Rude Cruz – Um Hino ao Louco Amor!

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Rude Cruz – Um Hino ao Louco Amor!

Rude cruz se erigiu, dela o dia fugiu / Como emblema de vergonha e dor / Mas eu sei que na cruz / Neste dia Jesus / Deu a vida por mim, pecador / Sim, eu amo a mensagem da cruz / Seu triunfo meu gozo será! / Pois um dia em lugar de uma cruz / A coroa Jesus me dará!

Considerado por muitos cristãos um dos mais populares hinos do século XX, sua letra e melodia foram compostas pelo pastor metodista americano, George Bennard que também foi autor de outros 300 hinos. Bennard nasceu em 4 de fevereiro de 1873, em Ohio, EUA, numa cidade que girava em torno de uma mina de carvão e produção de ferro. Quando ele aceitou Jesus como seu Salvador, ingressou no Exército da Salvação. Desde cedo Bennard aspirava tornar-se um evangelista, mas teve que adiar seu sonho por um tempo, devido à morte de seu, pai pouco antes de ele completar 17 anos. Com essa idade, teve que ser “o homem da casa”, ajudando a sustentar sua mãe e irmãs. Só depois de casar-se que começou suas atividades como evangelista. Ele e sua esposa se tornaram oficiais do Exército da Salvação, pregando nos EUA e Canadá. Depois de um tempo, ele e sua esposa entraram para a Igreja Metodista Episcopal, onde ele foi ordenado pastor, tornando-se um devotado e estimado líder. Nessa época escreveu “Rude Cruz”.

A inspiração para criar esse hino veio quando voltava de um culto muito especial, em que Deus falara com ele. Durante algum tempo, ele esteve envolvido na direção de cultos de avivamento, e, foi justamente depois de voltar de uma das reuniões que tudo aconteceu. Ele passou por uma experiência difícil que o levou a refletir seriamente sobre o significado da cruz e sobre o que o apóstolo Paulo queria dizer quando falou de entrar na comunhão dos sofrimentos de Cristo. Quando Bennard contemplou essas verdades, ele se convenceu de que a cruz, mais do que um símbolo religioso, é, sim, e muito, o coração do Evangelho. Com o coração ardendo com essas verdades, ele começou a escrever o hino no final de 1912.O próprio Bennard deixou um depoimento sobre o processo de sua composição: “A inspiração veio-me entre 1912 e 1913, quando eu estava em Michigan. Foi lá que comecei a escrever Rude Cruz”. Havia estado orando para que o Senhor lhe desse uma compreensão plena do significado da cruz, e, de seu lugar no cristianismo. Quando chegou a “ver” o Cristo da cruz, a cena se revelou como a consumação de uma experiência espiritual: “enquanto contemplava esta cena mentalmente me veio o tema do hino e com ele a melodia. Mas não vinham os versos; uma voz interior parecia dizer-me: ‘espera’. Passaram-se várias semanas de pregação entre Michigan e Nova York, e, de repente a letra veio quase sozinha e a anotei com facilidade. As primeiras palavras que escrevi eram imperfeitas. As palavras finais do hino foram postas dentro do meu coração em resposta à minha própria necessidade”. Pouco tempo depois disso, esse hino foi apresentado em um encontro especial, em 7 de junho de 1913; a primeira vez que ele foi ouvido fora da igreja, foi no Instituto Evangelístico de Chicago. Lá, foi apresentado antes de uma grande convenção e breve se tornou extremamente popular pelo país. Depois de compor esse hino, Bennard continuaria seu ministério por mais 40 anos. Neste período, ainda escreveria outros  cerca de 300  hinos. Depois de jubilar-se do ministério, Bennard recolheu-se para um retiro em Michigan, onde faleceu em 10 de outubro de 1958. (História dos Hinos, de Silas Daniel)

O que a cruz significa para nós? Entre outros significados, a denúncia do mal que fazemos, conforme expressa de forma inspirada Eduardo de La Hera, em “El árbol de La cruz”: “A partir daquela tarde de ignomínia, de trevas e dor, tarde de gritos até um céu negro de tormenta, entendemos o que significam para Deus e para nós mesmos o mal que fazemos, o bem que passamos por alto, o amor que negamos, a mediocridade em que vegetamos. Entendemos bem tudo aquilo que desfazemos e derrubamos, o que não construímos e rachamos com nossas mãos. Compreendemos então a extensão do pecado. Certamente, desde aquela primeira sexta-feira santa calibramos a espessura do mal sofrido e realizado. Na cruz se condensa o pecado dos covardes: daqueles que lavam as mãos, depois de haver pactuado com os interesses do poder para condenar finalmente o justo, como Pôncio Pilatos. Na cruz, se condensa o pecado dos que fazem da religião poder e opressão, daqueles que rasgam as vestimentas, mas não os corações, como Caifás. O pecado dos que se refugiam no poder das leis rituais , e preferem o culto vazio à misericórdia e ao perdão, como os fariseus, escribas e sumos sacerdotes. Na cruz se condensa a frivolidade dos que jogam com as pessoas para divertir-se, entreter-se, imaturos que buscam sinais divinos como se fossem truques de mágica. Idólatras do dinheiro, do prazer e do poder, como o reizinho Herodes. Na cruz se condensa a traição dos que foram amigos, mas acabaram vendendo o amigo, como Judas; a traição dos decepcionados porque esperavam outra coisa. Esperavam que o Cristo empunhasse as armas e começasse a organizar a guerrilha contra os invasores. Na cruz se condensa o cansaço dos bons, a infidelidade dos inconstantes, a fuga dos que deviam haver estado ali, como os discípulos mais próximos e os apóstolos. Na cruz, enfim, se condensam os pecados do mundo; também os nossos, os pecados de todos. E o pecado nos separa de Deus. Aqui reside a desgraça daquele que peca. A cruz nos mostra a dimensão abissal do mal que fazemos, do bem que omitimos, da mediocridade que abraçamos por comodidade ou egoísmo. A cruz enfim, nos desvela a espessura do mal. Sem dúvida, para arrancar-nos dele. Mas Cristo carregou nossos pecados, morreu para que vivamos. Se o pecado é morte, a cruz é vida. Somente contemplando Cristo sofredor na cruz, podemos despertar de nossa modorra espiritual, podemos sair como Lázaro para fora, à luz da ressurreição“

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