O CRISTÃO E A CRISE NACIONAL (3)

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O CRISTÃO E A CRISE NACIONAL (3)

A funesta sequência de crises mundiais não tem sido interrompida ao longo desses últimos 2.000 anos, e hoje podemos afirmar que o mundo todo está em conflito, povoado de desequilíbrios nacionais, regionais, étnicos, econômicos, sociais, ambientais, políticos, morais, migratórios, para citar alguns. É um mundo de desigualdades brutais geradoras de crises, em que as 85 pessoas mais ricas detêm recursos que correspondem aos de mais da metade dos bilhões de pobres, e em que cerca da metade da riqueza está nas mãos de apenas 1% da população; em que apesar do grande avanço tecnológico nas comunicações, boa parte da população é muito mal informada; em que avançados meios eletrônicos permitem a realização de cirurgias à distância e o diagnóstico de doenças que ainda não se manifestaram, mas que apesar disso muitos milhares de pessoas morrem sem qualquer assistência médica, e novas doenças surgem permanentemente; em que a produtividade agrícola cresceu exponencialmente, mas que vê populações inteiras morrerem de fome; em que países desenvolvidos empregam métodos de ensino-aprendizagem de ponta, formando profissionais de elite, enquanto muitos milhões de analfabetos vivem à margem da sociedade; em que o PIB das nações cresce, mas as guerras e o terrorismo proliferam assustadoramente, a corrupção, principalmente em países do 3o mundo é endêmica, as agressões à natureza se multiplicam, provocando graves alterações climáticas por toda a parte, o tráfico e o consumo de drogas se propaga de forma incontrolável, a violência e a criminalidade amplia-se e se espalha sem que as autoridades competentes consigam deter, tudo isso compondo um quadro dantesco e desolador.

 

O artigo 1, § 1 da Constituição Federal do Brasil de 1988 diz em seu parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Belas palavras, que no entanto, em um país com baixo nível de escolaridade, cultura e formação moral (que geralmente andam juntas), pode trazer trágicos resultados, em nada diferentes de outras nações vizinhas da América Latina, que padecem cronicamente dos mesmos males que nosso país.

 

Por isso cabe aqui perguntar: o que esperar de um país corrompido de alto a baixo, que elege governantes corruptos, mentirosos, incompetentes, que não creem em Deus e usam o próximo para auferir riquezas a qualquer preço, muitos deles condenados pela justiça, outros tantos satanistas, muitos sabidamente praticantes de rituais demoníacos? Lembramos então de Jeremias 17.5: Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!”

 

Pelos padrões e poderes humanos, sem dúvida seria utópico imaginar que de repente passassem a pautar suas condutas e decisões pelos altos parâmetros da vontade de Deus expressa em Sua Palavra perfeita. Não, isto estaria muito acima de atitudes provindas de caráteres maus, distorcidos, criminosos, cuja especialidade é engambelar, – para seu proveito próprio, – os menos esclarecidos. Mas, por mais difícil que seja uma pessoa autossuficiente aceitar sua necessidade de voltar-se para Jesus Cristo, confiamos naquilo que Ele nos assegura em Lucas 18.27: “… Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus”. Sim, estes homens precisam ser esclarecidos, iluminados em meio às densas trevas em que vivem, pela palavra radiosa do Mestre, que há mais de 2.000 anos ensinou aos céticos saduceus em Marcos 12.24: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?”Caso eles se voltem humildes ao Senhor e se arrependam de seus muitos pecados, Ele promete em Isaías 42.16: “Guiarei os cegos por um caminho que não conhecem, fá-los-ei andar por veredas desconhecidas; tornarei as trevas em luz perante eles e os caminhos escabrosos, planos. Estas coisas lhes farei…”.

 

Nossa esperança de dias melhores neste país repousa unicamente no agir poderoso de Deus, ao fazermos nossas as palavras de Josafá, rei de Judá, em 2 Crônicas 20.6: “… Ah! SENHOR, Deus de nossos pais, porventura, não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na tua mão, está a força e o poder, e não há quem te possa resistir”E assim nos regozijamos, pois como o profeta exclama em Jeremias 17.7, sabemos que “Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR”, e como Jó 42.2, confiados no poderoso e sapientíssimo agir de Deus ecoamos suas palavras confiantes: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado”.

 

Talvez estejamos neste momento nos queixando, inconformados, perplexos, como o profeta Jeremias 12.1-2: “Justo és, ó SENHOR, quando entro contigo num pleito; contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho dos perversos, e vivem em paz todos os que procedem perfidamente? Plantaste-os, e eles deitaram raízes; crescem, dão fruto; têm-te nos lábios, mas longe do coração”Então Deus nos responde através do profeta no verso 5: “Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro, que farás na floresta do Jordão?”.

 

Como Jeremias, ansiamos pela aplicação rápida da justiça de Deus aos ímpios que prosperam, são poderosos, apesar de todas as suas maldades, mentiras e deslavada corrupção, mas só Ele sabe o momento certo de empregá-la, e contra quem empregá-la. É natural que nos sintamos frustrados, indignados e injustiçados com tantos eventos criminosos de autoria de homens que deveriam zelar pela lei e pela justiça. No entanto, se clamamos por justiça divina, devemos nos dar conta de que nós também seremos objeto da aplicação desta mesma justiça divina que exigimos para os outros. E o que acontecerá conosco se Deus der a cada um aquilo que merece?

 

O Senhor lembra também ao profeta que, se ele se queixa dos dias difíceis que atravessava – como nós podemos estar igualmente fazendo – tudo poderia ser ainda muito pior: se reclamamos da atual situação, como podermos enfrentar com coragem, discernimento e sabedoria um eventual agravamento da conjuntura? Nem sempre as respostas às nossas orações são aquelas que desejávamos. Entretanto, nosso comprometimento com Deus e nossa confiança em Sua providência, devem permanecer inabaláveis, pois é desta forma que a nossa fé é testada.

 

Sabemos que só em Jesus, nosso glorioso Salvador – que veio nos trazer as boas novas do Seu Reino de justiça, paz, harmonia, fraternidade e esperança para cada um individualmente e para todos coletivamente não só aqui na terra, mas especialmente na vida por vir – podemos confiar e encontrar as soluções para todas as crises, porque governantes e governados atuais parecem estar retratados nos Salmos 107.27, quando o salmista diz que, sem Deus, Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino”. Porém, se lhes restar um pouco de sensatez e então voltarem-se a Ele, o Senhor poderá salvá-los de todas as tribulações, como prometem os versos 28-29: “Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR, e ele os livrou das suas tribulações. Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram”.

 

Continua…

 

 

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