outubro 2022

PERDÃO LEGÍTIMO E IRREVOGÁVEL

“O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades”. Salmos 103.8-10 (NVI)

 

 

 

 

Por causa de nossa pecaminosidade inata, Deus por vezes precisa nos disciplinar, mas quando o faz, Seu julgamento é sempre temporário e limitado, e visa sobretudo corrigir-nos e ensinar-nos. Se Ele nos aplicasse a punição que efetivamente merecemos, por certo ela seria eterna, porém por Sua graça e misericórdia considera que a penalidade que merecíamos por nossos pecados já foi paga em nosso lugar, de forma definitiva, por Seu Filho Jesus Cristo na cruz do Calvário. Por isso, se hoje confiarmos no Salvador, Deus nos concede o perdão de que tanto carecemos, de forma legítima e irrevogável!

Share
0
1

FILHOS DA LUZ

Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.

Nesta passagem memorável da carta aos Efésios 4.17-24, Paulo faz um apelo eloquente aos membros da Igreja de Éfeso para que assumam uma conduta balizada por um novo padrão moral, condizente com a sua condição de cristãos. Pela autoridade que lhe tinha sido conferida pelo Senhor e por inspiração divina, exorta-os a que se dispam de todos os valores da sua vida anterior quando viviam apartados da fé, como quem se desveste de um traje imundo e passem agora a cobrir-se com as puras, excelsas e imaculadas virtudes de Jesus Cristo.

Porque o apóstolo enxergava o mundo afastado de Cristo como uma terra mergulhada em degradação, ignorância e maldade, com as pessoas afetadas por graves enfermidades de caráter dessa forma explicitadas:

“… na vaidade dos seus próprios pensamentos…”, vivendo vidas vazias, sem qualquer propósito ou objetivo elevado, jamais produzindo o bem, e apesar da atividade incessante, sem obter progresso real ao negligenciarem os verdadeiros e eternos valores da vida, porque eram egocentrados e vaidosos, com comportamentos voltados para si próprios, e assim insensíveis às necessidades alheias;

“… obscurecidos de entendimento…”, cegos, muitas vezes guias de cegos, vivendo em um mundo sombrio, incapazes de discernir as verdades espirituais, rejeitando o conhecimento do verdadeiro Deus e com isto expondo-se voluntariamente ao juízo eterno vindouro inexorável e terrível para aqueles que se colocam como Seus opositores;

“… alheios à vida de Deus…”, como todos o ímpios, afastados a uma imensa distância da verdade e da vida, imersos em profunda e persistente ignorância das coisas de Deus, profundamente duros de coração, repudiaram a luz do Senhor concebida por Ele desde a criação, optando por se voltarem à idolatria e às coisas das trevas;

“… tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução…”, eram despudorados, desavergonhados, sórdidos, total e conscientemente entregues à depravação, a formas desprezíveis de comportamento, e seu pecado mais comum era a imoralidade sexual. Descendo a níveis inimagináveis de degradação moral, nunca estavam satisfeitos, pois seu pecado reiterado produzia um apetite insaciável que nunca podia ser aplacado;

Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, acusa Paulo, chamando-lhes, no entanto, a atenção para o fato de que agora que conheciam a Cristo e passaram a amá-Lo, podiam aquilatar como Seus valores eram infinitamente mais elevados, pois nEle não havia pecado, Ele jamais transgredira, porque era a personificação cabal, última, irretocável e humanamente inalcançável de pureza!

“… se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus…”, enfatiza o apóstolo afirmando que aqueles que O conheceram e que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador, podem constatar que Ele simboliza a essência máxima da santidade e da pureza, e que quando temos um relacionamento pessoal com Jesus, toda verdade assume um caráter igualmente santo e puro.  E Jesus não apenas ensina a verdade; Ele é a verdade em forma humana, como declarou em João 14.6: “… Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

“… quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano…”, mostra Paulo que tudo o que cada um era antes de converter-se, agindo como escravo de sua natureza corrupta e corruptora, pronta a sucumbir a desejos ilusórios e condenáveis, se de início pareciam agradáveis, por fim revelaram-se horríveis e decepcionantes. Por isso, o crente precisa sempre ter em mente que seu velho homem foi crucificado e enterrado com Cristo, e que, portanto, trata-se de uma natureza morta e sepultada para sempre;

“… e vos renoveis no espírito do vosso entendimento…”, indica que a nossa conversão necessariamente deve trazer consigo a modificação completa, total, na maneira de pensarmos, transformando-nos de seres impuros a santos, a pessoas separadas por Deus para o serviço cristão, e então passamos a raciocinar segundo os princípios divinos e não mais de acordo como os vis desejos mundanos;

“… e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade, explicita no que nos transformamos pelo agir poderoso, irresistível de Jesus, então somos nova criação, as coisas velhas estão ultrapassadas e tudo se fez novo, como Paulo ensina em 2 Coríntios 5.17: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.

Há uma lamentável tendência natural humana de viver de forma autossuficiente, seguindo por caminhos próprios marcadamente carnais, distantes do que é verdadeiramente espiritual e, portanto, afastados de Deus. Impera no homem incrédulo um certo orgulho intelectual e um pensamento meramente racional que impedem a aceitação e a compreensão das verdades do Evangelho de Cristo, que costumam considerar uma loucura, um desvario, uma fraqueza, algo próprio de pessoas fanáticas que vivem fora da realidade.

Não conseguem perceber que o mundo a que estão habituados confortavelmente a viver “… jaz no maligno…”, como aponta 1 João 5.19 e que, portanto, encontram-se apartados de Cristo, por isso perdidos nesta vida e, principalmente, inabilitados para a vida eterna. E mesmo quando têm a oportunidade de acesso à verdade do Evangelho, agem como aquele homem retratado por Jesus na parábola do semeador em Mateus 13.22, “… que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.

Deve existir, portanto, uma diferença abissal entre o cristão e o incrédulo, demonstrada claramente pela maneira como cada um vive. Por este motivo Paulo em Efésios 5.8 exorta àqueles que se converteram e que agora são seguidores de Cristo, para que abandonem de vez a vida passada de pecado: Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz…”.

A vida cristã é uma ação continuada, longa, incessante, perseverante de busca por assemelhação a Cristo, numa sequência contínua e interminável de atitudes, pensamentos e decisões que respondem à conhecida questão: o que faria Cristo em meu lugar?  Porque, embora ao entregarmos nossa vida a Ele tenhamos recebido uma nova natureza, não adquirimos automaticamente todos os pensamentos e atitudes condizentes com a nossa nova condição, e isto deve ser buscado dia após dia com grande pertinácia e devotamento.

Por este motivo é necessário nos mantermos em estudo permanente do Evangelho, procurando conhecer cada vez mais a vontade de Deus, orando sem cessar, – como Paulo recomenda em 1 Tessalonicenses 5.17, – obedecendo em tudo ao Senhor, e adorando-O e louvando-O a cada dia, a cada momento, em toda e qualquer circunstância e lugar, pois só assim estaremos crescendo na fé, em santificação prática e assim andando como verdadeiros filhos da luz!

Pai Bendito, Tu és a nossa luz e a nossa salvação, por isso nada tememos, contudo rogamos-Te que Teu Santo Espírito continue nos guiando pelas veredas tortuosas da vida na terra, fortalecendo-nos a fé e jamais permitindo que nos desviemos dos Teus santos caminhos. Tu nos consideras em Tua Palavra (1 Ts 5.5), que somos “… filhos da luz…”, e esta é uma bênção inominável à qual desejamos fazer jus, mas para isto dependemos desesperadamente de Ti, do Teu amor, do Teu poder, da Tua graça e da Tua misericórdia. Assiste-nos, pois, Senhor, em nossa miserabilidade tão grande e aceita esta oração que fazemos em nome de Jesus, com nossos corações inundados de gratidão. Amém.

Share
0
0

BEM MAIS PRECIOSO

“De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro…”. 1 Timóteo 6.6 (NVI)

 

 

 

 

O cristianismo não prega a pobreza, pois não há virtude especial nas privações, nem a riqueza material, que nada vale na vida por vir, por isso hoje tenhamos consciência de que só tem real serventia aquilo que Deus valoriza.  Em primeiro lugar, a nós mesmos, o que faz com que nossa grande tarefa na vida seja nos tornarmos seres dignos de nos apresentar a Ele; depois, a nossa vida relacional com o próximo, mas acima de tudo com o Pai. E o júbilo vem, quando já não mais somos cativos das coisas do mundo, e sim das do alto, cônscios de que nosso bem mais precioso é a comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo!

Share
0
0