março 2024

O BOSQUE

A Criação de Deus é a manifestação visível, palpável, tangível, da Sua glória, do Seu poder, da Sua misericórdia, do Seu amor para conosco, mas também nos traz exemplos e lições fundamentais. Em Gênesis 1.27, Deus, já no sexto dia de Seu trabalho de Criação do mundo, “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”, e ainda no mesmo dia, no versículo 29, “Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.”

 

Mas Ele ordenou que o paraíso que Ele havia concebido para o homem devia ser por ele não apenas cultivado, como também cuidado, guardado, à semelhança do que o agricultor com a terra que possui e da qual retira a renda e o alimento para si e para os seus, em atendimento à divina prescrição que está em Gênesis 2.15: Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.”

 

No entanto, embora criados pelo Pai concomitantemente, para que vivessem em harmonia e complementaridade, natureza e homem não têm coexistido de maneira harmônica e integrada, como era o projeto de Deus. O homem tem demonstrado, ao longo da história, grande desrespeito à natureza, como se ela fosse mero objeto de uso indiscriminado, predatório e irresponsável, um bem de consumo inesgotável, esquecendo-se de que Deus a confiou a ele para que por ela zelasse. Claramente falta-nos enxergar a natureza como ela é, com o mesmo amor com que Deus a criou, vê e cuida.

 

Ao contrário do que Deus planejou, o que vemos são florestas dizimadas, mares, lagos e rios poluídos, ar irrespirável nas cidades, terras erodidas no campo, tudo isto produzido pelo nosso humano agir inconsequente, nefasto, deletério e egoísta que visa apenas o lucro financeiro no mais curto prazo de tempo possível, muitas vezes sem considerar o futuro, seu, de sua família, da cidade onde vive, do planeta cada vez mais maltratado que reage produzindo catástrofes ambientais cada vez mais frequentes, mais destruidoras e mais disseminadas.

 

É preciso que nos detenhamos a observar com admiração, respeito, temor e tremor a maravilhosa Criação de Deus que nos cerca. Por exemplo, será que temos nos detido a como a contemplar cuidadosamente como sabedoria divina compôs a vegetação de um bosque, como os de Mata Atlântica que costumamos ver na região de nossa cidade de Curitiba, em seus parques e arredores? Será que um bosque resume-se somente a um amontoado aleatório de árvores e vegetação rasteira? Se nos detivermos a olhar com mais atenção, descobriremos que há uma maravilhosa organização por trás daquela massa vegetal aparentemente desconexa.

 

Veremos que o bosque compõe-se de alguns níveis de vegetação, chamados extratos: o superior é chamado de dossel, e é composto pelas árvores mais altas, adultas, que recebem toda a intensidade da luz solar que chega à superfície do planeta. As copas destas árvores formam uma espécie de mosaico, devido à diversidade de espécies. Aí estão as araucárias altaneiras, que se sobressaem sobre todas as outras, as aroeiras, as canelas, os angicos, os jacarandás, os ipês, entre tantas. O nível imediatamente inferior é formado por espécies arbóreas que vivem toda a sua vida sombreadas, protegidas pelas árvores do dossel. Entre elas estão as jabuticabeiras, as pitangueiras, o palmito Jussara e as begônias, por exemplo. Abaixo deste patamar está o extrato herbáceo, composto por plantas de pequeno porte que vivem próximas ao solo, como é o caso de arbustos, ervas, gramíneas, musgos, e plantas jovens que irão compor os extratos mais elevados quando atingirem a fase adulta.

 

E todas vivem na mais perfeita harmonia, crescendo e enfrentando as intempéries juntas, produzindo sombra, frutos para os animais e para o homem, fertilizando e protegendo o solo com suas folhas que caem, com isto tornando possível a vida de inúmeros insetos e vermes, produzindo o limo que alimenta diversas espécies, e oxigênio que dá a vida para todo o ser que respira, absorvendo o nefasto gás carbônico…

 

Ah, se os homens imitassem este exemplo magnífico da Criação de Deus! Se buscassem, irmanados, juntos uns dos outros, cada um utilizando os dons que o Todo-Poderoso lhes concedeu para beneficiar aos demais, crescer rumo ao alto, buscando a luz divina, sem vãs competições, sem egocentrismos, protegendo-se uns aos outros das tempestades do mal!

 

O bosque é uma metáfora divina que nos remete àquilo que o primeiro dia de cada ano pretende comemorar por decreto, mas que deveria ser natural, espontâneo, usual: a confraternização universal, que na realidade não bastaria ser lembrada e praticada um único dia (quando muito), mas sim em todos os momentos e circunstâncias das nossas vidas.

 

É certo, porém, que o tempo em que isto se dará virá com Cristo em Sua volta tão aguardada – e que maravilhoso tempo será – quando estaremos todos confraternizados, buscando amorosamente, como se fôssemos árvores de um maravilhoso bosque – a luz que vem do alto, para que todos cresçamos em estatura e graça para a glória de Deus!

 

Então, naquele tempo, amparar uns aos outros, viver em harmonia e paz, será o desejo máximo de nossos corações completamente tomados pelo Seu amor. Não será este um sonho de Deus para nós, um plano Seu, que portanto não poderá falhar? Porque sabemos, como Jó afirmou dirigindo-se ao Criador em seu livro em 42.2: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.”

 

Senhor, enquanto aguardamos pelos novos céus e nova terra que Tu prometeste, ajuda-nos para que saibamos dar valor à Tua obra perfeita, por ela zelando amorosamente como Tu esperas que façamos, e dela extraiamos as lições de amor de que tanto precisamos, que Tu insistes em nos ensinar, mas que tantas vezes nossos olhos míopes, nossos ouvidos surdos e nossos corações endurecidos impedem que enxerguemos, ouçamos e sintamos no âmago do nosso ser. Assim, certos de que nos ouves e cuidas de nós apesar de sermos como somos, oramos agradecidos sempre no nome santo, justo e precioso do Senhor Jesus. Amém.

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O QUE HÁ DE MELHOR EM NÓS

“Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”. Jeremias 29.12-13 (ARA)

 

 

 

 

O povo de Deus encontrava-se cativo na Babilônia, mas o Senhor não o havia esquecido, e Sua Palavra dirigida a eles naquele tempo ainda é a garantia daquilo que precisamos hoje, porque Ele continua com os braços abertos a nós em amoroso convite, e se nos voltarmos a Ele de todo o coração, podemos ter a certeza inequívoca de encontrá-Lo. Caso neste dia nos aflijam profundos problemas, e até imaginemos que o Senhor se esqueceu de nós, recordemos o que Ele fez ao povo de Judá, dando-lhe um recomeço e tendo-O como o centro da sua vida, e em oração fervorosa de gratidão ofereçamos-Lhe o que há de melhor em nós.

 

 

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BÁLSAMO SUAVE

“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo”. Provérbios 25.11 (ARA)

 

 

 

 

 

 

Alguém disse de forma bem-humorada, – porém verdadeira, – que uma palavra bem dita é sempre bendita. Deus nos concedeu o dom da fala para que a nossa comunicação com nossos semelhantes se faça invariavelmente no sentido do bem, contribuindo para o crescimento espiritual de outrem, buscando construir e nunca destruir com as palavras que enunciamos. Que neste dia em nossas orações roguemos a Deus que nos conceda sabedoria para termos total controle sobre as nossas palavras, e as profiramos sempre no momento oportuno, e elas sejam como bálsamo suave derramado sobre corações feridos.

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