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A OBRA DE CRISTO
Quantas vezes vemos os homens manifestarem profunda admiração pelas obras de seus semelhantes, e desconsiderando o inexcedível, sublime, extraordinário trabalho que Cristo Jesus realizou no mundo em apenas 3 anos do Seu ministério terreal! Como exemplo dessa constatação, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, inaugurou a torre Burj Khalifa, considerada o prédio mais alto do mundo, com mais de 800 metros de altura e 160 andares; e a maior ponte do mundo? A Ponte de Danyang-Kunshan na China é a mais longa que existe com 164,8 quilômetros de extensão, parte em terra e parte sobre o mar. E por aí vai o insaciável apetite humano pela obra cada vez maior, pelo sempre mais espetaculoso empreendimento, aquele que bate todos os recordes e é publicado no Guiness Book, reafirmando vez após vez o que desde tempos imemoriais tem sido uma característica humana: a megalomania.
Na antiguidade, as assim denominadas sete maravilhas do mundo antigo incluíam a Pirâmide de Quéops, que durante mais de 4.000 anos foi a construção mais alta feita pelo homem; os Jardins Suspensos da Babilônia compunham-se de seis terraços artificiais cobertos por árvores e flores, apoiados por colunas com alturas variando de 25 a 100 metros; a Estátua de Zeus em Olímpia, media de 12 a 15 metros de altura, era construída em ouro e marfim e adornada com pedras preciosas; o Templo de Ártemis em Éfeso, era o maior e mais famoso do mundo antigo; o Mausoléu de Halicarnasso, foi o suntuoso túmulo que a rainha Artemísia II de Cária mandou construir sobre os restos mortais de seu irmão e marido, o rei Mausolo; o Colosso de Rodes era uma gigantesca estátua do deus grego Hélios colocada na entrada marítima da ilha grega de Rodes, e era toda em bronze, tinha 30 metros de altura e pesava setenta toneladas, enquanto que o Farol de Alexandria era uma torre de mármore situada na ilha de Faros, próxima ao porto de Alexandria, no Egito, no alto da qual ardia uma chama que, através de espelhos, era visível até uma distância de 50 quilômetros.
Alguém tem sabido ou visto ultimamente estas obras maravilhosas, majestosas, exponenciais, únicas? Que fim levaram estas grandes conquistas do homem? Apenas restam ruínas, pó, elas voltaram às suas origens, deixando definitivamente de ser o orgulho de ricas nações e de seus reis presunçosos.
Mas apesar das evidências que a história e o tempo insistem em mostrar, o homem, cego por satanás, o rei deste mundo, não percebe que as coisas da matéria são passageiras, efêmeras, que não levam a nada, e que as obras que contam, que verdadeiramente têm importância e significado, são “… as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus”, como Paulo em Colossenses 3.1 tão bem explicita.
Porque nós que somos de Cristo, que conhecemos a Sua Palavra, sabemos, pela graça de Deus, que a verdade está naquilo que é eterno e invisível aos olhos, como Paulo ensinou em 2 Coríntios 4.18: “… não atentando nós nas coisas que se veem, mas sim nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, enquanto as que se não veem são eternas”.
O grande pregador e evangelista Billy Graham, certa vez disse: “Jesus trabalhou durante toda a sua vida. Mas o maior trabalho que ele realizou não foi o da carpintaria, nem o milagre da festa em Caná, quando transformou a água em vinho. Seu maior trabalho não foi curar os cegos e surdos, dar voz aos mudos, nem tão pouco ressuscitar os mortos. Seu maior trabalho não foi ensinar sobre a sua autoridade, ou denunciar a hipocrisia dos fariseus. Seu maior trabalho não foi o grande programa ético que apresentou à humanidade, o fundamento da cultura ocidental. O maior trabalho de Cristo foi realizado nas três horas sofridas que passou no Calvário, ao morrer por nós.”
A grande verdade das Escrituras com relação aos pecadores é que Cristo atraiu todos ao Seu corpo quando foi levantado da terra na cruz e, desse modo, realizou uma morte compartilhada com todos nós, o que significa que morremos com Cristo, como Paulo em Colossenses 3.3 afirma: “… porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”.
E uma vez mortos para o pecado em Cristo, ganhamos a vida com Cristo na Sua ressurreição, ou seja, perdemos a nossa vida juntamente com Cristo e recebemos uma nova vida na ressurreição. A obra de Cristo não objetiva simplesmente reformar a nossa velha vida, mas sim crucificá-la: Cristo tira a nossa vida egoísta na cruz e nos dá outra vida na ressurreição. Deus não aproveita nada de nossa antiga vida, totalmente contaminada pelo pecado, Ele a crucifica e substitui pela nova vida em Cristo. A vida que salva o pecador é a vida ressuscitada, porque não há salvação sem ressurreição e não há ressurreição sem a morte da velha vida.
Deus não fez o homem para a morte ou a perdição, como lemos em 1 Coríntios 15.21,26: “Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos…Ora, o último inimigo a ser destruído é a morte”. A morte de Cristo é o fim do império da morte, e a sua ressurreição o início do Reino da Vida Eterna para todos os que nEle creem, nas palavras de Jesus em João 3.15: “…para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.”
Um dia estávamos todos perdidos, apartados e inimigos de Cristo, vivendo nas trevas da ignorância da Sua Palavra e Ele nos salvou para nos dar uma vida com abundância, como declara em João 10.10: “…eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” E se hoje estamos salvos, é somente por Sua infinita graça e misericórdia sem limites.
E a obra de Cristo é suficiente e eficaz, demonstra o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15.1-8, quando relembra que o evangelho que fora por ele pregado era o responsável pela salvação de muitos: “Ora, eu vos lembro, irmãos, o evangelho que já vos anunciei; o qual também recebestes, e no qual perseverais, pelo qual também sois salvos, se é que o conservais tal como vo-lo anunciei; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo.”
Ainda em 1 Coríntios 15, nos versículos 14 e 19, Paulo afirma que se a obra de Cristo foi uma mera invenção humana, se o Seu sacrifício na cruz não foi o suficiente para a salvação do pecador, se a Sua ressurreição não aconteceu, e se a vida eterna é uma fábula piedosa, a nossa fé seria vã, a nossa mensagem seria mentirosa, e nós seríamos de todos os homens os mais dignos de lástima: “E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé… Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.”
Mas graças à eficácia da obra de Cristo na cruz, nós nos reconciliamos com Deus, ensina Paulo em Colossenses 1.21-22: “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis…”. E é dessa forma que nos tornamos Seus filhos, ao crermos em Cristo como nosso único e suficiente salvador, é o que o apóstolo João 1.12 declara: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome…”.
Numa perspectiva que vai muito além da simples visão terreal, a morte do corpo não passa de um incidente físico passageiro em meio a uma existência imortal eterna, assim os salvos que morrem devem ser merecidamente invejados, enquanto que os pecadores que vivem iludidos por sua descrença devem ser igualmente lamentados. Para o cristão, a morte física é o êxodo, é o içar das âncoras, é a chegada ao lar. Aqui somos navios ancorados; na morte estaremos em nosso verdadeiro, maravilhoso e eterno elemento, como o próprio Senhor Jesus asseverou em João 5.24: “Em verdade, em verdade vos digo quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”.
A obra de Cristo é perfeita, porque antes de regenerar o corpo regenera o espírito. Mesmo com um corpo mortal sujeito ao pecado, fomos regenerados pela vida de Cristo e podemos viver uma vida de profunda santidade aqui e agora na terra, como Paulo afirma em Romanos 8.1-2: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”
As pessoas desejam uma longa vida na terra, mas Jesus nos promete algo infinitamente melhor, a vida eterna com Ele em Seu Reino, que não é aqui na terra, como afirmou a Pilatos em João 18.36, dizendo que“O meu reino não é deste mundo…”, que na verdade é de Satanás, o seu príncipe, como o Senhor Se refere em João 12.31, 14.30 e 16.11, e que 1 João 5.19 reafirma: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”.
Assim como nos dias de Noé, quando Deus se entristeceu e erradicou pelas águas a humanidade de então (Gênesis 7.11,21-23; 2 Pedro 2.5, 3.5-6), com a segunda vinda de Cristo haverá juízo para toda a humanidade (Isaías 66.16; Apocalipse 20.11-15). E tal como houve salvação nos dias de Noé, também agora existe salvação para os que creem; naqueles dias a salvação foi pela arca, mas hoje a salvação é por meio de Jesus Cristo, como Pedro, cheio do Espírito Santo, vigorosamente expôs às autoridades judaicas em Atos 4.12, afirmando: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”.
Deus nos criou para uma vida abundante no Espírito, pois desde o princípio é nítido nas Escrituras que o plano de Deus sempre foi conceder a presença vivificante do Seu Espírito em nós, e Ele foi o agente principal dos Atos dos apóstolos, o que nos foi possibilitado pelo sacrifício vicário de Cristo na Cruz do Calvário, escreveu o profeta Jeremias 29.11-13: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”.
Mas não podemos esquecer que Jesus Cristo nos alertou que teríamos aflições neste mundo, e precisamos compreender que o sofrimento faz parte da vida na carne, e que a felicidade não é a simples ausência de conflitos, mas sim o regozijo de nos assemelharmos a Cristo, como 1 Pedro 4.13 exorta: “… alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando”.
Muitas pessoas já ouviram falar de Deus e aceitaram a Jesus Cristo em seu coração, mas ainda não desfrutam de vida abundante. Levam uma vida sofrida e triste, falta-lhes a alegria e as bênçãos do céu, porque a vida abundante que Deus oferece depende também da disposição humana e precisa ser procurada, buscada de todo coração. Quem quer viver com e para o Senhor precisa ir ao encontro dEle, e esta busca significa o estudo diário da Palavra, o arrependimento sincero e o abandono dos pecados, a oração fervorosa e constante, a confiança absoluta no Senhor e a entrega de tudo, de absolutamente tudo, ao Seu soberano controle, pelas razões que Ele nos mostra em Isaías 55.8-11: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra e a fecundem e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a designei”.
Amado Senhor Deus, permita-nos agora orar a Ti em nome de Jesus, louvando-Te ao fazer nossas as sublimes palavras da doxologia maravilhosa que Paulo compôs em Romanos 11.33-34, que bem expressam o que nos vai na alma: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
18 de junho de 2022
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