maio 2024

A MÃE, A ABELHA E O PAI CELESTE

Ao nutrir a parte mais relevante, sutil e imponderável de nosso ser – o espírito – a Palavra de Deus configura-se como o alimento mais importante que existe para o cristão.

 

Robert Moffat, o grande missionário da África, gostava de contar uma história verídica como prova do grande poder transformador da Palavra de Deus. Estava ele numa aldeia onde costumava pregar sobre a Palavra, quando observou um africano que conhecia, triste, abatido, de cabeça baixa. Moffat então aproximou-se dele e perguntou se alguém havia morrido: – “Ninguém morreu, disse o homem. É que o meu cachorro comeu uma página da Bíblia.” Surpreso, Moffat tentou consolá-lo: – “Veja, isto não é tão sério. Eu lhe consigo outra página igual da Bíblia”. Mas o homem exclamou: – “Oh, eu não me preocupo com a Bíblia, o problema é que agora meu cachorro não vai mais avançar em ninguém e nem vai lutar contra os chacais. Ele vai ficar tão manso como o povo que crê neste livro. Todos os nossos guerreiros se tornaram tão pacíficos como as mulheres, por causa da influência da Bíblia, e agora o meu cachorro está estragado!”

 

Esse africano, de forma simplória, demonstrou o quanto cria na transformação que a Palavra de Deus é capaz de fazer, observando a mudança de atitude dos seus concidadãos. Deus pensou em nós quando inspirou Seus profetas a escreverem a Sua Palavra. Na Bíblia há uma mensagem personalizada para cada um de nós, pois através dela Deus quer suprir as nossas necessidades mais profundas. O mesmo Deus que criou tudo o que existe pelo poder da Sua palavra falada, não será capaz, através da Sua Palavra escrita, de fazer-nos novas criaturas? Que nós não deixemos, por um instante que seja de crer no poder da Palavra de Deus, e nos aproximemos dela cada dia mais para que Ele, com seu poder Criador, faça de nós novos homens e novas mulheres, e como em Gênesis 1.31, possa Ele um dia julgar nossa vida como algo “… muito bom.”

 

O Salmo 19 é um magnífico hino de louvor onde Davi medita sobre a glória de Deus pela revelação natural (vv. 1-6): “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor”.

A seguir, pondera sobre a glória da lei como revelação especial de Deus, Seus preceitos, o temor a Ele e os Seus juízos pelos quais devemos ansiar sempre, exaltando a excelência da Palavra de Deus (vv. 7-10): “A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos”.

Então reconhece que só no Senhor é possível suprir todas as necessidades espirituais humanas e roga que as palavras que profere sejam por Ele acolhidas (vv. 11-14): “Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa. Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão. As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!”

 

A profunda contemplação da natureza nas Escrituras revela algo da face de Deus: enquanto os céus mostram a glória do Altíssimo, as Escrituras exprimem a Sua grandeza, e a alma reflete a Sua graça. Seu filho amado, Jesus Cristo, veio a nós como a plenitude de Deus visível aos homens. Os céus, significando o universo físico e visível, são uma prova da sabedoria, do poder e da glória de Deus, mas não são suficientes para expressar a vontade de Deus, Seu amor, Sua graça, Seus planos, que são questões espirituais. Por isso, a revelação de característica espiritual precisa ser complementada pelas Escrituras (vv. 7-19), e ainda pelo agir permanente do Espírito no crente. A Palavra de Deus é assim um alimento espiritual excelente e necessário para a alma saudável, em qualquer tempo e ocasião.

 

No Salmo 19 observamos também que a Palavra recebe seis títulos, cada um deles com seu atributo, produzindo por sua vez cada atributo um resultado de valor incalculável para o homem íntegro: lei perfeita que restaura a alma (v. 7), testemunho fiel que dá sabedoria aos símplices (v. 7), preceitos retos que alegram o coração (v. 8), mandamento puro que ilumina os olhos (v. 8), límpido temor do Senhor que permanece para sempre (v. 9), juízos verdadeiros e justos (v. 9).

 

Mas é indispensável que o cristão atente para o fato de que não basta buscar a Palavra de forma superficial e descompromissada, apropriar-se dela como quem simplesmente lê um livro qualquer sem rogar por discernimento do alto, sem uma preparação íntima para receber tal tesouro, sem a necessária pureza no coração, sem a reverência exigida.

 

Pedro, em 1 Pedro 2.1-2, orienta quanto à forma correta de buscar as Escrituras: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação.

 

Por outro lado, é preciso que o cristão atente para o fato de que só uma dieta equilibrada pode garantir um crescimento saudável, tanto para o corpo quanto para o espírito. Hoje em dia muitos cristãos são mal alimentados, achando que pode comer de tudo o que é rotulado como cristão ou evangélico, sem discernir seu real valor nutricional. Ingerindo este fast-food religioso, tentam em vão compensar a carência espiritual que sentem, que no entanto só a Palavra de Deus pode saciar.

 

Como disse com propriedade um servo de Deus: “somente a mãe, a abelha e o Pai celeste nos proporcionam dietas balanceadas”. O menu espiritual que o Senhor pela Sua graça nos concede é perfeito. Em Apocalipse 2.17, Cristo em Sua mensagem à igreja em Pérgamo, prometeu: “Ao  vencedor darei do maná escondido…”, referindo-se à Sua suficiência para atender às necessidades espirituais do crente, tal como o maná suprira as necessidades físicas dos hebreus durante a sua peregrinação pelo deserto.

 

Já em Isaías 55.2 o Senhor admoesta: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares.” E em Provérbios 24.13, Salomão ensina sobre a sabedoria cuja fonte é a Palavra: “Filho meu, saboreia o mel, porque é saudável, e o favo, porque é doce ao teu paladar.”

 

Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, é o pão da vida que desceu do céu, a dieta perfeita, balanceada, equilibrada, que satisfaz integralmente a nossa alma, porque nela não há falta de nenhum nutriente, nem excesso de qualquer espécie; é o único alimento que verdadeiramente supre todas as nossas necessidades de forma primorosa e impecável, e a Palavra de Deus é o manual que ensina como a nutrição de nosso ser deve se processar. Porque Jesus declara em João 6.57: “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá”.

 

Senhor Deus e Pai, desejamos viver as 24 horas do dia, todos os dias de nossa vida por Ti e por Teu filho Jesus, guiados pelo Teu Santo Espírito. Dá-nos sabedoria para sabermos priorizar, em toda e qualquer circunstância, o alimento espiritual que provém de Ti, o único que pode aplacar verdadeira e completamente toda a nossa fome e a nossa sede. E que então, plenamente saciados pela Tua Palavra bendita, possamos ser Teus instrumentos na proclamação da Tua Verdade Eterna. Em nome de Jesus que assim oramos profundamente agradecidos. Amém.

 

Share
0
0

A BATALHA DA FÉ

“Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares”. Josué 1.9 (ARA)

 

 

 

 

 

A batalha da fé que travamos cotidianamente não depende daquilo que somos, mas do que Deus é; não está sujeita aos nossos sentimentos, mas à vontade perfeita do Senhor. E se hoje e a cada dia de nossa vida confiarmos – como Josué – naquilo que Deus lhe ensinou e continua a nos ensinar, teremos os motivos suficientes para sermos fortes, corajosos,  ousados e cheios de esperança: a Sua promessa de vitórias garantidas em todas as nossas lutas, a Sua Palavra que nos guia em segurança pelos traiçoeiros caminhos do mundo, e a Sua presença ao nosso lado sempre a nos sustentar quando tropeçarmos!

Share
0
0

A GLÓRIA DO REI

“… como pai a seus filhos, a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória. 1 Tessalonicenses 2.11-12 (ARA)

 

 

 

 

Como um pai dedicado, Paulo dirige-se a seus discípulos de Tessalônica seguramente como dirigir-se-ia a nós hoje, exortando-nos a uma vida santa, sempre firmes no Senhor apesar dos desafios de ser cristão, e certos das bênçãos que nos esperam como resultado da obediência à vontade e à Palavra de Deus. Essencialmente indignos do Senhor – pois nosso único merecimento encontra-se em Cristo Jesus – na qualidade de filhos é preciso vivermos de modo digno do Pai, submetendo-nos ao controle do Espírito Santo e, sem cessar, confessando e abandonando o pecado, para compartilharmos no futuro a glória do Rei!

Share
0
0