Intercessão
Nosso país é considerado cristão, e até alguns proclamam ser a maior nação cristã do mundo. Se assim fosse realmente, não seria de se esperar que a nação fosse a mais pacífica, tolerante, justa, plena de amor e obediente a Deus do planeta? E, por decorrência, a maioria das habitações em suas cidades, vilas e povoados não deveria abrigar famílias que têm Cristo como o centro de suas vidas? Será que tal como os discípulos de Cristo em Atos 2.42, seus moradores podem dizer com convicção que “…perseveram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”? Será que nos apartamentos e casas brasileiros predominam condutas e comportamentos que agradam a Deus, que acatam o alerta de Paulo em Romanos 8.8. “…os que estão na carne não podem agradar a Deus”? Será que neles reina a paz de Cristo e a gratidão a Deus, atendendo à exortação de Colossenses 3.15: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vossos corações…e sede agradecidos”? E há amor verdadeiro, incondicional de uns para com os outros, como Jesus ensinou em João 13.35: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”? A Palavra de Deus é obedecida, como ensinaram Pedro e os apóstolos em Atos 5.29, “Antes importa obedecer a Deus que aos homens”? Existem sempre bons relacionamentos, tolerância, amizade, respeito e consideração no seio das famílias e entre estas e seus vizinhos, como orienta Paulo em Colossenses 3.13: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tiver motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós”? Ou será que estas habitações resumem-se a tristes palcos de conflitos generalizados, de desentendimentos e desamor, tendo se tornado meros abrigos físicos contra o frio e o calor, a chuva, o vento e o sol em excesso, contra a insegurança que domina nossas cidades, assumindo de quebra a função de hotéis, úteis apenas para saciar a fome orgânica de seus membros e oferecer cama para uma noite de sono? Ou pior ainda, será que se transformaram em ídolos, nos quais investimos tempo e recursos financeiros em excesso – em detrimento das coisas essenciais de Deus – ao buscarmos em lugar errado uma satisfação que só Cristo dá? Não estamos absolutamente advogando a ausência de cuidados com a casa, o capricho e o bom gosto, em prol do desleixo. Estamos, isto sim, apontando o exagero com a valorização exclusiva da matéria, condenada por Paulo em 1 Timóteo 6.7-8: “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele; tendo sustento e com o que nos vestir, estejamos contentes”.
Será que no fundo as habitações em que vivemos não passam de cavernas melhoradas mas vazias do essencial, aperfeiçoadas ao longo dos milênios apenas para oferecer mais conforto material e condições sanitárias? Não, a habitação que Deus nos deu não pode ser reduzida a algo tão grosseiro, material, fugaz, egoísta. Não podemos ser cegos a ponto de desdenhar toda a dívida de gratidão que temos para com nosso Pai Celeste, que deu Seu filho amado para que tivéssemos vida, e vida em abundância. Mas trata-se mais do que de gratidão a Ele: a questão que está em jogo é a nossa própria sobrevivência espiritual, que só Ele pode dar na Vida Eterna.
Sabemos que um verdadeiro lar cristão é uma casa em que a família que ali habita tem Cristo como seu centro, e tudo portanto que ocorre neste lar é para Ele e procede dEle. Precisamos compreender que, se Deus nos proveu um lugar de habitação que Ele – por sua infinita graça e misericórdia – transformou em lar cristão, onde poderá haver local mais apropriado de culto cotidiano a Deus, de oração a Ele como centro, a nós próprios e de intercessão pelos outros que este santo lugar? Quando nossas orações são dirigidas a Deus – pelo que Ele é, pelo que Ele faz e pelo que Ele nos tem feito – apresentamos-Lhe nossa gratidão pelas bênçãos derramadas sobre nós; louvor, relacionando todos os feitos de Deus e expressando-os em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu Nome; e adoração, exaltando-O e reconhecendo-O pelo que Ele é, assim respondendo ao amor divino. Quando nós somos o centro das orações, apresentamos a Ele nossas necessidades pessoais. Embora falando com Deus, o foco da oração é a satisfação de nossas necessidades. Vamos a Deus em busca de uma resposta para a alteração de alguma circunstância em nossa vida. Então fazemos orações de petição, apresentando a Deus nossos pedidos – que buscam satisfazer uma carência pessoal – tendo como base uma promessa de Deus; de consagração, postando-nos em completa submissão à vontade do Pai, e ficamos em atitude de espera e total disposição à Sua vontade soberana; e, de entrega, lançando nossos cuidados sobre o Senhor e esperando confiantes no Seu agir. Finalmente, nossas orações também devem ter como centro as outras pessoas, e então vamos a Deus como sacerdotes, como intercessores, sendo portadores das necessidades de outra(s) pessoa(s) ou entidade(s). O motivo fundamental para orarmos é pedir ao Pai para que as circunstâncias na vida de outros seres sejam modificadas. Esta é a oração de intercessão, quando colocamo-nos no lugar de outrem e pleiteamos a sua causa junto ao Senhor. Esta oração é a que comprova mais claramente nossa obediência ao segundo mandamento que Cristo nos deixou em Mateus 22.39, em Marcos 12.31 e em João 13.34, e é uma demonstração explícita de amor ao próximo.
Um exemplo notável de amor, humildade e tolerância para com o próximo as Escrituras nos mostram em Jó, no capítulo 42, verso 10, quando o autor relata: “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuía.” Jó, homem de coração reto e justo – apesar de toda a sua experiência arrasadora de perdas e danos, somada ao ataque daqueles que considerava como amigos – não orou por si mesmo, nem pela restauração de sua saúde e fortuna. Ele intercedeu por aqueles que lhe haviam feito mal e os perdoou! Mas o fato de ter recebido de volta em dobro tudo o que havia perdido, não foi como se tivesse ganho uma aposta por ter sido fiel a Deus. Não, ele não podia de antemão saber como sua história terminaria, ele não tinha planos nem expectativas, apenas um coração contrito. E Deus, que havia permitido que satanás o provasse duramente, promoveu a restauração de sua vida em todos os aspectos, calando o maligno, que permaneceu silencioso e derrotado.
Assim acontece com aqueles que amam a Deus e por isso O obedecem, pois a obediência é um atestado de fidelidade sem o que não pode haver verdadeiro amor ao Pai.
Senhor, ajuda-nos para que em nossos lares cristãos sigamos o extraordinário exemplo de Jó, de fidelidade a Ti, de humildade e tolerância heróica, e sejam quais forem as circunstâncias, jamais cessemos de orar a Ti, principalmente intercedendo por nossa nação, pelas autoridades constituídas e pelo povo brasileiro, para que nosso país seja verdadeiramente cristão – e pela Igreja de Cristo e por missões – para que a Tua Palavra alcance todos os povos da terra.
Adélia Paz
6 de março de 2012 at 0:42Por favor orem por mim e por Josias Oliveira, somos noivos e com casamento marcado para 01/05/2012. Agora ele quer desistir mas em nome de Jesus isto vai mudar. Eu creio num milagre de Deus em nome de Jesus Amém!