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MÃOS

“Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.” Mateus 23.12 (ARA)

 

 

 

Que neste dia tenhamos bem firmado em nossos corações que a glória própria, que esvazia e invalida qualquer serviço cristão, não pode fazer parte de nossas atitudes. Jamais podemos afirmar presunçosamente, com relação a um ministério, que “isso fui eu que fiz”, porque tudo vem de Deus, que nos concede o privilégio de sermos usados para que Ele alcance outros para a Sua glória. Nossas ações só poderão vir a receber recompensa caso não visem qualquer recompensa, por isso lembremos o que Jesus nos ensinou em Mateus 6.3 (ARA): “… ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.

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ARMAS INVENCÍVEIS

“É claro que somos humanos, mas não lutamos por motivos humanos. As armas que usamos na nossa luta não são do mundo; são armas poderosas de Deus (…). E assim destruímos ideias falsas e também todo orgulho humano que não deixa que as pessoas conheçam a Deus (…) e fazemos com que ele obedeça a Cristo.” 2 Coríntios 10.3-5 (NTLH)

 

 

Todos os que somos de Cristo vivemos um paradoxo: estamos no mundo, mas não somos do mundo, como Jesus também não era, e assim afirmou em João 17.15, porque “sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”, nas palavras do apóstolo em 1 João 5.19. Por isso hoje, e enquanto aqui estivermos, deveremos travar permanente batalha espiritual contra as forças do mal que defendem falsas doutrinas, lutando com as armas invencíveis de Deus: a Palavra da Verdade, a oração, as revelações em nós do fruto do Espírito, a fé e a esperança nas Suas promessas, e o agir poderoso do Espírito Santo!

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CAMINHO PARA A VIDA

 Cada vez que nos detemos a pensar na extraordinária dimensão, complexidade, perfeição e completude dos planos de Deus, ficamos maravilhados, e tomados de grande admiração, somos obrigados a reconhecer humildemente nossa pequenez e absolutas insignificância e incompetência, como Davi que deslumbrado com a excelência da criação divina e com a Palavra de Deus, no Salmo 19.1, louva extasiado: “Os céus proclamam a glória de Deus,  e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.

 

O dr. Joseph M. Stowell III, presidente da Cornerstone University e autor cristão renomado, relata uma história marcante de discipulado: Edward Kimball era um professor de escola dominical em Boston, quando decidiu visitar um rapaz que era de sua classe, e teve a oportunidade de começar a discipular Dwight L. Moody, que viria a se tornar um dos maiores evangelistas do século XIX. Moody influenciou profundamente Wilbur Chapman, por sua vez um evangelista proeminente, que certo dia convocou Billy Sunday, mais tarde considerado o maior evangelista americano das duas primeiras décadas do século XX, para suas campanhas nacionais de evangelização.

 

Sunday então convidou outro evangelista, Mordecai Ham, que pregou em diversas reuniões, em uma das quais o jovem Billy Graham foi convertido e mais tarde tornou-se o evangelista mais destacado de nossos tempos, um líder espiritual reverenciado e influente, conselheiro de presidentes norte-americanos e de chefes de estado pelo mundo todo, mas, acima de tudo, um pescador de homens. Ele é um exemplo do que Deus é capaz de realizar através de quem dedica a vida ao cumprimento de Sua soberana vontade, como Jesus prometeu ao chamar Seus primeiros discípulos, os pescadores Pedro e André, prometendo: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”.

 

E assim – sem que muitas vezes consigamos nos dar conta – os perfeitos planos de Deus vão se cumprindo inexoravelmente, no Seu tempo, da Sua forma, para o Seu propósito e glória, “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”, afirma Ele em Isaías 55.8,9.

 

Jesus, nosso exemplo maior, nosso alvo e modelo, através do Novo Testamento ensina-nos o caminho para a vida cristã plena que deseja que trilhemos. Ao iniciar Seu ministério na terra primeiramente tomou a iniciativa de fazer discípulos, como Lucas 6.13 registra: “E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos”; depois atraiu-os para si em Marcos 3.14: “Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar”; então desenvolveu vínculos de amizade, dizendo em João 15.15: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer”; pelo Seu exemplo transferiu vida aos discípulos comprometendo-se com eles em João 13.15: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”; a seguir capacitou-os e delegou autoridade a eles em Marcos 6.7: “Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos”, e por fim motivou-os com a visão do Reino em João 4.35: “… erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa”.

 

Paradoxalmente, na contramão do modelo e dos ensinamentos de Jesus, vemos às vezes alguns crentes leviana e egoisticamente afirmar: “Agora que me converti estou salvo. Posso então ficar tranquilo, pois alcancei o que queria e não preciso fazer mais nada para o Reino de Deus.”

 

Contrariando essa postura equivocada, observa-se diferenças importantes entre o crente não discipulado, apenas convertido, e o crente discipulado: enquanto o primeiro só se interessa em receber os benefícios da conversão, em ser alimentado da Palavra, é individualista, pois só busca o próprio crescimento, o crente discipulado é um pescador, sabe dar, é um ganhador de almas, pensa primeiramente nos outros, por isso se empenha em fazer novos discípulos, está sempre pronto a servir e a sacrificar-se.

 

O crente não discipulado vive sua vida cristã com restrições ao priorizar sua vida secular, estabelece uma rotina apenas dominical de comunhão com Deus, está sempre desanimado e insatisfeito – por isso frequentemente troca de igreja – e procura assumir cargos que o façam sentir-se importante e ter visibilidade. O crente discipulado entrega sua vida a Cristo, está sempre procurando crescer na verdade, é uma pessoa entusiástica, e mostra-se permanentemente pronto a servir. Há alguma dúvida de que o crente discipulado é aquele que Jesus Cristo espera que sejamos?

 

Billy Graham certa vez disse que “custa 10% de esforço ganhar uma pessoa para Cristo, mas 90% fazer com que permaneça na fé.” Em outra ocasião afirmou: “a salvação é de graça, mas o discipulado custa tudo o que temos. A decisão representa 5% do nosso esforço; o discipulado decidido, 95%.”

 

Inquiridos sobre a questão “que requisito principal o faz contratar um aprendiz”, a maioria dos empresários que faziam parte de um grupo de estudos respondeu: “vontade de aprender”. Na Bíblia, Josué é um exemplo típico de bom aprendiz. Moisés, o grande líder hebreu, em Êxodo 17.10 designou-o para responsabilidades importantes como guerreiro, e depois, em Números 13.16 enviou-o como espia, mas em sua fase de discipulado, ele esteve sempre à sombra de Moisés.

 

Josué serviu como assistente, ajudante e discípulo de Moisés durante 40 anos no deserto, o que para nós pode parecer muito, mas Deus tem o Seu próprio tempo para preparar Seus filhos para o serviço. Muitas vezes esse período de preparação e espera é tão valioso quanto o aprendizado de todas as estratégias e metas necessárias. Josué observou em Moisés a sua fé em Deus, aprendeu a ser manso e humilde, a aceitar instrução e a ser obediente a Deus. Ao passar tempo com Moisés, Josué aprendeu coisas que não poderia ter aprendido num livro, num curso ou numa escola, e foi esta a forma que Deus usou para prepará-lo para liderar em lugar de Moisés, com uma promessa em Josué 1.5: “Como fui com Moisés, assim serei contigo: não te deixarei nem te desampararei”.

 

Jesus em Mateus 10.1-42, ao anunciar o Seu programa aos doze discípulos e enviá-los às cidades e povoados – “… como ovelhas para o meio de lobos…” a fim de colocarem em prática o que lhes ministrara,  instruiu-os a serem “… símplices como as pombas (verso 16),  e deu-lhes uma orientação bem específica no verso 25: “Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo como o seu senhor…”.

 

Um discípulo de Cristo, um discipulador, precisam exibir e aplicar em seus ministérios a simplicidade tão maravilhosa que o Mestre exemplificou. Foi o que fez Paulo, discípulo e apóstolo de Cristo, imitador confesso do Senhor, como todos nós devemos ser. Na segunda carta a Timóteo, seu filho na fé, no capítulo 2, verso 2, deu-lhe esta orientação: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”, e a seus discípulos em Filipenses 4.9, “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco”.

 

O discipulado verdadeiro, ministério inerente a todos os santos, – o cuidar de vidas, o ensinar a andar no caminho, o trabalhar os valores do Reino no caráter do convertido, – não é uma alternativa, um movimento, uma visão, um método ou o mero cumprimento de um programa de estudos, mas sim a forma como Jesus agiu e ensinou a Seus discípulos, por isso representa o modelo perfeito que devemos empregar.

 

Senhor, nosso Deus e Pai, ajuda-nos a sermos instrumentos fiéis de Cristo, indo após Ele, negando-nos a nós mesmos, tomando cada um a sua cruz e seguindo-O em todos os caminhos em que Ele desejar que andemos. E é no Seu nome santo que pedimos, agradecidos. Amém.

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