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CHEIOS DO ESPÍRITO
Vivemos dias maus, cada vez piores em todo o mundo, com conflitos incessantes entre as nações, gerando desentendimentos de ordem econômica, social, política e humana, onde o predomínio de guerras, genocídios, corrupção, ganância e ameaças bélicas são a tônica. Mas, acima de tudo, predomina a ausência de Deus, a cegueira completa a respeito dos verdadeiros e eternos valores que Ele estabeleceu e que são olimpicamente desprezados pelas lideranças das nações, em especial as mais poderosas, dominadas pelo materialismo e pelo aqui e agora nefasto, cego e surdo para os elevados valores do espírito que Cristo pregou.
Então lembramos de Paulo que em sua carta aos Efésios 5.15-18, assim exorta a que nós cristãos vivamos uma vida sensata, equilibrada, orientados pela Palavra Eterna, Infalível e Inerrante de Deus: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E (…) enchei-vos do Espírito”.
Nesta passagem o apóstolo nos mostra que uma das características da verdadeira vida cristã é a maneira responsável, equilibrada, sensata, de viver. Devemos lidar com a vida com a sabedoria de quem conhece a Deus e a sua verdade. Quem vive com sabedoria é prudente, sóbrio e ao enfrentar uma situação de difícil solução, se pergunta: como Jesus agiria se estivesse em meu lugar? Por isso nossa atitude como cristãos deve ser invariavelmente a de consultar ao Senhor em oração antes de agir, de modo a ter a certeza de que aquilo que se pretende fazer glorificará o Seu nome.
Aquele que vive com sabedoria procura usar bem o tempo. O que significa remir o tempo? Significa tirar o máximo proveito possível de cada minuto que Deus nos concede, vivendo uma vida sensata, equilibrada, santa, pois quatro coisas não retornam jamais: a pedra lançada, a palavra proferida, a ocasião perdida e o tempo de vida que o Senhor nos concedeu.
Por isso, um dos maiores cuidados que deveríamos ter na vida é com o tempo que Ele nos proporciona cotidianamente. Por quê? Em primeiro lugar, porque o nosso tempo de vida é curto; em segundo, porque nunca mais viveremos esta vida; em terceiro, porque o tempo é uma dádiva de Deus que nos coloca diante de inúmeras possibilidades, e em quarto lugar, porque o tempo é irrecuperável.
John Stott no seu comentário sobre a carta aos Efésios diz o seguinte: “… alguém colocou um anúncio certa vez da seguinte forma: ‘perdidas, ontem, em algum lugar entre o nascer e o por do sol, duas horas de ouro, cada uma cravejada com sessenta minutos de diamantes. Mas nenhuma recompensa é oferecida, pois foram-se para sempre’”.
Paulo afirma que os dias são tão difíceis que precisamos ser sábios para aproveitar as oportunidades que Deus, pela sua graça, nos concede em meio ao caos da vida na presente era. E Deus costuma nos dar a cada dia inúmeras oportunidades: falarmos de Jesus, proclamarmos a Sua Palavra, nos reconciliarmos com alguém, tudo fazermos para crescer espiritualmente, buscarmos a Sua face e servi-Lo, são alguns exemplos. Mas, atenção: alguém já disse que a oportunidade bate, mas é preciso que abramos a porta!
Costuma-se dizer que Deus tem duas espécies de vontade para as nossas vidas: a primeira é chamada de vontade geral, que diz respeito àquilo que Ele deseja que o Seu povo seja e faça. Esta vontade pode ser conhecida através da Bíblia, que é a Sua palavra. Faz parte desta vontade viver para a glória do Seu nome, amá-Lo com todo o nosso ser e amarmos ao próximo como a nós mesmos. A segunda é chamada de vontade específica, que tem a ver com o plano individual que Ele tem para cada um de nós. Esta última tem a ver com a escolha da profissão, do cônjuge, do ministério na igreja, da cidade onde vamos morar. Esta vontade não é encontrada na Bíblia, mas a Palavra de Deus nos dá os parâmetros seguros, as direções corretas para as nossas escolhas e decisões.
A vida normal do cristão deve ser uma vida cheia do Espírito. Quando assim estamos, nos apegamos à Palavra, e o Espírito é quem a ilumina e a aplica em nossas vidas. Mas, ao contrário do que alguns pensam, não são necessárias regras litúrgicas, manifestações exteriores de êxtase ou de emoção para revelarmos estar cheios do Espírito. Ser cheio do Espírito Santo é ser cheio de Cristo e permanecer nEle, que nos ensina em João 15.1-17: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros”.
Ser cheio do Espírito tem uma dupla significação: Jesus, que veio salvar o perdido pelo poder do Espírito, produzirá através de nós, como resultado, almas ganhas para Ele que então nos assegura em Mateus 4.19: “… Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”.
Por outro lado, à medida que o Espírito nos controla, amadurecemos em Cristo e o fruto do Espírito se torna cada vez mais evidente em nossas vidas, passando a expressar-se da forma como Paulo ensinou em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.
Concomitantemente, a Palavra de Deus se tornará mais significativa para nós, e ela é a base do nosso crescimento espiritual, é o que Paulo mostra em Colossenses 3.16: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”.
Senhor bendito, vivemos em um mundo que jaz no maligno, por isso somos o tempo todo ameaçados pela mundanidade reinante, onde os Teus valores, Senhor, são postergados, desprezados, colocados em plano secundário, em favor das questões carnais, materiais, físicas, em frontal desconformidade com a Tua Palavra. Mas nós que somos Teus, Pai, desejamos nos afastar completamente do domínio das obras da carne, vivendo sempre cheios do Espírito, totalmente entregues a Cristo Jesus em humilde submissão à Sua vontade perfeita e soberana. É assim que oramos contritos e agradecidos no nome santo de Jesus, que está acima de todo nome nos céus e na terra. Amém.
12 de abril de 2025
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