Inerrância

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Inerrância

A base teológica da crença na inerrância da Bíblia é o princípio basilar que considera que, como Deus é perfeito, a Bíblia escrita, que é a Sua Palavra registrada por meio de caracteres gráficos, deve também ser perfeita, portanto livre de erros, ou inerrante. Várias são as provas que corroboram este preceito, em primeiro lugar evidenciando a fidedignidade do caráter de Deus, quando em João 17.3 Jesus ora: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Esta é a definição que o próprio Cristo fez da salvação, ficando subentendido que o enviaste refere-se a Ele como o Salvador do mundo. Em Romanos 3.4, Paulo escreve; “… Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo o homem…”, lembrando que foi o homem que quebrou a sua palavra, e não Deus a Sua. Em segundo lugar, o ensino de Cristo apresenta também suas provas da inerrância das Escrituras. Em Mateus 5.17-18 Ele instrui: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” , comunicando que cada letra de cada palavra do Antigo Testamento é vital e será irrevogavelmente cumprida. Já em João 10.35, Jesus afirma, “… a Escritura não pode falhar”, isto é, não pode ser privada de sua autoridade obrigatória, utilizando uma exegese altamente técnica do Antigo Testamento. Em terceiro lugar, podemos verificar que há também fortes argumentos sobre a inerrância, baseados nas próprias palavras das Escrituras. Paulo, em Gálatas 3.16 alude às promessas feitas por Deus, mostrando que confiava na exatidão de cada palavra das Escrituras: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.” Nosso Senhor, em Mateus 22.31-32, afirma que para os crentes a vida depois da morte é uma verdade fundada no caráter de Deus: “E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.”

Em 1978 um grande encontro das igrejas protestantes norte-americanas firmou a Declaração de Chicago sobre a Inerrância Bíblica, que deu origem ao Concílio Internacional sobre Inerrância Bíblica (ICBI – International Council on Biblical Inerrancy), um esforço comum inter-denominacional de centenas de eruditos e líderes evangélicos para defender a inerrância bíblica dos conceitos de tendência liberal e neo-ortodoxa. A Declaração foi assinada por aproximadamente 300 eruditos evangélicos famosos, incluindo James Montgomery Boice, Norman L. Geisler, John Gerstner, Carl F. H. Henry, Kenneth Kantzer, Harold Lindsell, John Warwick Montgomery, Roger Nicole, J.I. Packer, Robert Preus, Earl Radmacher, Francis Schaeffer, R.C. Sproul e John Wenham. A síntese a seguir transcrita da Declaração, discorre sobre a doutrina da inerrância das Escrituras, esclarecendo sobre o que significa e advertindo contra a sua negação, alertando que negá-la é ignorar o testemunho dado por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo, além de rejeitar a submissão às reivindicações da própria palavra de Deus. Por isso, diante da enxurrada de desvios doutrinários que tem invadido a Igreja, é dever de cada crente manter-se firmemente apegado à Escritura, tendo como certa a sua suficiência e a sua inerrância, baseada nas seguintes verdades:

  1. Deus, sendo Ele Próprio a Verdade e falando somente a verdade, inspirou as Sagradas Escrituras a fim de revelar-Se à humanidade perdida, através de Jesus Cristo, como Criador e Senhor, Redentor e Juiz. As Escrituras Sagradas são o testemunho de Deus sobre Si mesmo.
  2. As Escrituras Sagradas – sendo a própria Palavra de Deus – e tendo sido escritas por homens preparados e supervisionados por Seu Espírito, possuem autoridade divina infalível em todos os assuntos que abordam: devem ser cridas, como instrução divina, em tudo o que afirmam; obedecidas, como mandamento divino, em tudo o que determinam; aceitas, como penhor divino, em tudo que prometem.
  3. O Espírito Santo, seu divino Autor, ao mesmo tempo no-las confirma através de Seu testemunho interior e abre nossas mentes para compreender seu significado.
  4. Tendo sido na sua totalidade e verbalmente dadas por Deus, as Escrituras não possuem erro ou falha em tudo o que ensinam, quer naquilo que afirmam a respeito dos atos de Deus na criação e dos acontecimentos da história mundial, quer na sua própria origem literária sob a direção de Deus, quer no testemunho que dão sobre a graça salvadora de Deus na vida das pessoas.
  5. A autoridade das Escrituras fica inevitavelmente prejudicada, caso essa inerrância divina absoluta seja de alguma forma limitada ou desconsiderada, ou caso dependa de um ponto de vista acerca da verdade que seja contrário ao próprio ponto de vista da Bíblia; e tais desvios provocam sérias perdas tanto para o indivíduo quanto para a Igreja.

A Bíblia é inerrante porque os manuscritos originais não possuem erro: se os contivesse, Deus cometeria enganos em sua comunicação com o homem, e então não seria perfeito, o que é um total absurdo. Assim sendo, é inadmissível que o verdadeiro crente não considere a Bíblia como a revelação inerrante de Deus. Seria uma afronta à Sua sabedoria perfeita e infinita pensar que Ele poderia cometer ou permitir um engano, e um insulto inominável ao Seu caráter imaginar que Ele poderia mentir ou consentir que Sua Palavra fosse adulterada – Ele que é a própria Verdade – como Paulo expõe em Tito 1.2, e como, em João 14.6, Jesus, o Deus encarnado, afirma inequivocamente; “… Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida…”

Grandioso Deus, Tu que és o Criador de tudo o que existe, perdoa a presunção humana de pretender encontrar falhas na Tua Obra, erros na Tua Palavra, imperfeições em Ti. Teu profeta há muito tempo chamou atenção para a nossa pequenez em Isaias 40.22, 25 (NTLH), admoestando: O Criador de todas as coisas é aquele que se senta no seu trono no céu; ele está tão longe da terra, que os seres humanos lhe parecem tão pequenos como formigas. (…) Com quem vocês vão comparar o Santo Deus? Quem é igual a ele?” Que tenhamos a plena,  humilde e permanente consciência de nossa enorme insignificância e de Tua grandeza inimaginável, ó Pai, para sermos dignos de Ti. Em nome de Cristo Jesus oramos contritos e agradecidos. Amém.

Este blog nasceu da vontade de compartilhar a Palavra de Deus por meio de meditações semanais, sem a finalidade de colher ganho de qualquer espécie, que não seja o de alcançar mais pessoas para Cristo. Se você ainda não recebe diretamente em seu endereço de e-mail as mensagens semanais De Coração a Coração, e deseja passar a recebê-las regularmente, por favor escreva seu nome e endereço de e-mail no espaço abaixo destinado ao comentário. Você tem a nossa garantia de que não faremos mau uso de seus dados. Graça e Paz!

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6 Comentários
  • FERNANDO ENÉAS MONTEIRO DE ALMEIDA

    29 de maio de 2012 at 21:38

    Amados:
    Fiquei muito contente em encontrar este artigo no seu blog.
    Sou professor de Grego, Hebraico e Introdução ao Antigo Testamento, na Faculdade Evangélica do Paraná – CURITIBA, e esposo esta posição em relação à Palavra de Deus: “Puríssima é a Tua Palavra, por isso o teu servo a estima” – Sl 119.
    Gostaria muito de trocar idéias, francamente, sobre este assunto com os amados Irmãos. Escrevi, em 2005, o livro, publicado em edição particular, pela gráfica da Editora Betânia: “A Perfeição Matemática da Bíblia”. Não é um livro perfeito, embora acerca da Perfeição das Escrituras. Mas foi uma tentativa sincera de deixar à minha geração uma contribuição no sentido de mostrar que temos uma Rocha Eterna e “Uma Fé Documentada”, Divinamente Documentada.
    Se os Irmãos desejarem, posso enviar-lhes um exemplar e gostaria que os Irmãos o criticassem com total liberdade, a fim de que seus defeitos sejam corrigidos em possível edição futura.
    Parabéns pelo seu belo ministério e Obrigado.
    Prof. Fernando Enéas.

    • Nanny & Winston

      31 de maio de 2012 at 11:14

      Caríssimo irmão Fernando Enéas,
      Ficamos muito felizes com a sua mensagem, e queremos louvar a Deus por este contato tão precioso que Ele nos está proporcionando.
      Sim, gostaríamos muito que este contato se estreitasse para trocarmos ideias sobre a Obra de Deus, por certo teríamos muito a compartilhar mutuamente com o prezado professor, e sim, também aceitamos a gentil oferta de envio do exemplar de seu livro que muito nos interessaria conhecer.
      Aproveitando o ensejo, queremos convidá-lo a participar da próxima reunião semanal do Núcleo Familiar Poty que coordenamos, onde todas as sextas-feiras às 20:00 horas, nos dedicamos ao estudo da Palavra, ao louvor e à oração. Vamos lhe passar por e-mail o endereço da próxima reunião, esperando que seja possível a sua dileta participação. Tenha a certeza de que o querido irmão será muito bem-vindo em nosso meio!
      Agradecemos honrados suas bondosas palavras e ficamos à sua disposição.
      Em Cristo.

  • antonia nunes maria

    1 de junho de 2012 at 3:26

    queridos obrigado mais uma vez por nos passar a palavra de deus com tanta
    sabedoria apezar de tantas coisas que tentam passar sobre a não existencia
    de deus é tão bom saber que tem pessoas tão sabias que nos passam a
    verdade com amor bjos obrigado

    • Nanny & Winston

      13 de junho de 2012 at 15:38

      Querida Antonia,
      As palavras são de Deus, a sabedoria é dEle, e nós procuramos ser apenas servos úteis, tentando cooperar na Sua Obra bendita.

  • Liliana RIBAS

    13 de junho de 2012 at 7:44

    Queridos amigos,
    Como é bom começar o dia lendo as mensagens deste blog.
    Que Deus os abençoe grandemente!!
    Abraço,
    Liliana

    • Nanny & Winston

      13 de junho de 2012 at 15:34

      Obrigado, querida Liliana! Ficamos felizes em saber que você está conosco e que podemos humildemente ser instrumentos do nosso Deus!

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