Obediência, Fé e Amor

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Obediência, Fé e Amor

Em seu livro “Igreja: por que me importar?”, Philip Yancey cita uma parábola de Søren Kierkegaard, filósofo e teólogo dinamarquês. É a história de um bando de gansos que freqüentava uma igreja evangélica. Todos os domingos iam eles com seu andar bamboleante até a igreja, onde o pastor pregava sempre o mesmo sermão, exortando: Não precisamos andar somente sobre a terra, presos a este lugar. Podemos  usar nossas asas e alçar vôo até as regiões mais distantes, subir até os climas mais abençoados, se tão-somente guardarmos e cumprirmos os mandamentos do Senhor nosso Deus.” E os gansos respondiam “Amém!” em altos grasnidos, batendo as asas entusiasticamente. Terminado o culto, lá se iam os gansos, bamboleando de volta para suas casas. Ouviam a mesma mensagem todos os domingos, sempre diziam amém, batiam alegremente suas asas, mas continuavam na mesma, numa clara demonstração de desobediência – não ao pastor e à sua pregação – mas a Deus.

Se trocarmos os gansos por cristãos, teremos um retrato fiel da realidade das igrejas de nossos dias. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”, declarou Jesus em João 14.15. Precisamos aceitar, pela fé, que os mandamentos de Deus são expressões vivas do Seu amor, do Seu cuidado para conosco, e assim demandam de nós a obediência de seguí-los a qualquer tempo e em qualquer circunstância. Não há verdadeiro amor a Deus sem obediência a Ele, a Seus preceitos e ordenanças, da mesma forma que não pode existir obediência legítima que não provenha da fé em Cristo, como produto do amor reconhecido, grato, que nos toca os corações por ação do Espírito Santo.

Nosso amor por Jesus não pode decorrer de palavras vazias pronunciadas mecanicamente, mas sim de corações totalmente dependentes e entregues a Ele. Precisamos avaliar cuidadosa e permanentemente nosso amor pelo Salvador. Amar a Jesus é obedecê-lO, conhecendo Seus mandamentos e pondo em prática tudo o que Ele nos ordena. Dallas Willard Albert, eminente professor, conferencista e autor de livros cristãos, diz que obedecer a Jesus é “aceitar totalmente seu modo de vida como o nosso modo de vida. Então, e só então, poderemos experimentar como o jugo é suave e como o fardo é leve”.

O ser humano hodierno tem no seu íntimo uma forte tendência para a auto-suficiência, para a desobediência, e somos bombardeados incessantemente por textos, declarações, livros, periódicos, filmes, programas de TV que exaltam os princípios da auto-ajuda, o “você-pode-tudo” na vida profissional, doméstica, amorosa, familiar, e até na igreja. Ecoando este enfoque do “cada-um-por-si-e-Deus-por-mim”, o que se passa no dia a dia do mundo revela claramente que vivemos tempos de angustioso egoísmo, de egocentrismo absurdo, de iniquidade exacerbada, refletindo todo o desamor a Deus e de uns para com os outros que as Escrituras anunciaram há séculos pela boca de Jesus (Mateus 24.12).

É preciso compreender que a obediência a Deus tem origem na fé, não é produto da razão, e é o que o apóstolo Paulo ensinou em Romanos 3.5: por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé…” Mas só obedecermos não basta, devemos também exemplificar por nossas atitudes e ensinar a obediência para todos aqueles que forem por Ele colocados próximos a nós, admoestou Jesus em Mateus 5.19: Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.” Obedecer, pois, aos mandamentos de Deus pela fé e em amor é uma necessidade cristã essencial, é dever inescusável de todo aquele que se considera Filho de Deus. E esta responsabilidade foi expressa de forma cabal pelo apóstolo em 1 João 5.2-4: Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.”

Senhor Deus e Pai, dá-nos a sabedoria e a firme disposição para compreendermos, pela fé, que Tu nos destes uma natureza regenerada, que por Cristo já vencemos o mundo, que queremos viver as Tuas coisas e não as do mundo, que os Teus mandamentos são expressão do Teu incomparável amor por nós, e assim, Senhor, que Teu Santo Espírito nos capacite a seguir os Teus preceitos e ordenanças dia após dia. Assim oramos agradecidos em nome de Jesus. Amém.

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2 Comentários
  • ieda

    22 de agosto de 2011 at 17:22

    Nanny e Winston:
    Obrigada por me ajudarem a refletir e amadurecer na fé.
    Tenho pensado muito nisto: que se amarmos o nosso próximo, não de palavra, mas com atitudes e ações. estaremos obedecendo a Deus e provando o nosso amor a Ele, pois amor não é apenas emoção e sentimentalismo. Esta será a fé com obras, a única verdadeira. Nem sempre conseguimos fazer isso emocionalmente, quero dizer, com gosto e prazer. Mas se a nossa razão e conhecimento nos apontam esse caminho, devemos obedecer e perseverar , que Deus proverá os resultados.
    Um abraço amigo e chuvas de bênçãos ao casal!
    Ieda.

    “ Nosso sustento vem do que obtemos, mas nossa vida vem do que doamos.” (Winston Churchill)

    “A medida de uma vida, afinal, não é sua duração, mas sua doação.” (Corrie Ten Boom)

  • Nanny & Winston

    23 de agosto de 2011 at 10:23

    Querida amiga e irmã,
    Nós é que somos muito gratos por seus comentários sempre tão pertinentes, porque cheios de sabedoria!
    Oramos ao Senhor para que continue a abençoá-la prodigamente no seu ministério da Escola Bíblica Dominical e em todas as áreas de sua vida; que Ele também prossiga nos privilegiando com a companhia preciosa da querida irmã em nossa caminhada rumo ao alvo que é Cristo!
    Nanny+Winston.

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