Sob a Luz de Deus
Cidadão proeminente naquela cidade, homem de muitas posses, porém cristão grato a Deus por toda a riqueza que conseguira licitamente angariar ao longo dos anos, decidiu então fazer algo mais para o Reino que apenas entregar o dízimo e as ofertas.
Teve então uma idéia: criar um centro para receber ofertas para os carentes. Seriam angariados não somente recursos financeiros, como também roupas, mantimentos, móveis, utensílios domésticos, e quaisquer outras coisas que pudessem suprir pessoas necessitadas.
Iniciou então pela contratação do projeto do edifício, e junto com o arquiteto discutiu cada detalhe, cada minúcia da obra, para que o resultado final fosse o mais próximo possível da perfeição que ele imaginava. Veio o dia da inauguração, e os amigos e conhecidos que ali estavam ficaram muitíssimo bem impressionados com a qualidade do edifício, que reunia o que de melhor e mais inovador a tecnologia podia oferecer. Até que um dos presentes chamou a atenção de todos para algo inesperado: “Onde estão as lâmpadas? Como será feita a iluminação dos ambientes quando estiver escuro?” Ao que o anfitrião respondeu: “Aqui estão comigo lâmpadas, uma para cada família presente. Estão vendo aqueles suportes nas paredes? A cada reunião que tivermos neste centro, vocês trarão cada um a sua lâmpada, colocarão no suporte que tem o seu nome e os ambientes resplandecerão de luz! No entanto, cada vez que não puderem vir, haverá um ponto escuro. E isto será para lembrar que sempre que deixarem de fazer algo em benefício de alguém, uma parte da Casa de Deus estará em trevas. Lembrem-se, cada vez que somos solidários com nosso próximo, nossa própria vida se ilumina, nossa alma se regozija e os céus se alegram!”
Jesus disse em Mateus 5.15-16 que “nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”
A luz representa o efeito da nossa vida cristã nos outros. Jesus é a própria luz, como o apóstolo diz em João 1.4-5: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.”
Séculos antes da vinda de Nosso Senhor, o profeta Isaías antevia – no Reino Milenar – a luz da glória de Deus sobre Jerusalém e Israel, e anunciava que as nações viriam para ela, para a verdade, por meio da pregação do Evangelho de Cristo: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu.“ (Isaias 60.1-3).
Sabemos que luz significa a ausência de trevas, mas a questão que está posta aqui é a separação entre ambas, que Deus fez como está registrado em Gênesis 1.4. Ele certamente poderia ter simplesmente eliminado as trevas, mas não o fez; Ele as separou da luz, e mais tarde mandou Seu Filho exatamente para isto: para salvar o mundo fazendo a separação. O homem teve então a oportunidade de transformar-se em filho da luz ao aceitar a Cristo como único e suficiente Salvador, ou continuar como filho das trevas ao rejeitá-lO.
A farta iluminação que as nações hoje orgulhosamente exibem em suas noites de feérico esplendor urbano – em especial as mais desenvolvidas – é meramente artificial, não tem nada a ver com a verdadeira luz que vem de Deus, e até mesmo se opõe a ela, por seu caráter eminentemente materialista, consumista, que visa atrair em especial aqueles que buscam prazeres carnais.
Não há como pretender que as nações andem na luz, se não for pela presença do Evangelho, se não pautarem-se pela verdadeira aplicação da Palavra.
No Antigo Testamento a relação de Deus era marcadamente com os povos e as nações; no Novo Testamento, no entanto, é principalmente com as pessoas, pois em primeiro lugar é preciso que as pessoas se convertam, para que haja a conversão das nações.
Nos dias que correm, o mundo todo vive em trevas, e os povos da terra na escuridão absoluta da ilusória busca da riqueza material, afastados da verdade e da retidão de caráter. E estas virtudes, ao contrário do que alguns supõem, não são de cunho exclusivamente religioso, mas também de ordem moral, precisam estar em conformidade com a razão, com a justiça, com o direito, com a lei, com o dever, e estritamente relacionadas com a integridade, com a lisura e com a probidade.
Deus Amado, que possamos hoje e sempre viver e descansar sob a Tua luz, que é a abundância verdadeira e durável, a riqueza eternal incorruptível. É no nome precioso de Jesus Cristo que oramos agradecidos. Amém.