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O CONHECIMENTO FUNDAMENTAL (parte 1)

Há um conhecido testemunho de um viajante nipo-brasileiro a Tóquio que estava andando numa grande avenida da cidade em meio à multidão, quando alguém se aproximou e disse: “Deus me mandou falar de Jesus para você”. Essas palavras foram pronunciadas em português por uma pessoa que não sabia que falava com um nipo-brasileiro, e este fato insólito foi um marco a partir do qual este homem entregou sua vida a Cristo. Como isto é possível? Para Deus não há impossíveis, e Ele usa o Espírito Santo para fazer-se conhecido dos homens.

 

Em 1 Coríntios 13.8-12, na versão bíblica NVI, aprendemos que nesta vida nosso conhecimento de Deus é, quando muito, parcial, porém um dia “… as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.“

 

Paulo afirma nesta passagem que na vida terreal percebemos no mundo apenas os reflexos imprecisos do Criador, pois conhecendo-se a obra, pode-se conhecer um pouco sobre quem a criou. Embora em Jesus Cristo possamos ver o Pai, nossas mentes limitadas não conseguem discerni-Lo completamente, porque o finito não pode apreender o infinito, e assim nosso conhecimento assemelha-se ao de um menino, que tudo percebe na sua própria escala de dimensões e valores. Mas o amor do Deus que é todo amor, e o nosso amor por Ele e pelo nosso próximo, nos levarão um dia a conhecermos o Senhor verdadeiramente, tal como somos conhecidos.

 

Conhecer a Deus está no cerne do cristianismo e do entendimento da vida eterna, e Jesus em João 17.3 disse que conhecemos a Deus conhecendo a Ele, Seu Filho: ”E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

 

As Escrituras Sagradas ensinam que uma das metas mais importantes do cristão é conhecer a Deus, é estabelecer com Ele uma comunhão que produz alegria, amor, paz, obediência e esperança. É preciso também compreender que o conhecimento de Deus é multidimensional, abrangendo os aspectos intelectual – a verdade a respeito dEle, volitivo – a confiança, a adoração e a obediência a Ele, e moral – a prática do amor e da justiça. Só a fé nos possibilita alcançar este conhecimento por meio de Jesus Cristo, o Filho, o Deus encarnado, o mediador entre nós e o Pai, e então o conhecimento proporcionado pela Aliança que Deus estabeleceu conosco tem duplo sentido: passamos a conhecer a Deus porque Ele nos conhece como Seus!

 

Agostinho de Hipona, costumava orar, “Senhor, permite-me conhecer a Ti, para que conhecendo a Ti eu conheça a mim, e isso é tudo”. Segundo ele, não há nenhuma possibilidade de alguém conhecer a Deus sem que essa pessoa também conheça a si próprio; da mesma forma não é concebível alguém amar a Deus sem que passe a amar ao próximo, assim como não há como experimentar o perdão de Deus sem que esse perdão torne a pessoa capaz de perdoar. Isto é transformação causada pelo conhecimento de Deus! Mas o conceituado teólogo e missionário Russell Shedd afirma algo surpreendente e chocante: “a maioria dos crentes não está interessada em conhecer a Palavra de Deus”.

 

Qual o propósito de conhecer a Deus? Será que não é suficiente ir ao culto, ler a Bíblia e orar? Se observarmos cuidadosamente a vontade do Senhor expressa nas Escrituras, não! A Sua Palavra reiteradamente nos exorta a mantermos relações estreitas com Ele, a nos aproximarmos cada vez mais dEle, a termos com Ele cada vez mais comunhão, afinal somos membros da Sua família, somos Seus filhos, somos Seus servos, somos dependentes dEle, e Ele nos ordena que prossigamos na busca progressiva de maior  semelhança com Cristo! A propósito disto, em João 10.14-15 Jesus assevera que “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” No Salmo 25.4-5, Davi ora por auxílio divino e conhecimento dos caminhos do Senhor: “Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia.” Porém em Oseias 4.1,6, Deus acusa os israelitas pela boca do profeta: “Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. (…) O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento…”.

 

Mas o que é conhecer a Deus? Nas Escrituras, o verbo conhecer encerra um significado muito mais amplo do que aquele a que estamos habituados, abrangendo o sentido de revelar-se, em Gênesis 45.1: “… José se deu a conhecer a seus irmãos; de manter relações sexuais, em Mateus 1.25: Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”; de saber, em João 6.69: “… e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”; de reconhecer, em Mateus 12.33: “… porque pelo fruto se conhece a árvore.

 

Assim sendo, conhecer a Deus é muito mais que conscientizar-se de Sua excelsa existência: é admitir que Ele é o Criador de tudo o que existe, que tem também o controle de tudo, inclusive da nossa própria vida, que como cristãos somos Seus Filhos, o que estabelece a obrigatoriedade de obedecer-Lhe, como Moisés ordenou a nós, povo do Senhor, em Deuteronômio 27.10: “… obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e lhe cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno. E a desobediência e a falta de submissão absoluta a Ele, implicará em punição, Paulo ensina em 2 Coríntios 10.3-6 (versão NVI): Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo. E estaremos prontos para punir todo ato de desobediência, uma vez completa a obediência de vocês.  

 

Porque todo aquele que desconhece a Jesus será também por Ele desconhecido, como Ele afirma e alerta explicitamente em Mateus 7.23 aos falsos profetas: Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’”; em Mateus 25.12, às virgens néscias: “… Em verdade vos digo que não vos conheço; e em Lucas 13.25-27 na parábola da porta estreita: Quando o dono da casa se tiver levantado e fechado a porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos a porta, ele vos responderá: Não sei donde sois. Então, direis: Comíamos e bebíamos na tua presença, e ensinavas em nossas ruas. Mas ele vos dirá: Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniquidades.

 

Continua…

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DILEMA

“…deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Mateus 22.21 (NVI)

 

 

 

 

 

A incomparável sabedoria de Jesus aqui se manifesta mais uma vez, e ao resolver um dilema crítico colocado maliciosamente pelos judeus, estabeleceu um princípio de vida muito importante para o qual devemos hoje e sempre atentar: todo cristão verdadeiro é portador de dupla cidadania, obrigado a ser bom habitante do país onde vive e bom cidadão dos céus. Consideremos, no entanto que, se devemos respeito ao governo da nação, a nossa cidadania genuína é a dos céus, e por essa razão, caso enfrentemos um conflito entre ambas, não hesitemos: aquilo que Deus preceitua deve vir sempre em primeiro lugar!

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ENQUANTO AINDA PODEM ACHÁ-LAS!

“Está chegando o tempo, diz o Senhor Deus, em que Eu farei vir fome à terra. E não será fome de pão ou água, mas fome de ouvir a Palavra do Senhor!”  Amós 8.11 (Bíblia Viva)

 

 

 

 

No século VIII a.C. Amós recebera uma chamada de Deus para reprovar a injustiça social e a idolatria de Israel, exortando para que houvesse arrependimento, a única forma de evitar o juízo iminente. Mas o povo rejeitava a Palavra de Deus, como muitos ainda o fazem nos dias de hoje, preferindo buscar respostas e soluções para seus problemas em lugares em que o Senhor não está, ao invés de buscá-Lo nas Escrituras. Nossa responsabilidade para com esses perdidos é grande, porque cabe a nós, discípulos de Cristo, mostrar a eles as respostas do Senhor a suas dúvidas e necessidades, enquanto ainda podem achá-las!

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