Depressão

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Depressão

A depressão é o distúrbio psiquiátrico mais comum da atualidade, afetando uma pessoa em cada 20, o que faz da fluoxetina – que ficou muito conhecida pelo nome comercial de Prozac – o antidepressivo mais vendido de todos os tempos, hoje utilizado por mais de 40 milhões de pessoas em mais de 90 países. O deprimido reduz sua visão da vida ao pessimismo, e se torna auto-depreciativo. Abraham Lincoln dizia: “A maioria das pessoas será feliz na medida em que decidir sê-lo”. Será isto verdade?

É inevitável ter tristeza – até mesmo Jesus se entristecia – mas há uma grande diferença entre ficar eventualmente triste, e viver em depressão, andando em um estado de tristeza prolongada e profunda. E embora seja um fato difícil de aceitar, a depressão afetou até mesmo os profetas de Deus. Um grande exemplo disto é Elias, sem dúvida um profeta heróico – basta lembrar de tudo o que enfrentou na sua oposição firme a Acabe e Jezabel, obedecendo às ordens de Deus. Era também um homem que se destacava pela humildade, mas era um homem como nós, como Tiago 5.17 nos mostra: Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos…” Por isso, em determinado momento – paradoxalmente após a mais esmagadora vitória que obteve em toda a sua vida – sentiu-se desmotivado, desanimado, deprimido, no fundo do poço.  Quando estudamos as Escrituras, verificamos que estes sentimentos não foram exclusivos de Elias, e que também outros homens de Deus considerados bem-sucedidos, estiveram – em determinados momentos de suas vidas – acometidos dos mesmos sentimentos. Deus não esconde nem ignora a fraqueza e a fragilidade de Seus servos. Certa vez Moisés ficou tão triste e desmotivado que pediu a Deus para tirar-lhe a vida (Êxodo 32.31); Jonas, após o grande reavivamento de Nínive, fez o mesmo (Jonas 4.3); Davi, “o homem segundo o coração de Deus”, também passou por várias crises de depressão. Quando pecou com Bate-Seba e tentou esconder o seu erro, entrou em uma profunda depressão, relatada no Salmo 32.3-4; Paulo, em certo ponto de seu ministério na Ásia, ficou desesperado “… até da própria vida”, como relata em 2 Coríntios 1.8.

O rei Acabe, dominado por sua perversa esposa Jezabel, contou-lhe como Elias havia exterminado os profetas de Baal, o que provocou a reação irada da rainha em 1 Reis 19.2: Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.” Então o heróico profeta, homem dirigido e amparado pelo Deus Altíssimo, o último homem que imaginaríamos se dobrar ante aquela ímpia mulher, tomou uma atitude inconcebível, nos versos 3 e 4: “Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço. Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais.”

Por quê ele fez isto? Por medo de Jezabel? Não era ele um homem de Deus, que conhecia o Seu poder, que já havia orado a Ele e sido atendido de forma extraordinária em suas petições? Que mudança radical de atitude!  Assim vemos que se no capítulo 18 Elias era forte, corajoso, intrépido, um vitorioso guerreiro do Senhor, a seguir, no 19, no entanto, torna-se débil, desencorajado, vivendo em pânico e terror.

Elias naquela circunstância – após a retumbante vitória sobre o mal que dominava Israel, porém tendo recebido a ameaça da rainha – já agora não estava mais pensando de modo claro e realista, sua visão estava deturpada pelo medo, e ele não percebia que a ameaça não vinha de Deus, mas sim de um ser humano carnal e ímpio. Se tivesse feito uma avaliação correta do contexto que vivia, e tido a fé que em outros momentos demonstrara, perceberia que Deus é quem estava no controle e não Jezabel, e continuaria confiando nEle como fizera durante anos.

Além do mais, Elias tomou a pior decisão que poderia ter tomado naquela situação, afastando-se de um amigo que poderia ajudá-lo, quando “… deixou seu moço.” Pessoas desencorajadas são solitárias e via de regra buscam o isolamento. Elias, naquele momento deveria ter ficado junto a alguém que lhe injetasse coragem, confiança, força e objetividade para enfrentar a conjuntura. Alguém que lhe lembrasse: “Elias, o nosso Deus é muito mais poderoso que Jezabel. E Ele está contigo!”

Mas Elias tinha sido também colhido pela contracorrente da grande vitória obtida, o que muitas vezes acontece conosco, pois são momentos em que ficamos vulneráveis, especialmente se a vitória resulta de uma experiência com Deus. Paulo em 2 Coríntios 12.10 declarou: quando sou fraco, então, é que sou forte. Parafraseando o apóstolo, podemos dizer que quando nos sentimos fortes é que somos fracos! Muitas vezes sentirmo-nos fortes dá-nos uma perigosa sensação de auto-suficiência que nos leva a esquecer de Deus – e ao invés de sermos maioria tendo Ele ao nosso lado, não importa a quantidade, a qualidade ou o tamanho do oponente – enganosamente imaginamos que tudo podemos por nós mesmos, dando assim um decisivo passo rumo à derrota.

Elias estava também a esta altura exausto fisicamente e esgotado emocionalmente, após ter vivido por vários anos no limite de suas condições, caçado pelo rei como insurgente, procurado como o inimigo público número um do seu reino, o que certamente enfraqueceu muito sua vida espiritual.

Então o profeta afundou-se na auto-comiseração, desejando a morte, e foi quando Deus agiu poderosa e misericordiosamente, sem sermão, sem acusação, sem repreensão, permitindo apenas que Elias tivesse um momento de descanso e refrigério. Mas o Senhor ainda fez mais, e falou a Elias com sabedoria, perguntando em 1 Reis 19.9: “…Que fazes aqui, Elias?“ E o profeta, como resposta, choraminga no verso 10: “… Tenho sido zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.” E Deus, nos versos 11 e 12 pacientemente responde, orientando-o para que mantivesse seus olhos nEle, lembrando-o de que estava ali por sua causa, para encorajá-lo e protegê-lo. Deus não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo, mas Sua voz se fez ouvir como um sussurro, como uma brisa suave que teve o poder de retirar Elias do interior da caverna da desmotivação, da auto-piedade e da depressão. Então, nos versos 15-18, o Senhor mostra a Elias que seu trabalho ainda não havia terminado, e que, apesar do seu cansaço e prostração, Deus ainda contava com ele.

E, maravilha das maravilhas, nos versos 19-21 a Palavra nos conta que Deus providenciou para Elias um amigo: Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, (…) e seguiu a Elias, e o servia.” A compaixão de Deus não tem limites: o Senhor gentilmente o fez sair do fundo do poço onde o alimentara, dera-lhe descanso, refrigério e sábios conselhos, fazendo com que o profeta se sentisse novamente participante útil dos Seus soberanos propósitos!

Deus não nos fez para vivermos como ermitões solitários em nossas cavernas, mas sim para que vivamos em comunhão uns com os outros como partes do Corpo de Cristo, sustentando-nos e encorajando-nos mutuamente. Fomos criados e chamados para fazer parte da vida uns dos outros, do contrário tendemos a nos isolar, concentrando-nos em nós mesmos, pensando como nossa vida é difícil, e como os outros são injustos.

Elias nos mostra que devemos sempre olhar para o alto: buscando o Senhor que nos liberta da depressão; agradecendo a Ele por permitir que tenhamos descanso e refrigério; falando ao nosso coração, apesar da auto-piedade que possamos estar sentindo; concedendo-nos a companhia de um amigo que nos compreenda e encoraje; permitindo-nos discernir que o doador de tudo é muito mais importante do que as coisas doadas.

Senhor Deus de Elias, Deus nosso e Pai nosso, que permitas que nunca desviemos de Ti o foco de nossa vida. Que por mais que as circunstâncias que nos cercam sejam opressoras, que por mais que as trevas nos envolvam, jamais deixemos de confiar em Ti e no controle que Tens sobre a nossa existência. Que nosso referencial de fé seja sempre Habacuque 3.17-19: Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” Em nome de Jesus. Amém.

Este blog nasceu da vontade de compartilhar a Palavra de Deus por meio de meditações semanais, sem a finalidade de colher ganho de qualquer espécie, que não seja o de alcançar mais pessoas para Cristo. Se você ainda não recebe diretamente em seu endereço de e-mail as mensagens semanais De Coração a Coração, e deseja passar a recebê-las regularmente, por favor escreva seu nome e endereço de e-mail no espaço abaixo destinado ao comentário. Você tem a nossa garantia de que não faremos mau uso de seus dados. Graça e Paz!

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4 Comentários
  • maria aparecida vaz

    2 de junho de 2012 at 18:08

    A palavra de Deus é um alimento precioso q. quero estar spre recebendo-o.
    Ficarei feliz c/ tudo q. me for enviado.

    • Nanny & Winston

      3 de junho de 2012 at 19:08

      Prezada Maria Aparecida,
      Obrigado por participar. Seu nome já está cadastrado, e você passará a receber regularmente nossas mensagens. Que Deus a abençoe.

  • NOEMY

    15 de junho de 2012 at 23:53

    QUERIDOS. ESTA MENSAGEM CHEGOU BEM DENTRO DO QUE NÓS PRECISAMOS.ORAR SEMPRE E NUNCA FRAQUEJAR,LEMBRAR QUE O SENHOR ESTÁ SEMPRE NO COMANDO E QUE TEMOS QUE PERMANECER FIRMES,APESAR DE………..
    DESÂNIMO JAMAIS………………

    • Nanny & Winston

      16 de junho de 2012 at 18:22

      Isto mesmo, querida Noemy! Como Paulo nos exorta em 2 Coríntios 4.8: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados”!

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