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REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA HUMANA – RESSURREIÇÃO
Como muitos que não conhecem a Cristo, o advogado e jornalista inglês Albert Henry Ross, conhecido pelo pseudônimo de Frank Morison, era completamente cético, e então decidiu provar que a ressurreição de Cristo era apenas um mito. Na época ele escreveu em seu jornal: “Eu queria focar nesta última fase da vida de Jesus, com todo seu drama rápido e pulsante, seus antecedentes distintos e claros de antiguidade, e seu tremendo interesse psicológico e humano – tirar a sua exuberância de crenças primitivas e superstições dogmáticas, e ver esta grande pessoa como ela realmente era”.
Morison descobriu então, após exaustivas pesquisas, que não existe qualquer registro de algo parecido com a cena de um grupo de homens em frente ao sepulcro de Jesus, unindo forças para tentar remover uma pedra cujo peso poderia chegar a várias toneladas, e isto depois de terem passado pelo obstáculo da guarda romana.
Após analisar este e vários outros pontos daquele incrível evento, as acuradas investigações de Morison produziram justamente o resultado contrário ao que inicialmente o motivara a escrever o livro. E ao invés de permanecer cético, em lugar de escrever um relato pormenorizado e contundente do mito, desmentindo o que supunha ser uma falácia, tornou-se cristão e escreveu uma defesa da ressurreição em um livro de forma simples e direta denominado “Quem Moveu a Pedra?”!
No extremo oposto da falta de fé, um dos mais renomados evangelistas de todos os tempos, Billy Graham, conta que foi convidado para tomar o café da manhã com o então poderoso político Konrad Adenauer, antes de ele se afastar do cargo de Chanceler da Alemanha. “Quando cheguei” – relata – “esperava encontrar um homem forte e normal, capaz de ficar embaraçado se eu lhe falasse de religião. Após os cumprimentos, o Chanceler virou-se para mim, repentinamente, e perguntou: ‘Sr. Graham, qual é a coisa mais importante do mundo?’ Antes que eu respondesse, ele tinha pronta a sua resposta: ‘A ressurreição de Jesus Cristo. Se Jesus Cristo está vivo, então resta uma esperança para o mundo. Se Jesus Cristo está no túmulo, não vislumbro esperança alguma no horizonte’. E voltou a me surpreender ao dizer que tinha a ressurreição de Cristo como um dos fatos mais seguros da história. Disse ele ainda: ‘Quando deixar o cargo, pretendo passar o resto de minha vida reunindo provas científicas da ressurreição de Jesus Cristo’. Foi o fato da ressurreição de Cristo que levou os discípulos a trabalharem como revolucionários apaixonados e pioneiros na transformação do mundo do seu tempo. Eles pregavam que Cristo estava vivo. Esta deve ser a nossa mensagem, não só na Páscoa, ou no Natal, mas em todos os dias do ano.”
O Novo Testamento afirma que Jesus Cristo foi o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos, e após a Sua ressurreição relatada em Lucas 24.36-48, o próprio Jesus lembrou aos discípulos atônitos que ela já havia sido profetizada no Velho Testamento, afirmando que “… Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia…”, o que mais tarde Paulo, em 1 Coríntios 15.3-8, lembra à igreja de Corinto enfatizando a extraordinária importância da ressurreição.
Embora a ressurreição de Cristo não tenha tido testemunho humano, as abundantes provas deste evento incontestável apóiam-se nas predições do próprio Jesus em Mateus 12.39, 40; 17.23; 20.19; 26.32; Marcos 8.31; 9.9, 31; 10.34 e João 2.19; 16.16; nos depoimentos das Suas aparições registradas nos evangelhos de Mateus 28.16-20; Marcos 16.14; Lucas 24.13-53; João 20.19-29, e as citadas por Paulo em 1 Coríntios 15.3-8; nas aparições às mulheres em Mateus 28.1-10; Marcos 16.1-9; Lucas 24.1-12; João 20.15-18; nas promessas do Cristo ressurreto feitas em Atos 1.8 e cumpridas com o derramar do Espírito Santo no Pentecostes em Atos 2.1-4; na reanimação do grupo de apóstolos que havia esmorecido com a morte de Jesus, o que, como conseqüência, produziu o nascimento e a expansão incrivelmente rápida da Igreja; e na profunda mudança de atitude dos apóstolos, que da covardia demonstrada até pouco antes, tornaram-se cheios de intrepidez, ousadia, entusiasmo, poder e entrega, chegando até ao martírio por Cristo.
A ressurreição de Cristo é o fundamento do Evangelho, e significa a vitória definitiva de Deus sobre a morte, como Paulo de forma tão magistral registrou em 1 Coríntios 15.55: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”
Nas Escrituras, Cristo – e posteriormente Paulo – confirmou, ampliou e definitivamente estabeleceu a doutrina da ressurreição geral e concomitante de todos os mortos – tanto salvos quanto perdidos – na consumação dos séculos profetizada por Daniel 12.2: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”.
Nosso Senhor não deixa dúvidas quanto à ressurreição simultânea de crentes e incréus em João 5.28-29: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.”
Em 1 João 3.2, o apóstolo anuncia, “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é”, o que nos garante que o cristão ressurreto será semelhante ao Seu Senhor, pois o pecado e suas consequências terão sido totalmente expurgados de seu novo ser.
Nosso corpo, na existência terreal, foi criado para se adaptar às necessidades desta vida; após a ressurreição, seremos dotados de corpos adequados às funções de ordem espiritual, para continuarmos a servir a Deus, como Paulo ensina em 1 Coríntios 15.44: “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.”
No mesmo capítulo da primeira carta aos coríntios – nos versos 35 a 54 – o apóstolo traça de forma didática e muito clara uma imagem de como será nosso corpo ressurreto: uma dádiva do Criador, uma recriação que mantém os vínculos essenciais com a velha criação, excetuando a corruptibilidade, a carnalidade, a materialidade, a mortalidade e a atual adequação orgânica, porém conservando a posse de perfeitas faculdades cognitivas e volitivas.
Nos versos 35 a 38, Paulo também ensina que a ressurreição transforma o homem de natural em espiritual, mantendo contudo entre a vida terreal e a vida eterna um vínculo essencial de continuidade – porém não de qualidade – empregando a figura da semente lançada à terra e a planta que dela brota. E o apóstolo conclui no verso 42: “Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória”, mostrando assim o claro objetivo da ressurreição: aperfeiçoar o crente para o serviço eterno ao Criador.
Se a Palavra de Deus nos elucida suficientemente sobre a vida futura do crente ressurreto, pouco nos diz a respeito do que acontecerá com o ímpio ressurreto, e apenas podemos inferir que colherá frutos opostos aos dos salvos, isto é, na sua ressurreição continuará carregando os efeitos dos pecados e a corruptibilidade da vida na terra. Para ele também por certo valerá o princípio de semeadura e colheita, apenas que, por ter semeado corrupção e não ter sido regenerado, colherá igualmente corrupção; por ter semeado desonra, colherá ignomínia. Sua alma terá a consciência maximizada do pecado e da culpa, e por não poder contar com a consolação do Espírito Santo, viverá em tormento eterno, totalmente afastado de Deus. Sua condição de sofrimento será imutável, permanente; seu corpo, mal utilizado e conspurcado na passagem pelo mundo, será o veículo e a mostra inegável da corrupção em que viveu, e que o levará à morte eterna cheia de malignidade, destituída de qualquer virtude, terrivelmente insuportável e sem qualquer possibilidade de reversão.
Lembremos novamente de Jesus Cristo em Lucas 16.22-25 – quando relata a parábola do homem rico e de Lázaro – dando-nos uma clara idéia do destino dos injustos: uma prisão horrível, um lugar de trevas e fogo inextinguível, onde o tormento é perpétuo e de intensidade permanente, sem a presença consoladora de Deus, que se ausentou para sempre. Em Mateus 25.41, Jesus diz: “… Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” e Ele mesmo, em Apocalipse 21.8, refere-se igualmente a esta futura realidade.
Segundo o Novo Testamento, não há dúvida de que os ímpios chorarão e rangerão os dentes em agonia eterna no inferno (Gehenna), pois o amor de Deus é imensurável, mas Sua justiça é implacável, caso contrário Ele não seria justo. Por isso o homem incrédulo é tragicamente néscio ao não conscientizar-se de que o inferno é uma opção terrena que ele próprio faz quando, pelo ceticismo, e apesar de sua total falta de humano merecimento, rejeita a graça da salvação oferecida misericordiosamente por Cristo.
Amado Deus, nós Te agradecemos por Tu um dia teres permitido que fizéssemos parte da Tua família. Obrigado, Senhor, pela certeza da salvação em Cristo Jesus, pela ressurreição para a vida eterna que Tu nos garantes, pela convicção de que habitaremos conTigo na Nova Jerusalém, servindo-Te pelos séculos dos séculos. Capacita-nos, Pai, enquanto há tempo, a cooperarmos eficientemente conTigo na busca da salvação dos perdidos. No nome inefável de Jesus nosso Salvador oramos com júbilo e gratidão. Amém.
26 de dezembro de 2020
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