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O VERDADEIRO TESOURO

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Mateus 6.19-21 (ARA)

 

 

 

 

A real sabedoria da vida fundamenta-se na busca incessante e exclusiva daquilo de perdura. Por essa razão Jesus neste dia nos adverte contra três tipos de prazeres e bens efêmeros: os primeiros são os puramente físicos, que terminam perdendo o encanto que nos atraiu, como uma roupa que se desintegra com o tempo; depois há os que perdem a sedução à medida que envelhecemos, corroídos pelo passar dos anos; por fim, existem os que podem ser roubados, como tudo o que é material. Se nossos valores são só terreais, aí residirá nosso coração, longe de Deus; mas se estão no céu, é lá que estará, em nossa morada eterna!

 

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CONSCIÊNCIA ISENTA DE CULPA

“Diga aos israelitas o seguinte: se um homem ou uma mulher prejudicar alguém, essa pessoa estará ofendendo ao SENHOR e por isso será culpada. Terá de confessar o pecado, devolver tudo e pagar mais um quinto para a pessoa que foi prejudicada”. Números 5.6-7 (NTLH)

 

 

 

 

Sob o domínio de satanás – neste mundo imperfeito em que vivemos, onde impera o mal e a violação dos direitos das pessoas – muitas vezes nos sentimos injustiçados ao sofrermos danos causados por terceiros sem quem haja a restituição da nossa perda. Como cristãos, no entanto, é importante recordarmos hoje que, se a verdadeira justiça procedente de Deus só vigorará plena e irrestritamente na vida futura, até lá é fundamental termos o cuidado de a ninguém prejudicar deliberadamente, para que a liberdade e o regozijo da consciência isenta de culpa nos leve a uma condição cada vez maior de intimidade com o Senhor! 

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CONFORTO

Vivemos em uma era em que a busca pelo conforto material tornou-se para muitos uma espécie de obsessão irrefreável que muda atitudes e que associada ao consumismo tem produzido uma série interminável de equipamentos, gadgets, acessórios e artefatos os mais variados que vão de encontro a esta necessidade tão “moderna” de tudo controlar com o simples apertar de um botão. Parece que seu real sonho de consumo é não precisar mais se mexer… Provavelmente sonham com o dia em que poderão mover qualquer coisa com a força de seu próprio pensamento, sem precisar acionar um músculo sequer, estirados em seu superconfortável sofá retrátil e reclinável, naturalmente regulável automaticamente à distância.

 

Mas enquanto esse dia não chega, não abdicam dos controles remotos, dos smartphones, dos iPods, dos iPads, dos tablets, e por aí vai… Quem sabe, adicionalmente também tenha a seu lado um moderno projetor de oceano ou de estrelas, na cozinha uma torneira onde a água muda de cor de acordo com a temperatura, um relógio por controle de voz que alterna cores, nos pneus do carro lâmpadas led super brilhantes na cor azul… Desconhecem que especialistas em desenvolvimento pessoal defendem um princípio: a vida começa onde termina a zona de conforto do ser humano.

 

Não é à toa que um antropólogo da Universidade de Edimburgo, estudioso do comportamento humano, concluiu que uma nova espécie de homem está emergindo no ocidente: sedentário, come demais, geralmente os alimentos errados e em quantidade muito maior do que o necessário para o seu consumo energético. Resultado? Doença. Essa nova espécie está sendo chamada de homo sedentarius, que vive assim: levanta de manhã e senta para o desjejum, senta no carro para ir trabalhar, senta quando chega no escritório, sai do escritório e senta novamente no carro para ir para casa, chega em casa e senta em frente da TV… assim acaba um dia morrendo por excesso de conforto!

 

A ânsia por conforto material já afeta atualmente até as questões de ordem espiritual. Alguém disse que “hoje em dia tudo se faz pelo prazer sem esforço, pela conquista sem luta e pelo conforto sem dinheiro”. A conceituada revista norte-americana Christianity Today trouxe recentemente uma notícia que bem exemplifica essa tese. O periódico cita uma igreja multinacional brasileira instalada em Houston, Texas, que descobriu uma maneira de atrair as pessoas que dizem não ter tempo para frequentar os cultos.

 

A novidade é o Prayer Drive-Thru (oração dentro do carro), sistema pelo qual qualquer um pode receber orações no conforto do seu automóvel. Basta entrar com o carro no estacionamento do templo e aguardar a vez numa fila. Tudo é muito rápido, exatamente como nas lanchonetes de fast-food: na primeira parada, os ocupantes do automóvel recebem um formulário, onde descrevem os problemas e os motivos de oração; na parada seguinte, em frente à igreja, o pastor faz as orações e presta um aconselhamento rápido.

 

Isso faz lembrar aquela história do viajante que julgava-se arrogantemente autossuficiente e que não tinha necessidade de buscar orientação e ajuda de terceiros. Certo dia precisando viajar, entrou em um vagão de passageiros e confortavelmente acomodou-se em um assento. Mergulhado na leitura do seu celular, viu  aproximar-se um funcionário da Estação Ferroviária que lhe disse: “Por favor, dirija-se a outro vagão”. Contrariado, levantou os olhos da leitura: “Qual o problema com esse vagão?”, perguntou. “Nenhum,” respondeu o homem. “Só que este vagão não está conectado a nenhum outro e, sentado aqui, o senhor não irá a lugar algum!”. Esse é o grande problema com alguns credos, filosofias e igrejas, muito bonitos e confortáveis, mas que não levam a lugar algum. Por isso, se nesta jornada da vida pretendemos chegar ao céu, precisamos ter a certeza de que embarcamos no veículo certo!

 

Deus não age tendo o conforto material como premissa, meta, referência ou prioridade, e o profeta Neemias comprova isto com sua vida de dedicação incondicional a Ele. Deixando o falso conforto do palácio do rei Artaxerxes em Susã para empenhar-se por doze anos na reconstrução da Jerusalém destruída, Neemias sabia que o Senhor opera de forma soberana, chamando pessoas para cooperar na consecução de Sua divina obra, frequentemente retirando-as de suas respectivas zonas de conforto para serem poderosamente usadas por Ele.

 

Portanto, obedecer a Deus não é fácil, por vezes é desconfortável, mas é preciso, é imperioso para o verdadeiro cristão. Cristo nunca prometeu a Seus filhos que no mundo teriam uma vida de conforto, ao contrário, disse em João 16.33 que teríamos aflições, que passaríamos por dores e sofrimentos, mas que tivéssemos bom ânimo, porque Ele já tinha vencido o mundo. Dessa forma sabemos que sempre poderemos contar com o amparo do nosso Salvador, por pior que sejam as tribulações pelas quais passemos, e as palavras de exortação de Paulo em 2 Coríntios  4.17 – apesar das adversidades pelas quais passava – nos estimulam a focar na verdadeira vida por vir: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação”.

 

É fora de questão que a experiência do conforto é agradável, embora não elimine a ocorrência de dificuldades como, antes de Sua partida para o Pai, Jesus assegurou em João 16.1-2 (NTLH): “E Jesus disse ainda: — ‘Eu digo isso para que vocês não abandonem a sua fé. Vocês serão expulsos das sinagogas, e chegará o tempo em que qualquer um que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus’”.

 

Deus deseja que Seus filhos tenham paz, conforto e alegria neste mundo, como assinala Jesus em João 14.27: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”; ainda em João 16.33: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”, e em Romanos 14.17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.

 

Por esse motivo jamais não poderíamos preconizar uma vida desconfortável, muito menos pregando qualquer espécie de autoflagelação, mas queremos apenas identificar o tipo de conforto que devemos buscar de acordo com a Palavra de Deus. Não devemos esperar o fim das dificuldades, mas sim ter a certeza de que o conforto verdadeiro vem do mover do Espírito Santo – que mitiga as aflições daqueles que entregam suas vidas ao Senhor e que por isso usufruem de paz, conforto e crescimento – como acontecia com o corpo de Cristo, tal como Lucas relata em Atos 9.31: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número”.

 

Porém, se somos confortados, é porque Deus deseja que nós também sejamos confortadores de nossos irmãos, aprendendo dEle, o Grande Consolador, como ensina Paulo em 2 Coríntios 1.4: “É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.”

 

Bendito Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, nós Te rogamos que nos guie pela linha estreita que separa o nosso anseio humano por conforto do verdadeiro conforto que só pode vir de Ti, por meio de Teu Santo Espírito. Guarda-nos da sedução do mundo que, dominado por satanás, quer nos envolver em seus laços deletérios, acenando com facilidades sem custo e sem repercussão eterna. Dá-nos sabedoria e discernimento, Senhor, para distinguirmos entre o que é da Tua soberana vontade e o que é da nossa, no nome de Cristo Jesus. Amém.

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