apresentou a Si próprio como a videira verdadeira, o verdadeiro Israel sobre quem repousam os propósitos do Pai que é o agricultor. E nós, Seus seguidores, seremos o autêntico povo de Deus se nos entregarmos a Ele e nEle permanecermos, pois só assim produziremos os frutos que Ele espera que produzamos para o Reino.

 

No entanto, enquanto alguns ramos são produtivos, outros são inúteis porque não produzem frutos, e aqui Jesus Se referia aos judeus que eram ramos da videira de Deus, mas que haviam se negado a ouvi-Lo e rejeitaram-nO, caracterizando-se como ramos podres; mas há também supostos cristãos cujo cristianismo consiste da profissão sem a prática, das palavras sem as ações, do título sem o conteúdo, e assim tornam-se ramos secos, infrutíferos; além disso, há cristãos que apostataram, e apesar de terem ouvido e aceito a mensagem num primeiro momento, acabaram caindo à beira do caminho, abandonando a fé e traindo Aquele a quem tinham prometido seguir, adorar e servir.

 

Desta forma, podemos ser ramos inúteis de três formas: negando-nos a ouvir a Jesus; aceitando ouvi-lO e servindo-O apenas com os lábios e não com o coração; ou aceitando-O como Mestre de nossa vida até o momento em que as provações próprias da vida, ou o nosso ego, impele-nos a fazer a nossa vontade e não a dEle, e assim O abandonamos.

 

É esse o triste fim dos ramos ou servos inúteis como aquele da parábola dos talentos que Jesus contou em Mateus 25.30, ordenando: “E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.

 

Assim como os ramos da videira não podem viver sozinhos e não apenas ter vida, mas uma vida frutífera desgarrados, afastados da videira, da mesma forma nós cristãos não conseguiremos ter vida cristã sem um relacionamento íntimo com Jesus. Aqueles que decidem seguir apartados, caminhando pela vida por sua própria conta, logo descobrem o engano cometido: secam e fenecem, tornando-se mortos-vivos espirituais, ao contrário daqueles que permanecem na videira ligados à fonte de todo o bem, da verdadeira vida e que, se necessário, submetem-se à poda, cientes de que esta é uma prática de manejo fundamental para garantir que produzam uma boa safra de preciosas uvas.

 

É preciso que estejamos preparados porque a poda que o Pai promove por amor muitas vezes dói, mas é imprescindível para que aprendamos aquilo que precisamos aprender, cresçamos na fé, sejamos mais humildes e assim glorifiquemos a Ele, tornando-nos aptos a produzir frutos de qualidade superior em abundância.

 

Mas como se faz na prática para permanecer nEle? Para isso é preciso que permaneçamos na Sua comunidade, junto ao Seu povo que O conhece, ama, adora e glorifica, porque, como afirmou N. T. Wright com sabedoria: “Não existe essa coisa de cristão solitário”. O Cristianismo sempre foi desde seus primórdios e sempre será uma religião comunitária, onde seus membros permanecem como adoradores e pessoas de oração e de ação junto ao mundo levando a Palavra da Verdade e a ajuda de que o mundo carece, como atesta Atos 2.44-47: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. (…) Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.

 

Jesus é o nosso exemplo máximo, cabal, de permanência: o tempo todo de sua missão aqui na terra manteve-se conectado com o Pai, e a afirmativa que faz em João 14.10, é taxativa: “Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras”. Por isso várias vezes retirava-se para um lugar isolado, solitário, para com Ele encontrar-se, mostrando-nos a forma que deseja que repliquemos de permanência nEle, e assim urge que tomemos a decisão de jamais permitirmo-nos passar um dia que seja sem nos voltarmos a Ele em oração buscando sentir a Sua maravilhosa presença.

 

Permanecer em Cristo tem o sentido de conservar um relacionamento pessoal, incessante e profundo com Ele, caracterizado por confiança, oração, obediência e regozijo, e se mantivermos esta relação constante, ele também permanecerá conosco, habitando plenamente em nós. É preciso também que compreendamos que sem Ele nada poderemos fazer nada de valor eterno, tornando-nos incapazes de produzir frutos verdadeiros espirituais.

 

Permanecer em Cristo significa também fazer parte do Seu corpo, da Sua Igreja, que Ele veio trazer, profetizando em Mateus 16.18 que “… sobre esta pedra edificarei a minha igreja…”, o que se daria ainda futuramente, pois a sua formação ainda aconteceria, como de fato ocorreu como é relatado em Atos 2. E Paulo em Colossenses 1.18, reafirma e complementa: “Ele é a cabeça do corpo, da igreja”.

 

Permanecer nEle significa, portanto, ficarmos com Ele onde quer que estejamos, no andar diário tendo consciência de estarmos em união íntima com Ele, em comunhão com os irmãos, em oração, estudando e obedecendo à Sua Palavra. É desta forma que estaremos conscientes da Sua permanência em nós, provendo tudo o que necessitamos para frutificar na Sua Obra bendita.

 

Permanecer em Cristo é também a forma poderosa de se ter uma vida de oração bem-sucedida, pois quanto mais estivermos junto a Ele, mais aprenderemos a pensar os Seus pensamentos, quanto mais O conhecermos por meio de Sua Palavra, mais compreenderemos a Sua vontade, e quanto mais a nossa vontade estiver submetida à Sua vontade, maior será a certeza de que nossas orações serão respondidas.

 

Por conseguinte, somos por natureza impotentes, áridos e estéreis como uma videira infrutífera que precisa ser enxertada na videira verdadeira plantada junto às águas, Cristo Jesus, para podermos dar abundantes frutos provenientes do novo poder extraído dEle e que não pode proceder de nós mesmos. Porque não podemos por nós mesmos fazer o bem, embora o desejemos ansiosamente: somente se estivermos nEle, seremos tratados e cuidados pelo Pai, que removerá os ramos infrutíferos para que sejam lançados ao fogo, nos purificando de todo o mal.

 

E em tudo isso o Pai é glorificado, pois estaremos revelando ao mundo a nossa semelhança a Cristo, e as pessoas concluirão que só um Deus Todo-Poderoso poderia transformar tão grandes pecadores em crentes tão piedosos. Frutificando de forma tão abundante nos tornamos Seus discípulos, poderosos instrumentos Seus, como Paulo exortou seus discípulos em Filipenses 2.15: “… para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo…”.

 

E o amor é o motor de todo o processo, permeando a tudo e a todos: o Pai amou ao Filho que, por sua vez, nos amou e espera que permaneçamos nesse amor, obedecendo aos Seus mandamentos, como Ele mesmo obedece aos mandamentos do Pai e assim permanece em Seu amor. Que maravilhosa certeza Jesus nos dá: o amor que Ele tem por nós é o mesmo amor que o Pai tem por Ele! É um amor tão grandioso, profundo e ilimitado que excede todo o entendimento humano, por isso jamais poderá ser totalmente compreendido por seres tão restritos e toscos como nós.

 

E tudo está ao nosso alcance, apesar de nossas tão grandes limitações: basta obedecermos aos Seus mandamentos, e o evangelista em 1 João 5.3 sobre esta questão profere palavras que nos tranquilizam, estimulam e alegram sobremaneira: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos”.

 

Não há outra maneira de ser feliz com Jesus, a não ser entregar-se a Ele, confiar e obedecer, e Seu divino exemplo fala mais alto que nossas eventuais objeções, medos e fraquezas, pois Ele mesmo guardou os mandamentos de Seu Pai, tudo fazendo em obediência à Vontade Suprema, assim permanecendo no deleite permanente daquela comunhão amorosa incomparável da qual nós mesmos poderemos desfrutar pela dependência dEle, a fim de que “… tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”.

 

A Palavra de Deus é pródiga em revelar o que significa receber a Cristo e permanecer nEle. Em 1 João 4.15, assevera que “Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus”; em João 1.12, mostra o que significa receber a Cristo como Senhor e Salvador: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome…”; em 1 João 3.24, refere-se à crucial importância de obedecer para permanecer em Cristo: “E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu”; em 1 João 2.24, augura que tudo o que temos ouvido sobre o Pai e sobre o Filho cale fundo em nós para que estejamos sempre nEles: “Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai”; e em João 15.12, o próprio Jesus mostra que o amor é o vínculo perfeito e sublime que nos liga tanto aos irmãos quanto a Ele, produzindo a permanência perfeita e inigualável que todo cristão verdadeiro almeja: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.

 

Senhor Bendito, nós desejamos permanecer em Ti por toda a nossa existência, para sempre como servos fiéis e úteis, como membros da Tua augusta família, como instrumentos Teus na consolidação do Teu Reino Eterno. Capacita-nos, ó Pai, a que em Cristo, por Cristo e para Cristo, estejamos sendo a cada dia, mais e mais conectados a Ele, recebendo a seiva divina, preciosa e inigualável que nos permite permanecer no Seu amor e sermos frutíferos onde quer que estejamos. É no Seu santo e precioso nome que oramos e agradecemos. Amém.

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PERSEVERANÇA, PACIÊNCIA E ALEGRIA

“… sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força da sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência com alegria, dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz.” Colossenses 1.11-12 (NVI)

 

 

Nessa epístola aos crentes de Colossos, Paulo faz uma prece para que lhes sejam concedidos três grandes dons que são também indispensáveis para nós nos dias atuais, para que vivamos “… de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no pleno conhecimento de Deus…”: perseverança, paciência e alegria. Oremos neste dia dando graças ao Senhor, rogando que nos mantenha firmes na rocha que é Cristo, dê-nos paciência em cada circunstância que enfrentarmos, e encha-nos o coração com uma alegria da qual nada nem ninguém pode nos despojar!

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