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UNIDADE EM CRISTO JESUS

“Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”.  Gálatas 3.28 (NVI)

Habitando um mundo decaído e repleto de diferenças de vários tipos entre as pessoas, temos a tendência de nos aproximar daqueles com quem temos afinidade e a ficarmos desconfortáveis em meio dos que são diferentes de nós. Mas Deus enviou Seu Filho e Ele morreu na cruz para termos o maravilhoso privilégio de estarmos nEle e sermos um com Ele, o que implica aceitarmos a diversidade como um fator completivo e não de separação, em especial entre cristãos. Por isso agradeçamos hoje ao Pai pela graça incomensurável de andarmos nos Seus caminhos, conduzidos jubilosos à gloriosa unidade em Cristo Jesus!

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SER FELIZ – A MISERICÓRDIA

A triste condição humana que vivenciamos tem como causa inequívoca a rebelião do homem contra o Seu Criador, e nada podemos argumentar em nossa própria defesa, pois não nos caberia outra coisa que não fosse condenação e punição. Contrariando esta lógica humana, extasiados contemplamos a abundante, rica e inesgotável misericórdia divina que é a nossa única esperança, como miseráveis pecadores que somos. Só nos compete, portanto, na qualidade de redimidos pelo sangue de Jesus, humildemente arrependidos nos prostrarmos aos pés do Senhor, em atitude de profunda gratidão.

A misericórdia é um atributo comunicável de Deus, isto é, uma qualidade do caráter divino que Ele compartilha com os Seus, pelo menos em certa medida, revelando a Sua compaixão e piedade para conosco, transgressores rebeldes e contumazes que somos. Neste sentido, Louis Berkhof, em sua obra Teologia Sistemática afirma: “Se a graça de Deus vê o homem como culpado diante de Deus e, portanto, necessitado de perdão, a misericórdia de Deus o vê como um ser que está suportando as consequências do pecado, que se acha em lastimável condição, e que, portanto, necessita do socorro divino.”

Embora graça e misericórdia tenham semelhanças entre si, na verdade são claramente contratantes, uma sendo uma espécie de inverso da outra: enquanto a primeira considera o homem destituído de qualquer mérito e pode ser dirigida a um semelhante, a outra o reconhece como miserável e é exercida sempre entre um ente superior e outro inferior. Em suma, a misericórdia de Deus se revela pelo fato de não recebermos o que merecemos, que em última análise se traduziria por punição; a graça, ou seja, o favor imerecido de Deus, permite que recebamos tudo aquilo de que definitivamente não fazemos jus.

Sobre isto, é assim que Paulo se dirige a seus discípulos em Efésios 2.1-5 (NTLH): “Antigamente, por terem desobedecido a Deus e por terem cometido pecados, vocês estavam espiritualmente mortos. Naquele tempo vocês seguiam o mau caminho deste mundo e faziam a vontade daquele que governa os poderes espirituais do espaço, o espírito que agora controla os que desobedecem a Deus. De fato, todos nós éramos como eles e vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente queriam. Assim, porque somos seres humanos como os outros, nós também estávamos destinados a sofrer o castigo de Deus. Mas a misericórdia de Deus é muito grande, e o seu amor por nós é tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos.”

As Escrituras Sagradas tratam com destaque a misericórdia de Deus, atribuindo-lhe em vários momentos do Antigo e do Novo Testamentos, características e qualificativos múltiplos, como por exemplo: grande, em Números 14.18; dura para sempre, em 1 Crônicas 16.34, também em diversos versos de 1 e 2 Crônicas, e com abundância nos Salmos 118 e 136; para os que O amam e guardam os Seus mandamentos, em Neemias 1.5; abundante, Neemias 13.22; rica, Salmos 5.7; eterna, Salmos 103.17; vai de geração a geração sobre os que O temem, Lucas 1.50; terna, em Filipenses 1.8; a sabedoria lá do alto é (…)plena de misericórdia, em Tiago 3.17.

Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou em Mateus 5.7 (NTLH) que Felizes as pessoas que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia delas”. Mas qual é o significado de misericórdia? Em hebraico, misericórdia é hesed, e segundo o renomado comentarista bíblico, teólogo, escritor e professor escocês Wiliam Barclay, “… é uma dessas palavras que não se podem traduzir. Não significa somente simpatizar com alguém no sentido corrente do termo; não significa somente sentir-se triste pela desgraça de outros. Hesed é a capacidade de entrar em outra pessoa até que virtualmente podemos ver com seus olhos, pensar com sua mente e sentir com seu coração. Evidentemente isto é muito mais que sentir piedade pelo outro,(…) significa experimentar algo em total identificação com a outra pessoa, passar pelo mesmo que essa pessoa está passando.”

Podemos então considerar que misericordiosa é a pessoa que sente no próprio coração o sofrimento que está no coração de outrem e age para mitigar sua dor ou necessidade. Esta atitude deveria para nós ser absolutamente natural, e o compartilhamento com o nosso próximo do muito com o que o Senhor nos tem galardoado uma prática cotidiana, pois só vivemos – recebendo diariamente as bênçãos que o Senhor nos concede – e somente somos salvos pelas misericórdias de Deus, como Jeremias em Lamentações 3.22-23 (NVI) tão belamente registrou: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!”.

Ora, se tanta misericórdia temos de Deus, nada mais justo que retribuamos sendo igualmente misericordiosos com os outros, obedecendo ao que Jesus ordenou em Lucas 6.36-38 (NTLH): “Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês. Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. Deem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês”.

No entanto, algumas vezes tendemos a manifestar pouca compaixão no trato com o próximo, por isso é oportuno que reflitamos e estejamos preparados para não agir da forma insensível que usualmente as pessoas se conduzem no mundo, como o servo impiedoso na parábola narrada por Jesus em Mateus 18.232-35, onde o rei – prefigurando o próprio Deus no Dia do Juízo – perdoou a enorme dívida daquele que Lhe devia, mas quando chegou a vez deste da mesma forma perdoar ao seu devedor de quantia muito inferior, recusou-se a fazê-lo, despertando a ira do rei que, nos versos 34 e 35 (NVI) “… entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. ‘Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão’”. E Tiago, o meio-irmão de Jesus, em Tiago 2.13 (NTLH) reitera a admoestação, asseverando: “Quando Deus julgar, não terá misericórdia das pessoas que não tiveram misericórdia dos outros. Mas as pessoas que tiveram misericórdia dos outros não serão condenadas no Dia do Juízo Final”.

Porém o duro coração humano geralmente está tão centrado em si mesmo que os outros, especialmente os carentes, os miseráveis, representam um estorvo, uma ameaça, um incômodo, ao invés de serem vistos como o próximo retratado por Jesus em Lucas 10.29-37, ao desafiar o intérprete da lei a agir com misericórdia. Mas há também aqueles que eventualmente sentem uma certa “pena”, isto é, ficam externamente condoídos por alguém, no entanto na sua atitude não existe a intenção interior deliberada de identificar-se plenamente com o outro, assim são incapazes de sentir e perceber a dor do próximo como ele mesmo sente e percebe.

Se conseguimos tal nível de apreensão, por certo as tarefas de compreender, perdoar e tolerar seriam muito mais factíveis, pois descobriríamos as razões que estariam levando aquela pessoa a agir da forma como age, que nem sempre é a maneira que a nós parece correta, mas é a possível para ela nas suas circunstâncias. E é assim que Deus procedeu conosco quando enviou Seu Filho para nos salvar vindo como homem, experienciando fome, sede, cansaço, pranto, tentações e morte, por isso Jesus – Deus que era – pode sentir e perceber plenamente a vida humana, e assim devotar misericórdia a nós homens, na mais sublime demonstração de amor por nós.

Podemos desta forma dizer que feliz é o homem que consegue perscrutar os corações daqueles que são ou estão carentes, necessitados, despossuídos, podendo sentir da maneira como eles mesmos sentem, enxergar através dos seus olhos e raciocinar segundo as suas mentes. Só assim será possível verdadeiramente identificarmo-nos com eles no mais profundo do ser, à semelhança de como Deus faz por nós em Cristo Jesus.

     

Continua a seguir, com o próximo artigo: Ser Feliz – A Pureza do Coração

 

 

 

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TRISTE DESTINO

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas”. Apocalipse 22.14 (ARA)

Outra tradução aceita deste mesmo versículo, diz: “Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”. Observemos hoje como fica claramente definido quem terá direito ao acesso à Cidade Santa, e quem não: somente aqueles que confiam em Cristo entrarão, ao passo que aos demais está reservado ver de longe, imersos em flagelo eterno – da mesma forma como o homem rico via Abraão e Lázaro no céu em Lucas 16.23,26 – sem poder transpor o grande abismo que o separava deles. Que triste destino aguarda os descrentes!

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