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CORPO x ESPÍRITO

“Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia.” 2 Coríntios 4.16 (NTLH)

 

 

Com o passar inexorável do tempo é natural que nosso corpo físico enfraqueça e passe a manifestar sintomas de desgaste; mas deve ser igualmente natural que nossa alma revele cada vez mais maturidade espiritual, cada vez mais atributos de Cristo. Oremos hoje com gratidão a Deus por Sua maravilhosa sabedoria que faz com que as mesmas provações que levam à perda do vigor físico ou da saúde produzam o robustecimento da alma; por permitir que, se de um lado nosso corpo perde em força, beleza e saúde, de outro, nosso espírito ganha muito mais, pois se aproxima da presença gloriosa de Jesus Cristo!

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BOM SENSO OU SABEDORIA?

Conta uma antiga lenda judaica que um rabino, ao ser procurado por um discípulo que lhe disse estar se dedicando ao estudo da sabedoria grega, disse: “Meu filho, nossa missão é meditar de dia e de noite na Palavra de Deus. Se quer estudar qualquer outra coisa, faça-o num tempo que não seja nem de dia nem de noite!” A suposta sabedoria do mundo, no entanto, ao longo das eras tem atraído como um ímã a muitas pessoas, e hoje em dia até a muitos crentes que a consideram a máxima expressão do que chamam de “bom senso”, relegando a um plano secundário a insuperável sabedoria que emana da Palavra de Deus.

 

Segundo a Bíblia, sabedoria é muito mais que mero bom senso, é a forma de encarar a vida sob o enfoque, a orientação e o controle de Deus, e assim discernir as decisões corretas a tomar, sempre segundo a perspectiva divina e na busca de fazer a Sua vontade perfeita. Podemos então afirmar que o bom senso é humano, terreal, enquanto que a legítima sabedoria é divina, porque provém da única, incorruptível e eterna fonte de toda a sapiência que é Deus, e sem margem a qualquer dúvida, é comprovadamente absoluta e totalmente sensata, correta, abrangente e cabal em todos os seus aspectos, no tempo e no espaço.

 

Segundo a narrativa registrada em 1 Crônicas no capítulo 21, intitulada O Recenseamento Pecaminoso de Davi, quando o rei decidiu fazer o censo do povo contrariando o conselho de Joabe, seu comandante do exército – estava demonstrando que naquela circunstância confiava apenas no número de soldados de que dispunha, – o que, embora numa visão superficial não aparentasse ser uma atitude intrinsecamente errada, até podendo parecer sensata sob a limitada e falha ótica humana – na verdade tinha por trás a ação traiçoeira de satanás, que instigou-o a assumir uma atitude divorciada e contrária à vontade de Deus, como relata o verso 1: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel”. Vemos então a reação de Deus no verso 7: “Tudo isto desagradou a Deus, pelo que feriu a Israel”. Foi então que Davi se deu conta do terrível erro que havia cometido, confessando arrependido no verso 8: “Então, disse Davi a Deus: Muito pequei em fazer tal coisa; porém, agora, peço-te que perdoes a iniquidade de teu servo, porque procedi mui loucamente.”

 

À primeira vista Davi estava usando de bom senso, pois que general não precisa antecipadamente saber com que efetivo pode contar para ir à guerra? No entanto, não estava sendo sábio, pois o autêntico sábio confia no poder de Deus e sabe que a verdadeira sabedoria não é humana, mas provém do alto, como Salomão ensina em Provérbios 2.6-7: “Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade”, e em Eclesiastes 2.26, “Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada”. Portanto, é inequívoco considerar que só poderemos desfrutar da verdadeira sabedoria se estivermos com Deus, agradando-O pela nossa obediência a tudo o que Ele aprova!

 

Quando Jonas resolveu fugir de Deus para não ir a Nínive pregar aos ninivitas para que se arrependessem de seus pecados, – e desta forma desobedecendo frontalmente ao Senhor – pelo enfoque humano estava usando de “bom senso”, afinal o povo da cidade já havia matado vários outros profetas enviados por Deus, e ele por certo não desejava ser mais uma vítima. Mas estava deixando de lado a sabedoria da obediência ao Deus que proclama em Isaías 55.8-9, “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.”

 

Mas Gideão, exemplo de servo humilde e temente a Deus, com apenas 300 israelitas ao seu lado seguramente não usou de “bom senso” ao decidir enfrentar os 135.000 inimigos midianitas, obedecendo à orientação de Deus e confiando nEle, como está registrado em Juízes 7.7: “Então, disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos livrarei, e entregarei os midianitas nas tuas mãos; pelo que a outra gente toda que se retire, cada um para o seu lugar.”

 

Hoje em dia algumas pessoas chegam ao cúmulo de afirmar que antes de tomar qualquer decisão precipitada que implique seguir decididamente a Cristo – seja obedecendo ao Ide, seja empreendendo ousadamente algo na obra de Deus que os tire da sua “zona de conforto” – é preciso ter “bom senso”. É claro que é indispensável saber distinguir entre o certo e o errado, entre o verdadeiro e o falso, entre um impulso humano e um chamado divino, mas temos que dar um passo adiante nesta questão, sempre orando e ouvindo o que Deus tem a nos dizer a respeito.

 

É claro também que, se a nossa vida está realmente entregue nas mãos de Deus, o Espírito Santo estará falando aos nossos corações e mostrando-nos a Sua soberana vontade quando é preciso tomar o que talvez para o mundo fosse uma “louca” decisão. Por isso é preciso orar e ouvir a voz do Espírito respondendo ao nosso coração, urge estar atento ao Seu falar, não permitindo que as coisas da carne se interponham nesta comunicação sublime, preciosa e inigualável!

 

Quando o pequeno Davi – certamente instado pelo Espírito Santo – tomou a corajosa decisão de enfrentar desarmado o temível gigante Golias fortemente armado, o “bom senso” não estaria com o rei Saul, que tentou dissuadi-lo de tal “loucura”, ponderando em 1 Samuel 17.33 que “…Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu és ainda moço, e ele, guerreiro desde a sua mocidade”? Porém, no verso 37 Davi responde a Saul com uma profunda demonstração de fé em Deus: “O SENHOR me livrou das garras do leão e das do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu”.

 

Quando a rainha Ester decidiu ir em defesa do seu povo, os judeus, que estavam para ser trucidados, enfrentando o rei Assuero e a morte quase certa, estaria ela usando de “bom senso”? E as histórias de Abraão, de Moisés, de João Batista, dos 11 discípulos de Cristo – apenas para citar alguns dos muitos exemplos bíblicos – poderiam ser consideradas exemplos de “bom senso” ou de sabedoria e confiança em Deus?

 

O conhecido pastor e escritor Francis Chan em seu livro Louco Amor, afirma que “Não é a dúvida científica, o ateísmo, o panteísmo ou o agnosticismo que, em nossos dias e na terra, têm mais chance de extinguir a luz do Evangelho. É essa prosperidade orgulhosa, sensual, do egoísta e arrogante, de gente que vai à igreja, mas tem o coração vazio”. Mais adiante completa: “… a igreja é um lugar difícil para se sentir à vontade quando uma pessoa deseja colocar o cristianismo do Novo Testamento em prática. Os objetivos deste cristianismo costumam ser um bom casamento, filhos muito comportados e uma boa frequência na igreja. Levar as palavras de Cristo a sério é coisa rara. Isso é para os “radicais” que estão “fora de sintonia” e “passam dos limites”. A maioria de nós deseja uma vida segura, equilibrada para que possa ser controlada e que não envolva sofrimento. (…) Pessoas mornas tendem a escolher o que é popular e desprezar o que é certo quando estão em conflito. Elas desejam viver bem tanto dentro quanto fora da igreja; se preocupam mais com o que o povo pensa sobre o que elas fazem (como ir à igreja e entregar o dízimo) do que o que Deus pensa de seu coração e de sua vida.”

 

Ao enfrentar as dificuldades da vida não podemos contar apenas com a nossa muitas vezes tosca sabedoria, e se nos faltar o discernimento espiritual quando a provação nos acometer, é preciso buscar em Deus a verdadeira sabedoria, reconhecendo nossa ignorância e precariedade. E não devemos temer a repreensão divina, pois Senhor se agrada quando humildemente nos voltamos a Ele rogando por Sua infinita sapiência com a qual Se compraz em nos socorrer.

 

É dessa forma que Tiago 1.5-8 (NTLH) exorta-nos a que nos esforcemos para receber, pela fé, a sabedoria que vem do alto, da Fonte Suprema: “Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos. Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro. Quem é assim não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e nunca sabe o que deve fazer”.

 

Pai Celeste, sabedores de que não há sabedoria sem bom senso, que nosso suposto bom senso jamais se sobreponha à sabedoria que vem da Tua Palavra e do agir do Teu Santo Espírito em nossas vidas. Dá-nos o discernimento, a força, a coragem e a ousadia para obedecer-Te não importam as circunstâncias, nunca nos portando como Jonas, que achou que poderia deixar de submeter-se às Tuas ordenanças fugindo e escondendo-se de Ti, ou como Davi no episódio do censo, mas sejamos como Gideão que, apesar da enorme disparidade entre a sua pequena tropa e os exércitos inimigos, confiou no Deus invencível que nos dá a vitória sobre todos os nossos adversários. Em nome de Jesus assim oramos com profunda gratidão. Amém.

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VIVER E MORRER

“… para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” Filipenses 1.21 (ARA)

 

 

 

Com certeza não haverá cristão que deixe de concordar com esta frase de Paulo. Mas será que o nosso cotidiano revela aos outros tal asserção? O que realmente é prioridade em nossa vida? Se Cristo é tudo para nós, não estaremos então alicerçados na Sua promessa de que todas as demais coisas nos serão acrescentadas? Neste dia façamos uma avaliação sincera e profunda de nossos valores, rogando a Deus que expurgue de nosso âmago tudo o que não provém dEle, e inunde-nos o coração com Cristo Jesus, para que Ele seja a nossa vida, e a morte o ganho incalculável da comunhão plena e eterna com Ele!

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