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CULTO RACIONAL (2)

Atualmente em muitas igrejas o culto a Deus se transformou em espetáculo tecnológico elaborado, repleto de luzes, cores e sons, realizado em templos requintados, feito meramente para impressionar os sentidos físicos, como se fossem verdadeiros shows onde o crente, ao invés de ser tocado no recôndito de seu ser pelo Espírito, é envolvido apenas sensorial e superficialmente, como se estivesse participando de uma festa rave. O pastor Ricardo Barbosa, na Revista Ultimato de jan-fev/2013, pg. 33, escreveu com propriedade a respeito: “A simplicidade a pureza do evangelho já não provocam prazer na maioria dos cristãos ocidentais. A sofisticação da igreja, sim. É o vaso tornando-se mais valioso que o tesouro contido nele. Se a música não estiver no volume perfeito, o ar condicionado no ponto exato, a pregação no tempo apropriado, com conteúdo que agrade a todos os paladares e com o bom uso dos aparatos tecnológicos, talvez eu não me agrade desta igreja. (…) É cada vez mais fácil encontrar cristãos que acharam a “igreja certa” dos que os que simplesmente encontraram o evangelho. (…) A maior deficiência do cristianismo não está na forma, mas no conteúdo.”

 

Outras vezes a liturgia empregada pela igreja nos cultos é tão afetada pela vontade humana, que até parece que o homem é quem deve controlar a participação de Deus, e não o contrário. Alguém já disse que há igrejas em que parece acreditar-se que Deus é surdo, tal o volume das vozes de pastores e fiéis e da assim chamada “música” percutida por baterias e guitarras alucinadas. Ora, sabemos que a música nos influencia, e segundo alguns pesquisadores, chega a afetar o caráter individual e a sociedade, pois absorvemos os sons que acabam exercendo uma ação psicológica sobre os pensamentos, o bem-estar, as emoções, a saúde e o comportamento.

 

Em muitas igrejas também observa-se uma busca incontida pelo aumento do número de fiéis, e no afã de atraí-los, lançam mão de todos os expedientes possíveis, procurando ir ao encontro daquilo que entendem seja a vontade das pessoas, amoldando-se assim aos padrões do mundo, com isto contrariando a Palavra de Deus em Romanos 12.2 (NVI): “Não se amoldem ao padrão deste mundo…”. É o mundo invadindo a igreja, na contramão da vontade de Deus, que deseja, isto sim, que a igreja invada o mundo.

 

Uma das formas de culto que tem sido muito utilizada é o que estão chamando de “louvorzão”: nesta modalidade, os fiéis cantam e dançam de forma muito descontraída e animada, como se estivessem participando de uma festa profana, esquecendo o que 1 Coríntios 14.40 (NVI) ordena: “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem.” Sem decência e ordem o culto nunca será racional, e sim irracional, feito instintivamente, sem critérios e razões emanadas de Deus que justifiquem os procedimentos adotados. O reino de Deus é um reino de total e completa decência e ordem, onde jamais haverá espaço para improvisações e “jeitinhos”.

 

Basta observarmos a extraordinária organização de toda a Sua Criação: da ordem estrutural de um átomo, cuja extraordinária configuração é similar à de um sistema solar, passando pela maravilhosa organização do corpo humano, com todos os seus sistemas funcionando em perfeita harmonia, sem o que não haveria vida, chegando até às gigantescas galáxias: tudo trabalha com extrema ordem e sincronia. Tudo em Deus é organizado e correto, porque é para a Sua honra e glória, e assim deve ser o culto a Ele. Não se trata, é claro, de defender a imobilidade, a passividade, a inércia e passividade dos crentes no culto, ali postados como se fossem estátuas vivas, porém é preciso que os limites estabelecidos pela Palavra sejam observados.

 

Outro modo de cultuar que vem sendo apregoado e empregado em igrejas, é o que denominam “cristoteca”. Voltado especialmente para os jovens, defende a tese de que o afastamento da juventude das igrejas deve-se ao fato de que a atração exercida pelas discotecas e ambientes assemelhados é maior que pelas coisas de Deus, e que por isso é preciso adaptar-se ao que desejam, para trazê-los de volta. Com isto transformam as igrejas em locais onde se ouve e dança música profana, satânica, simplesmente porque atende ao mau gosto mundano predominante na geração mais nova, carente de cultura musical mais sólida. E ainda alegam que em tais condições ambientais é possível louvar, orar e adorar a Deus! Mas são práticas que não encontram respaldo bíblico, apresentando apenas muita agitação e pouco conteúdo, muito barulho e pouca mensagem, por isso são inaceitáveis para o verdadeiro culto cristão.

 

Na dispensação do Velho Testamento, os crentes judeus ofereciam sacrifícios de animais ao Senhor, mas nós, crentes cristãos, ao invés de oferecermos algo fora de nós, entregamo-nos a nós próprios como sacrifícios vivos, santos e agradáveis a Ele. Oferecer o nosso corpo, o nosso ser inteiro, como sacrifício vivo a Deus é o que Ele espera de nós, é o nosso culto racional, pois é a adoração que envolve todas as nossas capacidades racionais como criaturas redimidas.

 

Paulo empregou a palavra grega latreia, que na Bíblia versão ARA foi traduzida por culto em João 16.2 e em Romanos 9.4;12.1, e por serviço sagrado em Hebreus 9.1,6, denominando a nossa adoração ao Senhor, mas a mesma palavra pode abranger qualquer ato de obediência que honra o nome de Deus. Conhecedores do grande amor de Deus, que nos criou à Sua imagem e semelhança, e que nos concedeu gratuitamente a salvação em Cristo Jesus na cruz do Calvário, como Filhos Seus não nos cabe outra atitude que a de adorá-Lo da maneira que Lhe agrada, pois não proceder assim significaria rejeitá-Lo pela segunda vez; não amar Aquele que tanto nos ama, seria no mínimo uma terrível ingratidão; rebelarmo-nos contra o Pai soberano que tem demonstrado tanta bondade, misericórdia e longanimidade, seria insano. Nosso culto racional, em suma, é o que Tiago 1.22 (NVI) instrui: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.”

 

Senhor Deus e Pai de amor, graça e bondade, queremos ser verdadeiros adoradores Teus para cultuar-Te em espírito e em verdade como Tu desejas, por isso esperamos jubilosos pelo dia em que se cumprirá esta promessa tão preciosa. Ensina-nos a fazê-lo, Senhor, no nosso dia a dia, onde quer que estejamos, não importam as circunstâncias. É no nome santo de Jesus que oramos e desde já agradecemos. Amém.

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FALSOS DEUSES

“Por que vocês não pedem ajuda aos deuses que fizeram com as próprias mãos? Vamos ver se eles se levantam e tiram vocês dos problemas!”. Jeremias 2.28 (Bíblia Viva)

 

 

 

 

A idolatria, consequência do desprezo ao verdadeiro Deus, fazia-se presente na vida do povo de Israel nos tempos de Jeremias, tal como hoje acontece no mundo. A diferença atual, porém, é a maior diversidade de ídolos, pois uma infinidade de coisas ocupa o lugar de Deus na vida das pessoas. Oxalá os idólatras compreendessem o que o salmista no Salmo 135.15-18 ensina: “Os ídolos (…) são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem; pois não há alento de vida em sua boca. Como eles se tornam os que os fazem, e todos os que neles confiam”!

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PODEROSAS DEFESAS

“… e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”. Mateus 6.13 (ARA)

 

 

 

 

João em sua primeira epístola, 5.19, salienta que “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”, por esse motivo estamos permanentemente sob o ataque do inimigo de Deus e nosso. O Senhor permite que sejamos tentados, não para transformar-nos em pecadores, mas para provar-nos, antes de sermos usados em Seu maravilhoso serviço. Porém lembremos hoje que o Senhor ao mesmo tempo nos provê de poderosas defesas contra a tentação: o respeito por nós próprios, as tradições em que fomos formados, o amor pelos entes queridos, e, sobretudo, a presença viva, constante e invencível do Senhor Jesus!

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