março 2022

O QUE JESUS FARIA?

No ano de 1896, nos Estados Unidos, o pastor Charles Sheldon publicou o famoso livro “In His Steps”, traduzido para o português com o título “Em seus passos o que faria Jesus?”, que se tornou um sucesso de vendas mundial que, só em inglês superou a casa dos 50 milhões de exemplares e que continua a ser publicado até os dias de hoje.

 

Nessa obra de ficção, o reverendo Henry Maxwell, pastor da Primeira Igreja da cidade de Raymond, vive honestamente sua vida confortável e sem contratempos, até o dia em que surge em sua igreja um homem pobre e necessitado. O episódio o leva a questionar valores e colocar seu modo de vida e prioridades em dúvida, colocando diante dele a questão: “O que Jesus faria?”.

 

A partir disso, decide propor aos fiéis de sua igreja que se comprometam durante um ano a não fazer nada sem antes perguntar o que Jesus faria na mesma situação. O desenrolar da história descreve a experiência, tanto de satisfação e realização pessoal, como também de conflito e incompreensão que as pessoas vão tendo à medida que se empenham para seguir esse difícil, porém tão recompensador caminho.

 

E trata-se de um questionamento que continua atual e provavelmente assim continuará até a volta de Jesus, por isso é importante fazermos uma reflexão sobre este assunto tão essencial que vem ocupando e preocupando os discípulos de Jesus, desde aqueles que inicialmente decidiram há 2.000 anos seguir Seus passos, até nós nos dias atuais.

 

Antes de mais nada, contudo, é necessário nos posicionarmos clara e sinceramente sobre a questão: será que estamos realmente decididos a seguir os passos de Jesus, não importam os custos da decisão, as circunstâncias e as implicações inesperadas em nossa vida, apesar de sabermos que é exatamente essa atitude que o Mestre sempre manifestou desejar para os Seus?

 

Paulo já dizia a seus discípulos de Corinto em 1 Coríntios 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”, porque os Evangelhos àquela altura ainda não haviam sido escritos e então só através do modelo do apóstolo poderiam seguir a Jesus, de maneira semelhante a que os que não conhecem a Palavra tem em nós o exemplo. E aos fieis de Colossos em Colossenses 2.6, exortou: “Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele…”, pedindo que dedicassem suas vidas a Jesus, se submetessem a Ele, procurando aprender com Seu exemplo e ensino, ao mesmo tempo reconhecendo o poder do Espírito Santo agindo em si próprios.

 

Não seria fora de propósito imaginar que em muitas ocasiões – ao enfrentarem os desafios do ser cristão, evangelizando, afrontando autoridades contrárias, opondo-se a falsos princípios religiosos, sofrendo perseguições – os primeiros discípulos se fizeram esta mesma pergunta: o que Jesus faria se estivesse aqui em meu lugar? Certamente nós também devemos nos fazer este questionamento e com zelo buscarmos a resposta, não só quando defrontamos aflições, provações e dúvidas, não apenas em momentos de angústia, mas o adotarmos como conduta permanente, como manifestação de obediência frente a toda decisão que diga respeito às coisas de Deus ou possa afetar o nosso próximo, e isto por algumas razões que devemos considerar.

 

A primeira delas é que ao orarmos colocando a questão nas mãos do Senhor, pedindo Sua orientação e inspiração para fazermos o que Jesus faria, automaticamente estaremos abrindo as portas do nosso ser para que o Espírito Santo assuma o controle de nossa vida e aja segundo a vontade perfeita do Pai, mostrando-nos o caminho a seguir, a decisão a tomar que Lhe agrada, como Paulo ensinou em Romanos 8.14 asseverando que “…todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.

 

A segunda razão é que estaremos reconhecendo humildemente a nossa fraqueza, pequenez e total dependência de Deus, expressando nossa firme confiança nEle, em resposta às palavras de exortação que proferiu em Josué 1.9: “… Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.

 

Por fim, se assim agirmos, teremos a garantia de que jamais cometeremos enganos, porque Deus não erra, e Jesus ensina em João 14.6 ser “… o caminho, e a verdade e a vida…”. Por meio dEle, que é o único caminho que leva ao Pai, encontramos a plena comunhão com Deus, nossas orações vão até Deus por intermédio dEle e as bênçãos de Deus nos vêm através dEle; Ele é a verdade que se opõe à falsidade, ao erro, à falácia e à fraude, a doutrina de Cristo é a doutrina verdadeira, portanto todos os que nEle confiam andam na verdade; e Ele é a vida, pois a verdadeira vida está nEle e em mais ninguém, e como diz João 3.36, “… quem crê no Filho tem a vida eterna”.

 

É sábio, portanto, enfrentarmos as renhidas lutas que a vida na terra frequentemente impõe, fazendo a pergunta crucial: o que faria Jesus se estivesse em meu lugar? De que forma Ele enfrentaria esta situação? Se buscarmos na Palavra de Deus, ela nos responde de maneira bem objetiva em 1 Pedro 2.21: Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos…”. Jesus nos alertou que, como Seus seguidores, no mundo passaríamos por aflições, mas como seguir Seus passos quando enfrentamos duras e prolongadas provações que parecem não ter fim?

 

Sabemos que o primeiro grande e abençoado desafio de consequências eternas que enfrentamos na nossa jornada terreal é o novo nascimento, mas ele só se completa com o segundo, que é obedecer a Jesus dia após dia, atendendo ao que Ele ordenou em João 13.15: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

 

Portanto, seguir a Jesus é dar o máximo de si para ser como Ele, apesar de sabermos que jamais conseguiremos atingir plenamente tal propósito. É ser obediente ao Pai como Ele foi, é tê-Lo como Senhor de nossas vidas, é ter cada decisão, cada sonho e cada expectativa sendo passada pelo crivo da Palavra, porque o objetivo do cristão deverá ser, em qualquer circunstância e acima de tudo, honrá-Lo e glorificá-Lo em todas as coisas, como Paulo ensina em 1 Coríntios 10.31: “… quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.

 

Seguir a Cristo, portanto, implica colocar em prática no cotidiano as verdades expressas na Sua Palavra, vivendo como se o próprio Senhor caminhasse ao nosso lado, ditando o caráter de nossa conduta, como o evangelista instrui em 1 João 2.6, afirmando peremptoriamente: “…aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”.

 

A essa altura, é oportuno então nos perguntarmos, fazendo sincera reflexão: estamos verdadeiramente seguindo os passos de Jesus? Estamos fazendo o que Ele faria se estivesse em nosso lugar? Até onde estamos nos deixando guiar, influenciar, conduzir prioritariamente pelas coisas materiais, pelos princípios que vigem nas relações pessoais do mundo, regidas sempre pela ausência da graça? Estamos nos submetendo ao que Tiago 1.27 instrui, ao asseverar que “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”?

 

O que Cristo, através de Seu magnífico e perfeito exemplo nos ensina, assim, é que sobretudo nos amemos uns aos outros, que a fé cristã verdadeira deve se traduzir por um procedimento afetuoso, em especial com relação aos mais fragilizados, razão pela qual João nos diz que é a nossa conduta, quando assemelhada à de Jesus, a única que pode nos conferir a comprovação e a segurança de estarmos verdadeiramente nEle.

 

Esta é, portanto, a solução para todos os nossos enfrentamentos na vida: copiar o modelo que Ele nos deixou no Evangelho, procurando fazer o que Ele faria em cada circunstância, seguindo todas as orientações que ele nos legou em Sua Palavra bendita.

 

Senhor, Amado Deus, desejamos agir como Jesus, mas nossa pecaminosidade renitente, nosso egoísmo inato, as coisas do mundo e o maligno, constituem-se em poderosos adversários, por isso sem a Tua ajuda, Pai, nada poderemos fazer. Sim, queremos seguir os passos de Teu Filho, queremos agir como Ele em todas as circunstâncias com que nos defrontamos nesta vida, mas a nossa força é desprezível, nosso entendimento é precário, nossa capacidade de aplicar a Tua Palavra exígua. Então clamamos, Senhor: vem em nosso auxílio, dependemos desesperadamente de Ti, santifica-nos em Cristo Jesus preparando-nos para toda a boa obra, e que tudo o que fizermos seja exclusivamente para a Tua glória. Assim oramos em nome dAquele que está acima de todo nome. Amém.

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ELE SE IMPORTA

“Então Ele repreendeu o vento e disse ao mar: ‘Aquiete-se!’ O vento parou, e houve uma grande calma!” Marcos 4.39 (Bíblia Viva)

 

 

 

 

Nossa vida por vezes parece um barco navegando por mares tempestuosos de dor, luto, estresse e desespero, e tal como os discípulos no verso 38, questionamos: ”Mestre, nós estamos quase nos afogando, e o Senhor nem Se importa?”. Mas Ele se importa, sim. Hoje lembremos de tudo o que Ele já fez e continua a fazer em nossas vidas e, confiados em Suas promessas, tenhamos a certeza absoluta de que continuará a cuidar de nós, porque “O grande amor de Deus nunca termina. A única razão por que não fomos completamente destruídos é a misericórdia do Senhor” (Lamentações 3.22, Bíblia Viva).

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JOIO OU TRIGO?

“Deixem que cresçam juntos até à colheita…”. Mateus 13.30 ((NVI)

 

 

 

 

 

Nesta parábola Jesus aborda o tema do cristianismo nominal, o fenômeno da existência de cristãos só de nome e não de coração, que aparentam algo que não são, não sentem e não professam. Em nossos dias toda denominação religiosa na verdade é formada por duas igrejas: a visível, composta por todos os membros batizados, e a invisível, formada por autênticos cristãos, aqueles que verdadeiramente entregaram suas vidas a Cristo. E Ele nos diz que é preciso esperar até a colheita, o dia do juízo, quando fará a separação, o julgamento e a punição. Por isso urge que hoje reflitamos: fazemos parte do joio ou do trigo?

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