julho 2023

TREVAS, CHORO E RANGER DE DENTES

“Esses falsos mestres são como poços sem água e como nuvens levadas pelo vento. Deus reservou para eles um lugar na mais profunda escuridão”. 2 Pedro 2.17 (NTLH)

 

 

 

 

No Oriente, onde a água natural representava a diferença entre a vida e a morte física, os falsos mestres eram miragens para as almas sedentas que buscavam a água da vida, mas que encontravam apenas a desolada sequidão do engano, da mentira e da morte espiritual. Assemelhados àqueles, os falsos mestres de hoje, cristãos nominais hábeis em distorcer e contradizer a mensagem de Cristo, são arrogantes, imorais e gananciosos, e iludem seus seguidores ao acenar com supostas vitórias mundanas. Mas Jesus advertiu em Mateus 8.12 (ARA) que a eles está reservado o tormento eterno, em meio a “…trevas (…), choro e ranger de dentes”!

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PEQUENA FÉ (3)

George Müller, o gigante da fé, nasceu na Alemanha, converteu-se com a idade de 24 anos, e depois foi para a Inglaterra, onde serviu ao Senhor pelo resto de sua vida. Três semanas após seu casamento, ele e sua esposa decidiram abrir mão do seu salário como pastor de uma pequena congregação, e passaram a depender exclusivamente de Deus para o atendimento de suas necessidades. Resolveram também nunca revelar suas necessidades às pessoas, nunca pedir dinheiro a ninguém – a não ser a Deus – nunca contrair dívida por motivo algum, e não poupar nem guardar dinheiro. Durante mais de sessenta anos de ministério, Müller fundou 117 escolas que educaram mais de 120.000 jovens e órfãos, distribuiu 275.000 Bíblias completas em diferentes idiomas, sustentou 189 missionários em outros países e sua equipe de assistentes chegou a contar com 112 pessoas. Certa vez contou que incontáveis vezes foi deitar-se à noite sem ter nada em casa para comer, nem ele nem os seus órfãos. Quando alguém lhe perguntou se conseguia dormir nessas circunstâncias, ele respondeu: “Todas as vezes”. E nunca faltou comida no dia seguinte para ele e para os órfãos, que chegaram a dois mil. Perguntado sobre o segredo de tamanha fé, Jorge Müller, levantou a Bíblia e disse: “Já li este livro inteiro cem vezes; conheço o Livro e conheço o Deus do Livro”. Este era sem dúvida um homem de grande fé!

 

Jesus em várias ocasiões criticou a pequena fé de Seus discípulos, que provavelmente não diferia muito do tamanho da nossa nos dias de hoje. Os episódios descritos em Mateus 6.25-30; 8.23-26; 14.22-31; 16.5-12 são emblemáticos, e ocorreram antes do Pentecostes, ainda sem a presença permanente do Espírito Santo nos discípulos. A fé pequena gera ansiedade e preocupação que desagradam a Deus, porque revelam falta de confiança na Sua fidelidade. Observemos cuidadosamente como o Mestre coloca a questão em Mateus 6.28-30: “… Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” 

 

A lição de Jesus é definitiva: devemos ter diante da vida uma atitude prudente, proativa e, principalmente, de fé. Ora, se Deus nos deu a vida, e nos ama, é fiel às Suas promessas, é nosso Pai, como podemos deixar de confiar que nos dará tudo o que necessitamos para sustentar a vida de Seus filhos? Se Deus concede tamanha beleza a uma flor que viverá apenas poucas horas, por certo jamais esquecerá de nós, que somos a coroa da Sua criação e fomos escolhidos por Ele para O servirmos.

 

As aves são exemplos de fé para nós: vivem despreocupadas, nunca armazenam alimentos para garantir segurança futura e, no entanto, seguem vivendo felizes, dia após dia louvando a Deus com seu lindo chilrear. Jesus deixa claro que uma fé pequena é essencialmente falta confiança em Deus. Mas como aumentar nossa fé?  Jesus nos mostra que é preciso, antes de mais nada, concentrarmo-nos na busca do Reino de Deus, que na oração que Ele nos ensinou é o mesmo que fazer a vontade do Pai, como registra Mateus 6.10. Aceitar sem questionamentos a vontade divina e colocá-la em ação em nossa vida, é a primeira atitude para aumentar nossa fé; Ele também nos ensina que, quando Deus se torna o poder dominante em nossas vidas, a nossa fé cresce; por fim, Jesus nos diz que viver um dia de cada vez, cumprindo cada tarefa quando é o momento de fazê-lo, é um sábio exercício de fé (Mateus 6.34).

 

O Mar da Galileia, também conhecido como Mar de Tiberíades e Lago de Genesaré, está situado sobre uma profunda falha da crosta terrestre, a 210 metros abaixo do nível do mar, o que faz com que o clima ali seja quente e agradável, mas a aparente calma do local pode ser subitamente rompida pelo advento de fortes ventos que provocam frequentes tempestades sobre as águas do lago. Quando sopram repentinamente, vindos da direção oeste, ventos frios são “canalizados” sobre o lago com grande violência, produzindo pavorosas tormentas, e foi numa dessas ocasiões que Mateus 8.23-26 relata que Jesus acalmou a tempestade: “Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia. Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos! Perguntou-lhes, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.” A principal lição que podemos extrair desta passagem é que, quando Jesus está conosco, no nosso “barco da vida”, e tudo entregamos nas Suas mãos, sem timidez e com grande fé, todas as tempestades se acalmam e a Sua paz predomina irresistível, absoluta, inabalável e completa.

 

A vida é repleta de tempestades, fases em que o vento sopra violento contra nós, e nos vemos em luta tenaz contra nós mesmos, contra tentações, contra circunstâncias adversas. É nestas oportunidades que precisamos ter a consciência de que jamais poderemos vencer por nós mesmos, que devemos ter uma grande fé no Senhor. O milagre de Jesus caminhando sobre a água, registrado em Mateus 14.22-31, mostra que Ele está sempre pronto a vir em nosso socorro, a estender-nos Sua mão poderosa e salvadora, apesar de nossas infidelidades, dúvidas, erros e fraquezas. E com Sua voz suave, terna e persuasiva, nos encoraja a nada temer, pois está conosco.

 

Pedro – que mais tarde tornou-se um homem de grande fé, cheio do Espírito – na passagem de Mateus acima citada exemplifica o crente de pequena fé, que ao desviar os olhos de Jesus tende a naufragar no mar da carnalidade: “Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só. Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: ‘É um fantasma!’ E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: ‘Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!’ Respondendo-lhe Pedro, disse: ‘Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.’ E ele disse: ‘Vem!’ E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: ‘Salva-me, Senhor!’ E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: ‘Homem de pequena fé, por que duvidaste?’”

 

Cristo talvez também reprovasse a mim e a você, meu irmão, minha irmã, pela pequenez da nossa fé. Mas o que fazer para ter uma grande fé, quando o mundo conspira contra, os compromissos do dia-a-dia nos sufocam e sofremos pressões de ordem material de todo o tipo? Em Lucas 17.5-6, os apóstolos chegaram a pedir a Jesus um aumento de sua fé para enfrentar o desafio de perdoar um irmão que os tivesse ofendido, atendendo ao que Ele os havia ensinado nos anteriores versículos 3 e 4: “Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá.”

 

Já anteriormente o Mestre, em Lucas 13.18-19, ensinando sobre o Reino de Deus, dizia que era preciso observar que o grão de mostarda, que embora fosse o menor de todos os grãos conhecidos na Palestina, crescia enormemente, atingindo o porte de uma árvore: “E dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante a um grão de mostarda que um homem plantou na sua horta; e cresceu e fez-se árvore; e as aves do céu aninharam-se nos seus ramos.”

 

Assim é a fé: numa primeira fase é normalmente pequena, porém pode crescer, dependendo de permitirmos o agir do Espírito Santo em nós. Sobre isto o respeitado comentarista bíblico Paul Kretzmann, escreveu: “(Os discípulos) pediram-lhe que lhes acrescentasse mais fé. Esta oração é diariamente necessária a cada cristão, quando deseja que seu amor acompanhe o passo das muitas demandas que ele exige. A fé precisa crescer na mesma medida do amor. Um cristão buscará sempre com maior diligência, e mergulhará sempre mais nas profundezas do amor de Deus em Jesus seu Salvador. Tão só desse modo será ele capaz de praticar o perdão que é exigido pelo seu discipulado de Cristo com relação a seu irmão. O Senhor aproveitou a ocasião para ampliar um de seus tópicos favoritos, a saber, o da força na fé. Caso tivessem fé, tão só do tamanho dum grão de mostarda, teriam o poder de dizer à amoreira ou sicômoro à sua frente, que se arrancasse como suas raízes e se plantasse no mar, e ela lhes obedeceria sem questionar. Notemos: crescer na fé e no poder da fé, precisa ser a ambição sincera de cada cristão. Os métodos pelos quais pode ser alcançado crescimento na fé são a oração sincera ao Senhor, a confiança resoluta em suas promessas e uma contemplação constante de Sua Palavra.”

 

Senhor, aumenta-nos a fé para que possamos testemunhar com mais vigor de Ti, para que nossa vida seja totalmente focada em Ti, para que sejamos exemplos de obediência à Tua vontade perfeita e soberana. Dá-nos, Pai, a Tua força para que não nos sintamos desfalecidos e cansados na luta contra o pecado que nos assedia e a injustiça que nos cerca, e lembremo-nos da resignação de Teu Filho enquanto homens pecadores tratavam-nO de forma tão cruel e injusta. É no nome poderoso dEle que oramos. Amém.

 

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O TEMPO DE DEUS

“Não os expulsarei num ano só; se eu fizesse isso, a terra ficaria deserta, e os animais selvagens se tornariam numerosos demais, prejudicando vocês”. Êxodo 23.29 (NTLH)

 

 

 

 

Nosso parco entendimento não consegue alcançar os infinitamente elevados propósitos de Deus, e muitas vezes achamos que Seu agir está se delongando. Sim, Ele poderia, se quisesse, fazer uma intervenção imediata, mas isso não seria bom para nós, porque nosso aprendizado sempre se dá através do sofrimento e da luta para obter algo. E o Senhor, não raro, além de desejar que sejamos cooperadores nas ações que empreende, nos propicia períodos de espera para o exercício da fé, da paciência e da perseverança. Neste e em todos os dias, tudo o que é perfeito acontecerá no tempo de Deus, segundo a Sua onisciência, o Seu poder e a Sua graça!

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