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DESCANSO

“Deus nos deixou a promessa de que podemos receber o descanso de que ele falou. Portanto, tenhamos muito cuidado para que Deus não julgue que algum de vocês tenha falhado, deixando assim de receber esse descanso”. Hebreus 4.1 (NTLH)

A promessa de Deus de entrarmos no Seu descanso continua válida para nós atualmente, uma vez que no passado ela não se cumpriu completamente. Mas há uma condição que devemos atender com temor e tremor para aspirar por ela: jamais permitir que incredulidade e desobediência coloquem em risco a dádiva da salvação. Que nesse dia, pois, nós que professamos ser cristãos, e dessa forma almejamos participar da glória eterna de Deus, estejamos nos dedicando a conhecer mais e mais a Sua Palavra, acolhendo-a com fé e apropriando-nos dela até que se torne parte integrante de nosso ser e de nosso viver!

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FRAGILIDADE

A história nos mostra que de tempos em tempos a humanidade tem sido exposta a situações desafiadoras, e repentinamente se vê colocada face a face com tragédias, cataclismos, guerras, desastres das mais diversas origens e dimensões, que Deus permite que enfrentemos para que aprendamos algo que deseja que mantenhamos sempre presente em nossas mentes e corações: o quanto dependemos dEle.

E, se examinarmos detidamente a nossa própria vida, por certo concluiremos que sem Ele nada poderíamos ter feito em diversos momentos e circunstâncias que fugiam completamente do nosso controle, e então somos forçados a concordar com as diversas passagens bíblicas que tão claramente expõem a nossa total dependência de Deus, como Provérbios 3.5-6, que nos exorta: Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.

A grave crise que se instalou no mundo há alguns meses paradoxalmente, entre diversas outras contribuições, veio para nos lembrar de quão frágeis nós somos, sujeitos que estamos a ser afetados a qualquer momento por acidentes, doenças, agressões, fraudes, injustiças, fenômenos meteorológicos, instabilidades sociais e econômicas, e até sermos contagiados e cairmos seriamente prostrados por seres microscópicos invisíveis aos olhos, como atualmente nos vemos gravemente ameaçados pelo coronavírus Covid-19.

Somos passageiros desta nave espacial gigante chamada Terra, que navega pelo espaço sideral, atualmente transportando mais de 7 bilhões de seres humanos, além de uma incontável quantidade de animais e plantas, e foi criada e é dirigida por Deus em Cristo, que Paulo na sua carta aos Colossenses 1.15-16 ensina ser “… a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

Mas Deus nos criou para o louvor da Sua glória (Efésios 1.1-12), porque nos ama e tem bênçãos incontáveis para nós, e por isso, se cremos nEle nada temos a temer, pois Ele nos assegura em Jeremias 29.11-14: Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte…”.

Davi é o nosso exemplo de homem dedicado ao louvor a Deus e tinha no coração o desejo sincero de segui-Lo e de fazer a Sua vontade, acima de qualquer outra coisa no mundo. Apesar de sua humanidade, de seus pecados e erros de diversos tipos, o que faz dele uma referência para nós é a consagração total de sua vida ao Senhor, a sua capacidade de prostrar-se no pó do arrependimento e da humilhação, e a sua disposição de pedir o perdão de Deus quando errava, demonstrando que ser dedicado não significa ser perfeito.

Um das manifestações mais marcantes de louvor a Deus que Davi nos legou está no Salmo 8, em que celebra a glória divina, enaltecendo a majestade do nome do Senhor e descrevendo a exaltação, por parte dEle, da humilde e frágil humanidade:

Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!

Davi neste hino de louvor expressa toda a sua admiração pela majestade de Deus e por Sua infinita bondade para conosco; canta a Sua sabedoria ao usar os fracos para derrotar os ímpios poderosos e soberbos; reflete sobre a pequenez do homem diante do universo material infindo; medita sobre o fato de que, não obstante a fragilidade humana manifestada por esta assimetria descomunal, lembra-se do homem e concede-lhe imenso favor especial, a ponto de confiar a criaturas tão vis, desprezíveis e indignas o domínio da Sua maravilhosa criação; e, por fim, conclui enaltecendo e dando graças pelo grandioso poder de Deus e por Sua prodigiosa glória que inundam toda a terra.

Ao refletirmos sobre esta maravilhosa condição com que Deus nos galardoou por Sua graça sem limites, que nossos corações se inflamem de amor por Ele, e assim sejamos concitados à prática da piedade que O agrada, entendida como Calvino a define ao registrar em suas Institutas que: “A verdadeira piedade consiste em um sentimento sincero de quem ama a Deus como Pai, ao mesmo tempo em que O teme e O reverencia como Senhor, aceita a Sua justiça e teme ofendê-Lo mais do que teme a morte”.

Podemos então afirmar que o exercício da piedade é fonte de fortaleza para o cristão, na medida em que o beneficia pela aproximação com a essência de todo o poder do universo, o Deus Todo-Poderoso que o criou, assim propiciando um maior grau de comunhão com Ele, e é neste sentido que Paulo estimula seu discípulo Timóteo, na primeira carta escrita a ele, capítulo 4, versos 7 e 8: “… Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois (…) a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser”.

Quando contemplamos a grandiosa criação de Deus nos sentimos pequenos e débeis, e se por um lado essa é uma forma saudável de nos atermos à realidade, o Senhor por certo não deseja que vivamos concentrados em nossa pequenez, mas sim que tenhamos por Sua Onipotência e Infinitude humilde reverência, gratidão permanente e admiração profunda, mas não sintamos desprezo e não desvalorizemos a nós mesmos, “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.10).

A fragilidade que sentimos deve provir do reconhecimento da extraordinária grandeza de Deus que nos torna totalmente dependentes dEle e nos coloca à Sua mercê amorosa, bondosa e santa que traz a segurança inamovível de que Ele cuida de nós e provê tudo o que necessitamos, guardando-nos de todo mal. Portanto, podemos como Davi no Salmo 26.1 rogar ao Pai com a certeza de sermos atendidos: “Faze-me justiça, Senhor, pois tenho andado na minha integridade  e confio no Senhor, sem vacilar.”

Mas, acima de tudo, nossa fragilidade deve nos motivar e mover decididamente para seguir a Jesus, em tudo obedecendo ao Seu ensino, conscientes de que só nEle podemos encontrar o caminho para o Pai, a verdade suprema e a vida eterna; e consideremos também a crucial necessidade que temos dEle, o sólido fundamento para esta vida e para a futura, que Ele assegura em João 11.25-26: “…Eu sou a ressurreição e a vida. Quem que crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente.”

Paulo, na passagem de 2 Coríntios 12.1-10, nos proporciona bela lição de humildade ao narrar as visões  e revelações recebidas do Senhor, que poderiam, para alguém menos imbuído dos valores cristãos, ser objeto de vanglória e vaidade, mas que para ele foram objeto de reverência e assombro. Entretanto, nós não podemos deixar de nos maravilhar com o seu relato nos versos 1 a 4: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu, se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe. E sei que o tal homem, se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe, foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir”.

O apóstolo poderia gloriar-se de várias experiências extraordinárias que havia experimentado, mas preferia gloriar-se nas suas fragilidades, modestamente não as associando a si próprio, preferindo relatá-las de forma impessoal, porém verdadeira, como se acontecida a outra pessoa, como discorre nos versos 5 e 6: “De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas. Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve”.

Depois da glória, sobrevém a Paulo a dor do aguilhão na carne que não se sabe de que se tratava, pois ao longo dos tempos se aventaram diversas possibilidades sem que se tenha chegado a uma conclusão. Mas Paulo orou a Deus para que retirasse o aguilhão de seu corpo, o Senhor não lhe tirou o mal, mas deu a ele forças para suportar a dor – como tantas vezes faz conosco – e esta é uma grande demonstração da fortaleza divina, pela graça, superando a fragilidade humana, assim relatada nos versos 7 e 8: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo”.

Pelos padrões humanos seria extremamente difícil sentir prazer quando nos percebemos fracos, quando somos injuriados, quando padecemos necessidades, ao sofrermos perseguições, ao sentirmos angústias – a não ser que seja por amor de Cristo. Ao perseverar na Sua causa inefável de proclamação do Evangelho, é mister estarmos preparados para suportar afrontas que via de regra não toleraríamos. É quando estamos conscientes de nossa fragilidade que nos tornamos mais dependentes do poder de Deus, e então a Ele nos entregamos em cabal sujeição para que Seu poder inaudito nos preencha e nos tornemos verdadeiramente fortes, como Paulo confidencia no verso 10: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”.

Senhor amado e bendito, por nós mesmos somos frágeis como folhas secas jogadas de um lado a outro pelos vendavais da vida, mas em Jesus somos fortes como rochas, somos mais que vencedores, somos invencíveis, e quando olhamos para Ele passamos a confiar e ter a esperança que supera toda a dúvida e temor tão presentes em nossos corações nestes dias maus, pois Ele cuida de nós, renova nossas forças e nos conduz no caminho que devemos seguir. No Seu Santo Nome assim oramos agradecidos. Amém.

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O SENHORIO DE JESUS

“Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”. Lucas 6.46 (ARA)

Jesus Cristo é o Nosso Senhor, o que significa que Ele é o nosso Mestre, a cuja vontade precisamos nos submeter sem hesitar, porque pertencemos a Ele, o que Lhe confere completa autoridade sobre nós. Nesse dia convém que reflitamos sobre a coerência do senhorio de Jesus em nossa vida: será que O nominamos Senhor e por consequência Lhe obedecemos fielmente, como é de se esperar de quem tem por Ele verdadeiros amor e fé? E será que O chamamos de O Pão da Vida e dEle nos alimentamos todos os dias, de A Verdade e cremos integralmente na Sua Palavra, de O Caminho e andamos sempre por Suas veredas?

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