junho 2023

OBEDECEÔMETRO

Tempos atrás um vídeo na internet fazia a seguinte pergunta: “Você é realmente cristão?”, e continuava perguntando: “Você ora todos os dias, lê a Bíblia, jejua, entrega o dízimo, ama seu próximo como a si mesmo, fala de Jesus para os perdidos, entregaria todos os seus bens, seu conforto e sua vida para ganhar uma alma para Jesus, abriria as portas de sua casa a um estranho só para cuidar dele e lhe falar de Jesus?” E prosseguia: “Pessoas e mais pessoas estão indo para o inferno todos os dias… mas você continua tranquilo, afinal de contas está salvo! Onde você está agora? Talvez esteja em seu lar lendo sua Bíblia de R$ 150,00. Você realmente ama o perdido? Quanto do que ganha investe em missões? Que você tem feito para seu bairro melhorar? Você anda em santidade, ou não perde um capítulo daquela novela cheia de apelativas distorções sexuais? Sabe o que as pessoas de contexto ‘pós-moderno’ pensam sobre a igreja? Eis uma amostra das respostas: ‘Clube social cheio de regras’, Julia, web designer; ‘Um local, simplesmente’, César, empresário; ‘Máquina de fazer dinheiro’, Flávio, jornalista; ‘Problema…’, Mônica e Regina, tatuadoras e lésbicas; ‘Sistema carcerário’, Fernando, ex-presidiário; ‘Último lugar a se frequentar’, Marcos, ilusionista e viciado em pornografia; ‘Onde se perde a vida’, Luciano, garoto de programa; ‘Comércio espiritual’, Vivian e Paula, ‘casadas’; ‘Buuuuuu!’, Erika, bancária alcoólatra; ‘Nada contra nem a favor’, Julio e Samantha, casal praticante de swing.

 

São constatações chocantes, deploráveis, que nos remetem às profecias sobre os últimos dias, reforçando um certo desconforto que sentimos como cristãos rodeados por um mundanismo escabroso que forma essa triste, insana, deletéria realidade a nos cercar, e que a cada momento se mostra mais e mais deteriorada sob a direção astuciosa do maligno, comprovando o que 2 Pedro 3.3 profetiza: “… nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões…”.

 

Mas Deus nos elegeu por critérios que são apenas Seus, porém confiando-nos responsabilidades de serviço, de ação, de compromisso prático com a Sua obra na terra, em contraposição ao predomínio do mal. “Mas o que fazer?”, nos perguntamos, sentindo-nos confusos, indefesos e impotentes face a tão gigantesca tarefa que sabemos precisaremos enfrentar, porque é uma ordenança do Senhor. Felizmente a Sua Palavra registrada nas Escrituras é pródiga em orientações e ensinamentos a respeito.

 

Tiago, o meio irmão de Jesus é enfático em seu livro, 1.22, exortando: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”, e Paulo nos estimula à oração em 1 Timóteo 2.1 “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens”. Será que estamos enganando a nós mesmos, como Tiago adverte? Temos intercedido em por todos os homens, como Paulo instrui? Se existisse o “obedeceômetro”, um imaginário instrumento divino que medisse nosso grau de obediência a Deus, numa escala de 1 a 10, que grau alcançaríamos?

 

Paulo é bastante incisivo em 2 Coríntios 13.5, quando ordena: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.” A expressão  vós mesmos  é um realce marcante, indicando que devemos avaliar-nos permanentemente quanto à nossa fidelidade a Cristo, e Se não é que já estais reprovados nos alerta para que, como salvos e membros da família da fé, ajamos de tal forma que a aprovação do Pai com relação a nós nos testes da vida terreal seja evidente.

 

A igreja primitiva nos dá até hoje muitos exemplos de verdadeira conduta cristã, como Lucas registrou em Atos 4.32: “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” Isto é impensável nos nossos dias, não? Mas, e se o antropocentrismo pós-moderno se transformasse em cristocentrismo? Utopia? Nosso Deus não é um Deus de utopias, mas sim de realidades, e a Sua Palavra aí está para provar!

 

Isaías e Jesus são os principais arautos da necessidade de proclamarmos o Reino de Deus, e a Palavra nos mostra claramente que trata-se de um propósito essencial do Senhor, para o qual Ele nos chama e conta conosco, como está registrado em vários momentos na Bíblia. Vejamos alguns deles.

 

Em Isaías 61.1, temos a graça de Cristo na proclamação do Seu Evangelho, sob o exemplo do profeta: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados…”.

 

Em Mateus 28.18-20, o Senhor nos confere A Grande Comissão: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”

 

Em Lucas 10.1-2, Ele envia A Comissão dos Setenta: “Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir. E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”

 

Em João 20.21, o Senhor Ressurreto faz uma aparição falando sobre a missão da Igreja: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.”

 

Em Atos 9.15, Jesus fala a Ananias sobre Saulo: “Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel.”

 

Em Romanos 10.15 Paulo exalta os mensageiros do Evangelho baseando-se em Isaías 52.7: “Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas !”

 

Deus espera que sejamos missionários em tempo integral, onde quer que estejamos: no trabalho, na escola, no lar, no condomínio, no bairro, na cidade, no país, no mundo. Assim sendo, podemos com segurança afirmar que estamos obedecendo ao Ide de Jesus como Ele espera que façamos? Será que um dia poderemos dizer como Moisés que, em Êxodo 32.32, referindo-se ao povo de Israel, roga a Deus: “Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste”, ou como Paulo em 1 Coríntios 9.16, “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!”, ou ainda como John Knox, que fez a famosa oração “Pai dá-me a Escócia senão eu morro”. 

 

Será que teríamos a coragem, a fé e a perseverança do pastor George Whitefield, que no século XVIII atravessou o Oceano Atlântico 13 vezes numa pequena embarcação da Inglaterra para a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, com o propósito de anunciar o Evangelho? Ou quem sabe faríamos como o jovem David Brainerd – também no século XVIII – que tendo dedicado sua curta vida a evangelizar os indígenas norte-americanos, aos 29 anos de idade, pouco antes de morrer sobre o gelo, com os pulmões infectados, excretando sangue, orava, “Declaro, agora que estou morrendo, que não teria gasto minha vida de outro modo, ainda que em troca do mundo inteiro”?

 

Certa vez Charles Haddon Spurgeon disse: “Se os pecadores serão condenados, que eles o sejam pelo menos passando por cima de nossos corpos. Se os pecadores hão de perecer, que eles o façam pelo menos tendo os nossos braços a agarrar-lhes os joelhos, implorando que fiquem. Se o inferno tem de ser cheio, que o seja pelo menos contra o vigor dos nossos esforços, e não permitamos que ninguém vá para o inferno sem que o tenhamos advertido e por ele tenhamos orado.”

 

Temos feito algo que mesmo de longe se assemelhe a isto? Será que somos verdadeiramente cristãos? Será que agimos no nosso dia a dia construindo pontes entre a Palavra e o Ide, atravessando o fosso que separa o saber do realizar? Ou será que estamos enganando a nós próprios, fazendo ouvidos moucos àquilo que Paulo advertiu em 1 Coríntios 3.18 (NTLH): “Que ninguém engane a si mesmo”?

 

Pai, dá-nos força, ousadia e fé para que consigamos aplicar a todo tempo o que a Tua Palavra ensina. Concede-nos coragem, determinação e prontidão, Senhor, para proclamarmos a Tua Verdade obedecendo ao que Paulo orienta em 2 Timóteo 4.2,  “… quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”. Não permita, Deus nosso, que nos acomodemos na nossa zona de conforto, como se Tu não tivesses nos outorgado a missão de ir ao mundo anunciar o Evangelho da Salvação para tantos perdidos. Assim oramos agradecidos no nome de Jesus. Amém.

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O SENHORIO DE JESUS

“Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”. Lucas 6.46 (ARA)

 

 

 

 

Jesus Cristo é o Nosso Senhor, o que significa que Ele é o nosso Mestre, a cuja vontade precisamos nos submeter sem hesitar, porque pertencemos a Ele, o que Lhe confere completa autoridade sobre nós. Nesse dia convém que reflitamos sobre a coerência do senhorio de Jesus em nossa vida: será que O nominamos Senhor e por consequência Lhe obedecemos fielmente, como é de se esperar de quem tem por Ele verdadeiros amor e fé? E será que O chamamos de O Pão da Vida e dEle nos alimentamos todos os dias, de A Verdade e cremos integralmente na Sua Palavra, de O Caminho e andamos sempre por Suas veredas?

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GRATIDÃO E SAÚDE

“… E sejam agradecidos”. Colossenses 3.15 (NVI)

 

 

 

 

Algum dia conseguiremos ser suficientemente gratos a Deus, reconhecendo não só as bênçãos já recebidas, como também as prometidas? Muitos pensam que um espírito de gratidão deriva das circunstâncias da vida, porém Paulo mostra que trata-se de uma graça da nova vida em Cristo que devemos aperfeiçoar no dia a dia para termos saúde espiritual – o que a Bíblia ensina há longo tempo. E seus efeitos vão além: estudos científicos têm constatado que a gratidão é essencial para a saúde física, mas a ingratidão, a ansiedade, a depressão, ao lado dos hábitos de se queixar, reclamar e condenar, são extremamente deletérios!

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