Matrimônio

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Matrimônio

A Palavra de Deus deve permear e envolver o indivíduo, a Igreja e o casal. Quando o Senhor criou o primeiro casal, estava na verdade criando a primeira família, a célula geradora da própria humanidade sobre a terra. E assim a Criação foi iniciada pelo poder da Sua Palavra, quando “Disse Deus…”, em Gênesis 1.

As verdades de Deus são imutáveis, perduram para sempre, e este fato incontestável, comprovado pelas gerações que sucederam ao primeiro casal, obviamente vale para os nossos dias.  Mas por que há tantos problemas, desajustes, desencontros – que é o que acontece na vida dos casais hoje em dia – onde deveria justamente haver convergência, somatória e união?

Diz-se que a família atualmente está em crise. Isto não deve causar nenhuma surpresa, uma vez que o seu elemento gerador – o casal – encontra-se em profunda crise de identidade, permanência e função, ao afastar-se, ou desconhecer a vontade de Deus, Seus preceitos e determinações para a vida matrimonial, com base numa suposta “modernidade”, e numa discutível “liberdade”. Desta forma o casal tende a deixar de existir como célula-base concebida pelo Criador para consolidar e abençoar a família, como Ele mesmo prometeu a Abraão, dizendo: “Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra”.

Alguém já disse que no casamento vivem-se o melhor e o pior de dois mundos, dias no céu, mas também dias no inferno. Será por este motivo que perseverar no matrimônio é tão difícil para muitos, enquanto que persistir, por exemplo, na luta por glórias no esporte, onde a vitória vem acompanhada da exaltação do ego e da satisfação pessoal sempre objeto de comemoração, sem cobrar tanto da condição emocional e por tanto tempo?

E será que a inexistência, no casamento, da conquista de medalhas, taças, louros, ganhos financeiros e fama ao vencedor, representa uma falta de atrativo para a perseverança dos cônjuges? Ou será que o egocentrismo, a necessidade de dominação, de prevalência das próprias opiniões e desejos, revelando necessidade irrefreável de autoafirmação e desamor pelo outro, em detrimento da grandeza de uma atitude de renúncia pessoal que eleva quem a tem, acabam sendo mais importantes? Quem sabe trata-se de uma somatória de desvios de conduta? Afinal, tudo fica praticamente entre quatro paredes, não é? Será que aqueles que inconscientemente deixam de perseverar na manutenção e conquista de um casamento, avaliam a relação custo-benefício do investimento a ser feito, e concluem que não vale apena, ao considerar que fora de casa há tantas opções de parceria? E onde está a tolerância, a longanimidade, a bondade, a compreensão que Deus nos ensina a ter para com o próximo, ao tê-las para conosco? E o compromisso firmado perante Deus e os homens, onde fica?

Uma coisa, porém, é certa: quem assim age, está literalmente desdenhando tudo o que Deus determinou com perfeição sobre o matrimônio – amor, alegria, união, crescimento conjunto, segurança emocional, família equilibrada – e inevitavelmente colherá o que semeou – tristeza, dor, culpa, filhos problematizados, conflitos sem fim, solidão.

É necessário, portanto, uma mudança de atitudes, de mentes, uma verdadeira metanoia conjugal, onde cada um dos cônjuges reajusta sua maneira de pensar, suas ideias, seu modo de viver e de se relacionar com o outro, ao adquirir uma nova maneira de olhar a realidade, deixando de agir de forma egocêntrica, atentando para o que Paulo orienta em Efésios 4.21-23 (ARA): “… é a verdade em Jesus, (…) que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. Renovação constante, assim, deve ser a tônica do relacionamento conjugal, pois ambos precisam compreender que, se fizerem sempre as mesmas coisas, conduzindo-se constantemente segundo os velhos maus hábitos, os resultados que colherão serão inevitavelmente os mesmos.

E aqui reside uma condição sine qua non para que o matrimônio seja feliz: o seu centro tem que estar entregue nas mãos de Deus, e de mais ninguém, Sua Palavra deve ser o balizador dos pensamentos e das ações do casal, que, unidos em um só propósito são guiados pelo Senhor, através do Seu Santo Espírito, obedientes ao que Ele determina. Esta é a fórmula perfeita. Lembremos, a propósito, o que Paulo, em 1 Coríntios 6.19 (ARA), ensina: Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.

E é o mesmo Paulo que em Efésios 5.22,24-25,27-28 (ARA), fornece orientações práticas de conduta segundo a vontade de Deus, dirigidas a todos nós, nos dias de hoje: As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja... Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (…). Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. E conclui reafirmando no verso 33 (Bíblia Viva): Portanto, eu torno a dizer; um homem deve amar sua esposa como parte de si próprio; e a esposa deve cuidar de respeitar profundamente o marido – obedecendo, elogiando-o e honrando-o.

Senhor, obrigado porque através da Tua Palavra nos ensinas tudo o que precisamos saber, sob todos os aspectos da nossa existência, e a união matrimonial tem papel de relevo nos Teus cuidados para conosco. Ajuda-nos, Pai, a recepcionar e guardar com zelo em nossos corações o que preceituas para nossa vida, e dá-nos amor, força e discernimento para colocar em prática, dia após dia, a maneira como desejas que nos conduzamos a respeito do matrimônio. Em Cristo Jesus assim oramos agradecidos. Amém.

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