fevereiro 2022

DIGNOS

“… para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, (…) não vos deixando afastar da esperança do evangelho”. Colossenses 1.22-23 (ARA)

 

 

 

 

A obra sacrifical de reconciliação que Jesus Cristo empreendeu visou sobretudo colocar-nos na presença do Pai livres de qualquer acusação, imaculados e inteiramente consagrados a Ele. Tenhamos bem claro neste dia que a reconciliação com Deus implica mantermo-nos firmes na fé, jamais abandonando a esperança do evangelho e a lealdade a Cristo, assim comprovando que realmente nascemos de novo, ao continuarmos fiéis a Ele até o fim. Seu amor incomparável coloca sobre nossos ombros o maior compromisso e o maior desafio que enfrentamos no mundo: tornarmo-nos dignos de tal amor!

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ÚNICO E SUFICIENTE

“Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro”. Apocalipse 21.27 (ARA)

 

 

 

 

A pureza divina da Nova Jerusalém será garantida pela exclusão de tudo o que não for de Deus, e pelo afastamento daqueles que não querem abandonar sua pecaminosidade crônica e desafiante. Ao optar por continuar pecando, mostram que não se arrependem de seus atos vis e rejeitam a graça oferecida, preferindo seguir suas próprias vias tortuosas de maldade. Se hoje tivermos contato com algum ímpio que desconhece os riscos eternos que corre, façamo-lo entender que não há possibilidade de entrar no céu sem aceitar Jesus como seu único e suficiente Salvador, e obedientemente seguir os Seus caminhos! 

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INTERCESSÃO

A oração de intercessão é um ato explícito de amor e compaixão, expresso quando nos colocamos no lugar de alguém em suas dificuldades e nos manifestamos a seu favor, rogando a Deus, como se o fizéssemos por nós próprios, imitando a Jesus Cristo, que em muitas passagens da Bíblia orou intercedendo ao Pai por nós, e continua a fazê-lo no céu, como Paulo em Romanos 8.34 reafirma: “… É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.”

 

Como filhos e filhas de Deus, somos convocados a nos parecer com o Seu Filho Amado, nosso Senhor e Salvador em tudo, como o pastor e teólogo Dietrich Bonhoeffer, mártir do nazismo na Alemanha durante a segunda guerra mundial, que mesmo perseguido, preso e torturado, não deixava de orar por seus algozes, obedecendo a Jesus que ordenou em Mateus 5.44: “… amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.

 

Bonhoeffer escreveu: “Por meio da oração vamos até o nosso inimigo, ficamos do seu lado e intercedemos a Deus por ele. Jesus não prometeu que quando abençoarmos os nossos inimigos e lhes fizermos o bem eles não abusarão de nós nem nos perseguirão. Certamente o farão. Mas nem isso pode nos ferir ou vencer, quando oramos por eles. (…) Estamos fazendo vicariamente o que eles não podem fazer por si mesmos”.

 

Por que Bonhoeffer se empenhava em amar seus inimigos e orar por seus perseguidores? Sua resposta era: “Deus ama Seus inimigos – essa é a glória do Seu amor, como cada discípulo sabe”. Se Deus perdoou nossas dívidas, como não fazer o mesmo? E se Cristo orou por Seus inimigos, por Seus perseguidores, e devemos fazer o mesmo, como não orar, até com mais razão, por aqueles que são o nosso próximo, nossos amigos, nossos irmãos?

 

Comprovando a importância deste gênero de oração pelos outros, a Bíblia registra muitas orações de intercessão de diversos tipos: para que Deus suspendesse Seu juízo, restaurasse e abençoasse Seu povo, livrasse as pessoas do perigo, capacitasse as autoridades para que governassem bem, para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes, pela cura de uma pessoa, pelo perdão de pecados, pelo crescimento na vida cristã, pela obra missionária, pela salvação do próximo, para que os povos louvassem a Deus, são alguns exemplos.

 

Portanto, como intercessores, vamos a Deus não por nossa causa, mas pela causa de outrem, colocando-nos na posição de sacerdotes, fazendo a mediação entre o homem e Deus para pleitear a causa humana, como Tiago 5.16 exorta que “… orai uns pelos outros…”, porque “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.”

 

Quando era jovem, o grande evangelista Charles Haddon Spurgeon foi chamado a pastorear a capela de New Park Street, em Southwark, Inglaterra, e uma noite, pregando sobre o martírio de Estêvão, em Atos 7.54-8.3, foi repentina e rudemente interrompido por alguém do público que, de forma contestatória, gritou: “E o que Deus fez por Estêvão quando ele foi apedrejado até à morte?”, ao que Spurgeon retorquiu: “Ajudou-o a orar: ‘Senhor, não lhes imputes este pecado.’” Assim como fizera com Seu Filho, Deus deu a Estêvão graça para suportar a dor e responder com o mesmo espírito de perdão a seus agressores, consciente de que estes estavam sendo usados com um propósito divino: como instrumentos para levá-lo para junto do Pai.

 

Uma das orações de intercessão mais marcantes da Bíblia, é a que Moisés fez quando, durante a peregrinação no deserto, os israelitas a certa altura se revoltaram contra ele e seu irmão Arão – o que na realidade significava uma insurreição contra o próprio Deus – o que levou o Senhor a irar-se contra o Seu povo, dizendo a Moisés em Números 14.11-12: “… Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio dele? Com pestilência o ferirei e o deserdarei; e farei de ti povo maior e mais forte do que este.

 

Mas Moisés, numa demonstração de grande desprendimento e amor pelos seus, apesar das atitudes reprováveis deles, respondeu de maneira ousada ao Senhor nos versos 13-19: Respondeu Moisés ao SENHOR: Os egípcios não somente ouviram que, com a tua força, fizeste subir este povo do meio deles, mas também o disseram aos moradores desta terra; ouviram que tu, ó SENHOR, estás no meio deste povo, que face a face, ó SENHOR, lhes apareces, tua nuvem está sobre eles, e vais adiante deles numa coluna de nuvem, de dia, e, numa coluna de fogo, de noite. Se matares este povo como a um só homem, as gentes, pois, que, antes, ouviram a tua fama, dirão: Não podendo o SENHOR fazer entrar este povo na terra que lhe prometeu com juramento, os matou no deserto. Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O SENHOR é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta gerações. Perdoa, pois, a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia e como também tens perdoado a este povo desde a terra do Egito até aqui.

 

E o Senhor então, bondosa, misericordiosa e amorosamente responde a Moisés no verso 20: Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei.

 

Tal como Moisés, como Seus filhos e filhas, também temos o direito de ponderar humilde e respeitosamente com Deus, sempre que sentirmos que nossa causa é justa, desprendida e isenta de personalismo, porém reconhecendo sempre a Sua soberania, como Jesus mesmo fez em Mateus 26.39 rogando: “… Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.” E se a nossa intercessão estiver alinhada com os Seus divinos propósitos, temos boas chances de sermos atendidos, pois o Senhor não é um Deus irredutível, inflexível, que não se deixa comover e demover.

 

Precisamos também estar conscientes de que a intercessão é uma batalha espiritual que se desencadeia quando buscamos o Pai para que Ele interfira e frustre os planos malignos do diabo, ao atacar um dos Seus. Mas sabemos que Cristo já derrotou o inimigo de nossas almas na cruz do Calvário há mais de 2.000 anos atrás, por isso nada temos a temer, pois como Paulo nos assegura em Romanos 8.37, “… somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.”

 

Após ter retornado ao Pai, Jesus enviou o Espírito Santo para habitar nos crentes, como Paulo afirma em 1 Coríntios 3.16:  Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?Então Jesus continua a interceder no mundo usando–nos, pois da mesma forma como estamos em Cristo junto ao Pai, o Filho está na terra por meio do Espírito Santo em nós, dirigindo-nos, admoestando-nos, controlando-nos, protegendo-nos, intercedendo por nós e nos auxiliando em nossa intercessão por outrem, como Paulo afirma em Romanos 8.26: Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

 

Na condição de discípulos de Cristo, somos na terra canais de Deus para a proclamação da Sua Palavra, para a manifestação da Sua vontade soberana, para cooperar na Sua obra redentora e para interceder pelo próximo.

 

A Palavra de Deus revela a Sua vontade e a nossa intercessão, quando gerada pelo Espírito Santo, e, portanto, em consonância com o propósito divino, leva à realização da promessa, ao redirecionar as circunstâncias contrárias aos Seus planos perfeitos.

 

Quando intercedemos em obediência à Palavra de Deus que Jesus representa, profere e exemplifica, movidos pelo Espírito Santo chegamos diante de Deus Pai em total sintonia com Jesus e com o Espírito, e esta é a intercessão agradável a Ele, aquela que Ele ouve, atende e com a qual Se compraz.

 

Pai de Amor, Graça, Misericórdia e Bondade, fortalece-nos a fé para que consigamos nos assemelhar mais, dia após dia, a Teu Filho, que deu a Sua vida por nós e que intercedeu e continua intercedendo por nós. Ajuda-nos para que, espelhados nEle, aprendamos a amar mais, a nos doar mais, a tolerar mais, a pensar mais nos outros que em nós mesmos, e a interceder mais por nossos amigos e por nossos inimigos. E fazendo nossas as palavras de Paulo em 1 Timóteo 2.5, quando afirma “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem…”, em Seu sublime e excelso nome assim oramos. Amém.

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