Estudos Bíblicos

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Ide

George Thomas, famoso político e pregador inglês, chegou um dia à igreja carregando uma gaiola, colocou-a no púlpito e começou sua preleção.

“Estava andando ontem pela rua, quando vi um menino levando uma gaiola com 3 pequenos passarinhos visivelmente arrepiados de frio e de medo.

Então perguntei-lhe: “Menino, o que você vai fazer com esses passarinhos?”

Ele respondeu: “Vou levá-los para casa, arrancar suas penas e queimá-los. Vai ser muito divertido!”

George então cautelosamente perguntou: “Quanto você quer pela gaiola com os passarinhos?” Ao que o garoto retrucou: “Ah, o senhor não vai querê-los, eles não servem para nada. Não vê como são feios?” O pregador então ofereceu 10 libras ao menino, que prontamente aceitou.  Mas logo adiante o homem de Deus soltou os pássaros, que mais que depressa se empoleiraram em uma árvore frondosa.
Conta uma lenda que certo dia satanás procurou Jesus, quando então o Senhor perguntou ao diabo, o deus deste mundo, o que ele estava fazendo com as pessoas aqui na terra.
Respondeu o maligno: “Estou me divertindo com elas. Ensino-as a fazer bombas e a matar, a usar armas, a odiar umas às outras, a casar e a se separar em seguida. Ah, e ensino-as também a abusar de criancinhas e a praticar a homossexualidade, colocando em suas mentes que tudo isto é muito natural, que é demonstração do progresso da humanidade, que é uma marca da pós-modernidade, algo bastante avançado, que é a conquista da liberdade que todos os homens tanto almejam! Incentivo os jovens a usar drogas, a beber, a se prostituir e a fazer tudo o que gostam e que sei desagrada ao meu grande inimigo, que é o Seu Pai!”

Jesus então lhe perguntou: “E o que você pretende fazer depois com eles?”

Inflamou-se o diabo: “Meu plano é matá-los física e espiritualmente, acabar com todos eles afastando-os cada vez mais de Deus, trazendo-os mais junto de mim!”
Cristo propôs:”Estou disposto a pagar qualquer preço por eles. Quanto você quer?”
Satanás rebateu:”Você não vai querer essas pessoas. Elas são traiçoeiras, mentirosas, falsas, egoístas e avarentas! Elas nunca vão amá-Lo de verdade, vão Lhe bater, cuspir no Seu rosto, zombar de você, vão desprezá-Lo e jamais serão gratas  pelo que fizer por elas!”

Mas Jesus nem pareceu ouvir e repetiu a proposta: “Diga, que preço quer por elas?”

“Quero toda a Tua lágrima e todo o Teu sangue!”, exigiu o maligno.
E foi assim que Jesus pagou o preço pela nossa libertação do pecado!
Irmãos, como é possível às pessoas esquecer tão facilmente o sacrifício de Jesus, que à custa de Sua própria morte terrivelmente sofrida, deu-lhes a salvação? Alguns até acreditam no que Ele ensinou, mas freqüentemente questionam as coisas de Deus e não praticam os Seus mandamentos!

Muitos dizem que O conhecem e que vão querer um dia estar com Deus, mas na realidade não O conhecem, não se interessam de verdade em conhecê-lO, e não sabem também que conhecer e não fazer, não é conhecer. Que dirá amá-lO, como deveriam!  

Muitos alegam, defendendo-se, crer em Deus – embora afastados d’Ele e desobedientes às Suas ordenanças – mas esquecem que o próprio satanás também crê n’Ele!

As pessoas proclamam a todo o momento e abertamente por qual clube de futebol torcem, falam empolgadamente da novela que mais gostam, exaltam a todo o tempo artistas de televisão e de cinema, atletas vencedores, músicos e bandas da moda, mas raramente falam do Cristo, e quase nunca proclamam Sua Palavra!
O mundo está cheio de “cristãos secretos”, que parecem ter receio de se expor, de se revelar, como se assumir a faceta mais importante da vida humana fosse vergonhoso e inconveniente. Mas Jesus Cristo alertou, no Evangelho de Lucas 9.26: “Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos.”

Será que quando você terminar de ler essa mensagem, terá coragem de compartilhá-la com seus amigos, parentes, conhecidos, vizinhos, ou tem receio do que pensarão de você?
Você se considera um verdadeiro cristão? Você acredita que Cristo é o seu único e suficiente Salvador? Prove a si mesmo e a Ele, decidindo ser um arauto da Palavra de Deus.

A proclamação da Palavra de Deus, das verdades recebidas e registradas por servos escolhidos e inspirados pelo Espírito Santo, é uma das prioridades do verdadeiro cristão.

Jerusalém, cerca de 61 A.D., dia de Pentecostes, os discípulos de Jesus reunidos obedecendo o que lhes ordenara o Mestre e, repentinamente, como é relatado em Atos 2.4-6, “Todos ficaram cheios do Espírito Santo…”, e ante a perplexidade da multidão de “…judeus, homens piedosos de todas as nações debaixo do céu…”, “…cada um os ouvia falar na sua própria língua.” E Pedro, percebendo o estado de confusão e dúvida em que se encontravam, responde às suas inquietações e ousadamente os exorta no verso 38: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.”

O mesmo poder que os discípulos receberam no Pentecostes – quando foram cheios do Espírito Santo – e que os capacitou a mudar o curso da História, está à nossa disposição.

Ser cheio do Espírito Santo é ser cheio de Cristo e permanecer n’Ele (João 15.1-18).

Precisamos estar cheios do Espírito porque só então – revestidos pelo poder e ungidos pelo Espírito Santo, vivenciando o milagre de ser o Corpo Vivo de Cristo – seremos portadores da mensagem da salvação que responde às questões dos céticos, que preenche o vazio dos espiritualistas e que elimina as discrepâncias e aberrações do sincretismo.

Somos desafiados à proclamação de Cristo Jesus – a mensagem que vem de Deus – porque somente Cristo tem sentido e eternidade espiritual!

Senhor, Nosso Deus e Pai, dá-nos a fé e a ousadia de que precisamos para obedecer ao IDE de Jesus, ajudando a levar a Tua Palavra a toda a criatura e a fazer discípulos de todas as nações. Em nome de Jesus. Amém.

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O Amor de Deus

“Deus é amor/Pois o amor vem de Deus/Amemo-nos uns aos outros/Pois o amor vem de Deus/Deus é amor!” canta o hino tão conhecido.

A Graça e o Amor de Deus estão inextricavelmente interligados no todo do Seu Ser divino: é por Seu Amor infinito que Sua Graça se manifesta, porém é só pela Sua Graça maravilhosa que nós – pobres mortais sem mérito algum – recebemos a dádiva do Seu imenso amor!

Graça (charis em grego) significa favor imerecido, cuidado ou ajuda graciosa, benevolência, mas a grande dádiva inserida na Graça de Deus é o amor por meio do qual ela opera, e de cuja dimensão incomparável podemos ter uma idéia através da passagem tão conhecida de João 3.16: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Nada pode ser comparado à grandeza do Amor de Deus. Seu Amor criou o universo, as galáxias, os sistemas solares, os planetas, as estrelas, a luz, os buracos negros, o homem, os micro-organismos…enfim, tudo o que existe é produto do Seu imenso Amor.

Davi, no Salmo 8, versos 3 e 4, expressa a disparidade total de escala daquilo que compõe a criação divina, colocando em seu devido lugar o homem frente a seu Criador e à Sua criação, e forçando-nos a nos recolher à nossa humilde insignificância: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres?”

Mas – apesar de que basta ao homem um simples olhar interessado e respeitoso à criação que Deus amorosamente fez para ele – o Seu amor para conosco continua incompreensível para os padrões, conceitos e valores humanos em um mundo tão voltado ao materialismo, ao utilitarismo, ao consumismo, à idolatria, ao individualismo, ao egocentrismo e a tantos outros ismos deletérios. Quem, devotado ao mundanismo, poderia compreender o que a Palavra de Deus afirma em João 15.13: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”?

O mundo que Deus amou e pelo qual deu o Seu Filho é o mundo daqueles identificados pela graça da fé salvadora, “para que todo o que nele crê não pereça.” O texto literalmente menciona todo o que crê, referindo-se a determinadas pessoas segundo a sua natureza espiritual, isto é, aos crentes. Estes constituem o mundo que Deus ama, as ovelhas de Jesus Cristo, e que é composto de judeus e gentios (João 10.16). É por esse mundo, objeto do Seu amor, que Deus deu o Seu Filho. E é somente por esses que Jesus, em João 17.9, ora: É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;” e continua no verso 20: Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra.

Através dessa oração Jesus pede por Seus onze discípulos crentes e também por aqueles que virão a crer. Ele ora por Seu povo, por aqueles que Deus amou. Eles pertencem a Cristo porque Lhe foram dados por Deus em Seu amor. O amor de Deus por Cristo é o fundamento, a fonte da salvação e da crença dos que crêem, e no verso 23  Jesus acrescenta, eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Deus ama o Seu povo com o mesmo amor que tem por Cristo, que declara no verso 24 ser objeto de um amor eterno quando diz, “… porque me amaste antes da fundação do mundo”. Ou seja, assim como Deus amou Seu Filho com um amor eterno, da mesma forma amou Seu povo.

O amor de Deus em nós não é um dom, mas fruto do Espírito inserido na vida do verdadeiro cristão, como Paulo, em sua epístola aos Romanos 5.5, tão bem expressa: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” Por isso, sem a prática do amor entre os irmãos, estaremos agindo contra a vontade de Deus. O amor cristão é im­prescindível, e a Bíblia mostra­-nos que sem amor nada tem relevância, peso e expressividade, uma vez que todas as coisas se anulam pela ausência do amor. Tudo deve ser feito não ape­nas por amor, mas com amor. De que adianta ao crente ser dotado de todos os dons espirituais e até demonstrar auto-sacrifício, se ele não pratica o amor de Deus em sua vida cotidiana?

Sem o genuíno amor de Deus operando em nos­sos corações, os mais destacados dons tornam-se ineficazes. Enquanto os dons es­pirituais nesta vida são temporários, concedidos segundo os desígnios de Deus, o amor deve ser constante, permanente. Esse amor, que tanto revela a natureza de Deus (1 João 4.7-12), por certo predominará na glória. Os dons são repartidos entre todos os membros do corpo de Cristo, mas o amor não é dividido, e sim, distribuído para todos de igual modo. Portanto, quem não ama não é verdadeiro cristão (1 João 4.8; Romanos 5.5,8).

Mas é no capítulo 13 de 1 Coríntios que a Palavra de Deus revela a grandeza do amor cristão, marcado pela total ausência de interesse pessoal e pela busca permanente do bem do próximo. Mais que simples emoção, é princípio de ação; trata-se de fazer pelos outros por compaixão a eles, e não por afeição; é sinal indelével que marca o verdadeiro discípulo de Cristo, e se caracteriza por alguns aspectos essenciais:

é sofredor. Ele faz com que uma pessoa suporte danos pessoais causados por alguém, sem ressen­timento ou retaliação;

é benigno. O amor de Deus em nós vence o mal com o bem. “Amai a vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam” (Lucas 6.27);

não é invejoso. Quem ama com o amor de Deus, nunca se deixa levar por ciúmes, não alimenta má vontade, malícia ou mau humor;

não é leviano. Quem ama com amor no Espírito (Colossenses 1.8) não julga ou procede precipitadamente, e nunca proclama suas próprias virtudes, procurando chamar a atenção para si, mas sempre procura fazer o melhor por seu semelhante, atribuindo sempre toda a glória a Cristo;

não é soberbo. O amor não é orgulhoso, arrogante, presun­çoso, exibicionista, extravagante. Quem ama não busca a própria honra, não trata os outros como inferiores (Mateus 20.26-28), nem faz alarde de sua própria “humildade”;

não é indecoroso. O amor nunca se porta com indecência, desonra, despudor ou imoralidade. O crente jamais pode ser vulgar, descortês ou cínico. O verdadeiro amor nunca envergonha, fere ou humilha o ou­tro, mas sim busca o bem-estar de todo o corpo de Cristo;

não é interesseiro. O amor não busca seus próprios interesses. Ele não é cobiçoso, egoísta, avarento, e não pensa antes de mais nada em si mesmo;

não se irrita. O amor não se enfurece, a despeito das circunstâncias. O crente que tem o amor do Pai se man­tém sob controle, em oração, mesmo quando tudo parece fora de controle;

não se ressente do mal. O crente autêntico não guarda ressentimen­tos, sempre perdoa e não guarda rancor (CoIossenses 3.13);

não se regozija com a injustiça. O amor que provém de Deus não folga com o mal ou com o infortúnio dos outros;

compraz-se na ver­dade. Aquele que tem o amor de Deus em seu coração, está sempre do lado da verdade, mesmo quando ela lhe traz algum prejuízo;

tudo sofre, crê, espera, suporta. O amor sempre defende, confia, tolera e persevera. O amor que flui de Deus para nós é obediente, fiel e esperançoso. Existem três fluxos de amor verdadeiro:

O primeiro é do amor de Deus para com o homem. Em João 3.16 a Bíblia afirma que Deus nos amou sem reservas, com amor sacrificial: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito…”.

O segundo é do amor do homem para com Deus. Amar a Deus é um man­damento estabelecido no livro de Deuteronômio: Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” (6.5), e “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos” (11.1).

O terceiro fluxo é do amor do homem para com o próximo. Nosso amor ao próximo é também um mandamento divino que permeia a Bíblia (Levítico 19.18; Romanos 13.8-10). Mas quem é o meu próximo? A esta pergunta, feita a Jesus por um doutor da lei em Lucas 10.29, o Senhor responde nos versos 30-37, fazendo com que aquele homem refletisse e então respondesse a si mesmo.

O amor de Deus entre crentes é a virtude ou o predicado supremo que não substitui os dons, mas que significa “um caminho sobremodo excelente” (1 Coríntios 12.31b) para o exercício dos dons. E em 1 João 4.10-11, o evangelista nos mostra o amor que devemos nutrir, de forma cabal e definitiva: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.”

Senhor, rendidos a Teus pés queremos suplicar-Te que nos alcances com Teu amor inexcedível. E que por mais que nossa pecaminosidade constitua-se em obstáculo, que possamos aprender a amar como Cristo nos amou, para que amemos a Ti e a nossos irmãos de acordo com a Tua vontade. No nome santo do Senhor Jesus oramos agradecidos. Amém.

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Concordes no Senhor

O Senhor nosso Deus é o maravilhoso e soberano construtor de tudo o que há.

E como perfeito construtor, tudo o que criou tem função e lugar precisos no todo da existência. Basta apenas observarmos a maravilha da Sua criação que é o corpo humano, por exemplo: cada órgão interligado com os outros numa harmonia perfeita, exercendo funções complementares e indispensáveis para o conjunto; cada sistema orgânico igualmente em perfeita sintonia com o todo, provendo, um a necessidade de oxigenação, outro a vital circulação sangüínea, outro ainda o essencial processamento dos alimentos, e assim por diante.

E na natureza – bênção que ele concebeu para nosso proveito – observemos apenas como crescem os vegetais, em harmonia total com a terra, de onde extraem o próprio alimento, por um lado, com os ciclos naturais da chuva e do sol, por outro, produzindo ao fim e ao cabo, o grão, a fruta, o legume, a verdura, o tubérculo e outros vegetais essenciais à nossa vida e à dos animais.

E que dizer da espantosa semelhança entre a configuração físico-espacial de um imenso sistema solar e de um microscópico átomo? E tudo isto, tão incrível e absurdamente perfeito, maravilhoso, integrado, é apenas uma ínfima parte do que Ele criou! Como Davi, deveríamos, a cada dia, nos rejubilar proclamando hinos de louvor ao Senhor por todas as suas maravilhas: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Salmo 19.1).

Mas na grandiosidade da obra divina, a jóia de Sua criação somos nós, os seres humanos, que existimos para glorificá-lO, e para gozá-lO para sempre.

Nesta posição especial, à qual foi elevado unicamente pela graça de Deus, o homem não foi destinado a viver só, isolado de seus semelhantes; ao contrário, Deus o fez para ser gregário, para que associado a outros também construísse aquilo que é de sua competência e responsabilidade.

E a alguns Ele elegeu para serem Seus filhos, para constituir a Sua família, a família da fé. A estes Deus determinou que sejam unidos. Quando Jesus se preparou para sua própria morte, uma das primeiras coisas em sua mente foi a unidade dos seus discípulos: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.20-21). Assim como os peixes se movem e sobrevivem somente na água, e nós seres humanos só existimos e nos movemos em meio ao oxigênio, assim também a unidade é o elemento no meio do qual as coisas celestiais existem e se manifestam. Deus está no céu onde sua glória é plenamente manifestada e foi contra essa harmonia gloriosa que Lúcifer atentou. Ele dividiu e conspurcou o céu, afrontou a Deus, por isso foi expulso. Mas Cristo morreu para purificar tanto as coisas do céu quanto as da terra, conforme lemos em Hebreus 9.23.

Nada proveniente de Deus pode se estabelecer onde a unidade e a concórdia no Senhor estejam ausentes, e por este pressuposto, todo aquele que quer glorificar a Deus, deve contribuir para a unidade entre irmãos: “Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros” (Romanos 14.19). Em Efésios 4.3, Paulo instrue: “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; ” e em Filipenses 2.2-4: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma cousa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. O apóstolo também deu a fórmula prática para esta concórdia essencial, quando escreveu à igreja dividida em Corinto, em sua primeira carta, capítulo 1, verso 10: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis a todos a mesma cousa e que não haja entre vós divisões, antes, sejais inteiramente unidos na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” Isso significa – como cristãos que somos – concordar, falar a mesma coisa, não termos divisão no coração, sermos inteiramente unidos, termos a mesma disposição mental, termos a mesma visão acerca das coisas de Deus. Concordar é sermos como foram os primeiros cristãos, que perseveravam unânimes todos os dias e tinham um só coração e uma só alma.

O padrão que nos é exigido é o do Espírito Santo, que é termos unidade segundo Deus, como Jesus Cristo, em João 15.12 determina: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Porque o amor, irmãos, é a pré-condição essencial, indispensável, basilar, para que estejamos unidos e concordando no Senhor.

E para isto precisamos orar mais, muito mais, pois sabemos que a oração é a força que nos mantém em comunhão com Deus. Mas somente conseguimos orar de verdade quando o nosso corpo está abatido, contrito, e o nosso velho homem morto na cruz, pois só desta forma nosso espírito estará preparado para ser recipiente transbordante do amor de Deus (2 Coríntios 12.9,10). Logo, o segredo do amor revela-se na prática da oração perseverante: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17).

Um conhecido conto judaico diz que sabendo que ia morrer, um velho pai dividiu a fazenda entre os dois filhos homens e colocou na cerca um pequeno portão para que os irmãos se visitassem. Um irmão era casado e tinha dois filhinhos, mas o outro era solteiro. Cada um vivia na sua casa e eram amigos, unidos e felizes. Trabalhavam de sol a sol em suas plantações de trigo, e naquele ano a colheita tinha sido abundante. O filho casado acordou à meia-noite pensando no seu irmão solteiro: “Coitado dele! Enquanto tenho uma esposa que me ama, cuida da casa, prepara todos os dias gostosa comida, tenho dois filhinhos lindos, meu irmão não tem nada disto! Eu quero alegrá-lo um pouco. Deus tem abençoado tanto a minha colheita que eu vou agora mesmo pegar do meu celeiro um pouco de trigo e levar para o celeiro dele”. Era noite de lua cheia e o luar clareava os campos e os caminhos. Ele foi, agarrou um molho do melhor da colheita e se dirigiu para o pequeno portão a fim de entrar na propriedade de seu irmão, para lhe fazer uma surpresa. No entanto, aconteceu que naquela mesma noite, também à meia-noite, o irmão solteiro perdeu o sono preocupado com o irmão casado: “Coitado dele! Trabalha tanto e ainda tem que sustentar a esposa e os dois filhinhos, enquanto tudo que ganho é só para mim. Tenho pena dele. Quero alegrá-lo. Deus tem abençoado tanto a minha colheita que vou levar do meu celeiro um bocado do meu trigo para o celeiro dele!” Abraçou um bocado do seu melhor trigo se dirigiu para o pequeno portão. Quando o irmão casado abria o portão, também chegava ali o irmão solteiro! Um olhou para o outro, surpreso, porém imediatamente compreendendo tudo. Largaram seus molhos de trigo e emocionados se abraçaram demoradamente, por ver o quanto se amavam e o quanto eram unidos! A unidade com amor é divina!

Conquanto os métodos humanos para manter a unidade possam parecer práticos e eficientes, os verdadeiros seguidores de Jesus procurarão manter a unidade no modo que Ele nos ensina nas Escrituras. Consideremos alguns textos importantes que nos auxiliarão a entender o que Jesus quer que façamos.
Em João 17.17-23 podemos constatar que Jesus revela a base da unidade que agrada a Deus, para que concordemos no Senhor. Nossa unidade tem que ser modelada pelo exemplo divino.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas, mas concordam em tudo o que dizem e fazem. Os cristãos, portanto, precisam desenvolver a mente de Cristo através do estudo da sua palavra, para que possam aprender a pensar como Deus pensa (1 Coríntios 2.9-16), e ajam sempre concordes no Senhor.

E o que é muito importante, até mesmo para realização da evangelização que Ele nos comissionou, pois a relação amorosa entre cristãos é evidência, para o mundo, de que nosso Senhor veio do Pai (João 17.21-23). Ainda em 1 Coríntios 1.10, o apóstolo apela aos irmãos, mostrando que a palavra revelada é a base de nossa unidade, que deve ter como base Jesus Cristo.

Quando seguimos cuidadosamente Sua autoridade em tudo o que fazemos, evitamos as divisões que vêm das opiniões, das doutrinas, dos interesses humanos (Colossenses 3.17), e a humildade desprendida de Jesus é nosso exemplo perfeito (Filipenses 2.1-8; Romanos 12.9-10, 15-18).

Quando somos fiéis a Cristo, estamos seguros da comunhão com Ele e com seus verdadeiros seguidores (1 João 1.5-7).

Devemos, no mesmo sentido, incentivar a paz permanentemente, porém não ao preço da verdade. Se formos forçados a escolher entre a pureza da doutrina de Cristo e a paz com nossos irmãos, é forçoso colocar Deus em primeiro lugar.

É melhor estar próximo de Deus e longe dos homens, do que estar perto dos homens e longe de Deus. A unidade que Deus deseja é entre Ele e seus servos obedientes (João 14.23) e, em conseqüência, entre os irmãos que servem ao mesmo Senhor (1 Coríntios 1.10).

A unidade artificial é fácil de ser conseguida. Os homens são capazes de esconder diferenças reais e criar alianças ímpias, como o faziam os fariseus e os herodianos quando se uniam contra seu adversário comum, Jesus Cristo. Mas a concordância integral no Senhor requer trabalho duro: exige estudo diligente, humildade genuína, amor desprendido pelos irmãos e, acima de tudo, amor intransigente por Deus e por Sua Palavra.

Pai Santíssimo, ajuda-nos a desenvolver a mente de Cristo para que possamos servir-Te juntos totalmente concordes, gozando de plena comunhão conTigo e entre nós! Em nome de Cristo Jesus. Amém.

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