O CRISTÃO E A CRISE NACIONAL (2)

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O CRISTÃO E A CRISE NACIONAL (2)

Paulo em 1 Tessalonicenses 5.17 nos exorta: “Orai sem cessar”. Sim, como verdadeiros cristãos temos que obedecer e nos manter em permanente e fervorosa oração, e desta forma exemplificar em tudo as atitudes e os ensinamentos de Cristo, porém não podemos deixar de fazer a nossa parte como cidadãos da pátria na qual temporariamente vivemos, exigindo das autoridades o aperfeiçoamento da legislação anticorrupção, o apoiamento à ação independente da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, e a punição imediata e exemplar dos culpados.

 

Onde habita o ser humano na terra, existe crise, desde que houve a Queda do homem no mundo criado por Deus, com todas as suas consequências funestas perpetuando-se até os nossos dias. Partindo do indivíduo e atingindo todas as escalas de aglomerações humanas, as crises pessoais são cada vez mais presentes, manifestando-se geralmente através de patologias psicossomáticas que, originadas em distúrbios emocionais, provocam repercussões no corpo; as crises familiares tornaram-se banais, o casamento cristão, desacreditado, caiu quase em desuso, e muitos casais se separam logo após o início do matrimônio; os condomínios de habitações horizontais e verticais são verdadeiros barris de pólvora, onde os moradores, ou ignoram-se mutuamente ou se odeiam, e estão sempre prontos a descarregar sua ira sobre o vizinho, com episódios que têm chegado até ao homicídio; as cidades tornaram-se lugares inseguros, insalubres, ameaçadores, onde sair à noite passou a ser uma aventura, com seus centros urbanos e periferias muitas vezes entregues à marginalidade, os bairros residenciais mais refinados ostentando moradias cercadas por muralhas equipadas com cercas eletrificadas, “ouriços”, câmeras, e com os indefectíveis seguranças particulares sempre presentes.

 

E se as cidades – que como polos de agregação humana surgiram para abrigar o homem com segurança, conforto e qualidade de vida, proporcionando que em paz sejam atendidas suas necessidades básicas de habitar, trabalhar, circular e recrear-se, sendo para isso dotadas da necessária e suficiente infraestrutura urbana – hoje se mostram degradadas e defasadas com respeito àquilo que suas populações almejam para ter uma vida digna. E tal estado de deterioração acaba refletindo-se diretamente na forma de relacionamento social vivido pelas pessoas nos estados, províncias, departamentos ou regiões em que é subdividido territorialmente o país, assim irradiando-se por toda a nação.

 

Conceitualmente, portanto, podemos dizer que a condição em que vive um país inicia-se no indivíduo, passa para a família, afeta o bairro, a cidade, o estado, e por fim tende a atingir o país inteiro. Trata-se de um contágio moral que acaba se propagando de geração a geração, de forma irrefreável, quando o centro da vida das pessoas não está em Deus, mas sim no próprio umbigo. As crises são maturadas, consolidadas, ao longo de gerações tendo como causa a má formação moral, educacional e religiosa do povo, produzindo uma herança perversa que se torna parte do DNA da nação. Como vivemos em um mundo dominado por satanás e seus demônios, se não estamos com Deus, sob a Sua proteção e direção, estaremos com o maligno, sujeitos, portanto, às ordens, artimanhas e influência do inimigo de Deus e nosso, por decorrência em permanente conflito pessoal e relacional com o próximo, egoisticamente voltados para nós mesmos.

 

Deus nos ensina de forma definitiva em Isaías 55.9 que “… assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”Por isso a Bíblia mostra que, quando o Senhor está sendo obedecido, respeitado, adorado com temor e tremor, quando enfim Ele é o centro de tudo, não há espaço para crises e o mal não viceja.

 

A primeira crise registrada na história do universo deu-se no céu, quando Lúcifer, ambicionando tomar o lugar de Deus, teve a atitude pecaminosa, – sempre presente na raiz de todas as crises, – de afrontar e desobedecer ao Criador, e juntamente com outros anjos caídos, rebelou-se, foi derrotado e expulso, e embora Deus ainda conceda que tenha acesso à sala judicial de Seu trono, porque lhe foi conferido o papel de acusador dos irmãos (Jó 1 e 2) não lhe é mais permitida a comunhão com o Criador.

 

Depois da Criação Deus tem permitido que haja crises que – quando não têm origem natural – são sempre geradas pela desobediência, agora humana, porém continuamente insuflada por satanás. E isso Deus consente para que propósitos Seus se realizem, para que através delas Seus planos perfeitos se cumpram!

 

No Jardim do Éden, amorosa e perfeitamente concebido pelo Senhor para que Seus filhos estivessem providos de tudo o que necessitavam material e espiritualmente, ocorreu a primeira crise na terra, com trágica repercussão até os dias atuais, provocada pela traição do homem e da mulher que Ele havia criado, que preferiram dar ouvidos ao diabo, ao invés de curvarem-se à Sua vontade soberana.

 

Na época de Noé, após Deus ter comissionado o profeta para advertir em vão o povo para que cessasse de pecar e se voltasse a Ele, como última instância decidiu promover a extinção da humanidade corrompida, apóstata, idólatra e incorrigível de então por meio de um dilúvio, dando chance para que surgisse um novo conjunto de seres humanos livres de toda a depravação.

 

Mas isto não ocorreu, e séculos depois o povo continuava pecando e desobedecendo, tendo naquele tempo decidido edificar uma cidade e uma torre para evitar que a população se espalhasse, e assim fosse estabelecida uma unidade de língua e de liderança sob o controle do diabo, em franco desafio à ordem que Noé e seus filhos haviam recebido de Deus, que impediu a sociedade de então deste intento maligno confundindo a sua linguagem e dispersando-a pela terra.

 

Cada patriarca também enfrentou grandes crises, sempre por meio delas sendo impelido a realizar aquilo que o Senhor havia planejado, como José, que levado cativo ao Egito por ação dos próprios irmãos de sangue, tornou-se um líder de seu povo em terra estrangeira. Por meio dele os filhos de Jacó e suas famílias constituíram-se nos primeiros hebreus que ali se multiplicaram exponencialmente, foram escravizados e, por fim, liderados por Moisés, protagonizaram o Êxodo, tendo como meta conquistar Canaã.

 

Crises seguidas de outras crises, e após a conquista da terra prometida seguiu-se o período dos juízes, igualmente repleto de crises, o que suscitou a ascensão e a queda dos muitos reis de Israel e de Judá, a maioria iníqua, sempre produzindo novas crises nacionais ao longo de mais de 500 anos.

 

O advento de Jesus deu-se em meio às terríveis crises que a Palestina vivia sob o domínio romano e seus cruéis imperadores, que promoveram implacáveis perseguições aos cristãos, culminando com a destruição de Jerusalém e do Templo no ano 70 d.C. Mas Jesus Cristo trouxe uma nova, única e revolucionária espécie de regeneradora crise espiritual, social, religiosa e política na Palestina da época, que repercute até os dias de hoje por todo o mundo, ao proclamar o Reino de Deus, provocando todos a tomar uma decisão a favor ou contra Ele, o Deus encarnado, o Messias, o Kyrios, o Filho de Deus.

 

E a sucessão de crises que assolam o mundo só se encerrará com a Sua tão esperada volta, quando, junto aos santos, estaremos prostrados em louvor a Ele, clamando como em Apocalipse 19.1-2: “… Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos”E então virá o novo céu e a nova terra que nos aguarda e onde iremos habitar com Cristo, livres de toda a dor, corrupção e morte.

 

Continua…

 

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