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ORAÇÕES DOS SANTOS

“Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono…”. Apocalipse 8.3 (ARA)

 

 

Nossas orações e nossos louvores são imperfeitos, não sabemos orar como deveríamos, e tudo o que intentamos fazer está maculado pelo pecado, pelo egoísmo e poluído por motivações erradas. Ainda assim somos santos, e hoje devemos lembrar que Deus nos criou e redimiu para termos comunhão eterna com Ele, portanto nossas orações exercem um papel essencial nesse relacionamento. Precisamos desta forma cultivá-las por toda a vida, certos de que em Cristo contamos com o auxílio de Espírito Santo que, como Paulo narra em Romanos 8.26, “… intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”.

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PLENO, RENOVADO E DITOSO VÍNCULO

“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”. João 5.24 (ARA)

 

 

 

 

Aceitar a Jesus Cristo significa encontrar a vida verdadeira, mas desprezá-Lo tem como consequência encaminhar-se para a morte eterna. Ouvir a Sua palavra e crer no Pai que O enviou, traduz-se em crer que Deus é como Jesus O descreve, que é amor incondicional, e então buscar uma nova e íntima relação de confiança absoluta nEle; é receber com alegria a forma de vida que Jesus nos ensina, por mais difícil, desafiadora e árdua que seja, certos de que estamos no caminho para a paz e a felicidade perenes; é passar a viver um pleno, renovado e ditoso vínculo de amor com Deus, com os homens e conosco mesmos!

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PREPARADOS PARA SERVIR

Vivemos dias confusos e de muita egolatria, em que a mídia e a sociedade por um lado nos incitam a sermos independentes, autossuficientes, “donos do nosso próprio nariz”, e por outro, nos induzem a sermos servidos – seja por aparelhos, equipamentos, sistemas, empresas, seja por pessoas – em todo o lugar: em casa, no trabalho, nas ruas, na academia, no restaurante e até na igreja: há até mais crente querendo ser servido do que almejando ser servo.

Vivemos dias em que vicejam grandes empreendimentos religiosos, onde as lideranças ditas “evangélicas” autodenominam-se “bispo”, “apóstolo”, nunca “servo”, talvez porque ser servo significa ser um escravo de Cristo; e quando é que um escravo poderá imaginar-se proprietário de um avião, de um iate, de mansões, de grandes fazendas, de muito dinheiro em paraísos fiscais? Isto faz um contraponto com o que o presidente norte-americano Abraham Lincoln costumava dizer no século 18: “quem não vive para servir, não serve para viver”, ecoando naquilo que no século 20 afirmou o cientista Albert Einstein: “Chegou a hora de substituir o ideal de sucesso pelo ideal de serviço”.

Homem de Deus, Agostinho de Hipona dizia que “Deus não se torna maior se você o reverencia, mas você se torna maior se o serve”, enquanto Paulo em Filipenses 2.5-8 exorta-nos: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. E o próprio Cristo em Marcos 10.44-45 afirma que “… quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

Porém ninguém consegue servir adequadamente, seja qual for função, se não estiver devidamente preparado, e isso vale especialmente para o cooperador na construção do Reino de Deus. Calvino dizia que a primeira atitude a tomar para servir a Deus é deixar de visar preferencialmente a vida material e focar prioritariamente a vida no espírito: “Nunca seremos aptos para o serviço de Deus, se não olharmos para além desta vida passageira.” E o renomado teólogo inglês do século 17, Richard Sibbes, afirmava com convicção: “Deus qualifica aqueles a quem chama.” Há também um hino cristão que diz: “Usa-me, Senhor, usa-me; como um farol que brilha à noite; como uma ponte sobre as águas; como um abrigo no deserto; como uma flecha que acerta o alvo”. É esta entrega incondicional, despojada, completa, que precisa ser feita por todo servo de Deus, como fez Isaías submisso ao seu chamamento para tornar-se um servo do Senhor e proclamador da Sua mensagem, em Isaías 6.8 entregando-se: “… eis-me aqui, envia-me a mim.”

Jesus, através de várias parábolas, ensinou a importância da preparação para a Sua obra, e talvez a mais conhecida seja a das dez virgens que esperavam o noivo chegar à festa do casamento, registrada em Mateus  25.1-13: as cinco insensatas, que não se prepararam adequadamente, não puderam tomar parte da celebração nupcial, enquanto que as cinco prudentes, que haviam se preparado convenientemente, tiveram a alegria de poder participar das bodas.

Na passagem registrada no Evangelho de Lucas 14.28-33, Jesus exorta Seus discípulos a que considerem cuidadosamente o custo do pleno compromisso com Ele numa vida de serviço, ilustrando o ensinamento com o preparo para a construção de um edifício e para o enfrentamento de uma guerra: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”.

Mas Jesus, além do ensino por meio de parábolas, ensinou Seus discípulos principalmente na prática, fazendo-os acompanhá-Lo para aprenderem com Ele, selecionando por fim os doze apóstolos para terem um treinamento mais intensivo, com a finalidade de – após Sua morte e ressurreição – constituírem-se nas pedras vivas, que seriam a base, as fundações da Sua igreja na terra.

A servidão ao Pai exige do crente uma vida de humildade, de disponibilidade e de entrega total a Ele, para que a missão que o Senhor lhe confiou possa ser executada segundo os Seus propósitos soberanos. Jesus, em Lucas 17.7-10, para ensinar a Seus discípulos esta forma de viver, contou-lhes esta parábola: “Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”.

Esta parábola nos mostra algumas características necessárias a um servo de Deus: em primeiro lugar, a prontidão para receber o chamado divino e aceitá-lo incondicionalmente, dedicando-se à Obra de Deus como o servo da parábola, que após um dia árduo de trabalho no campo precisou preparar a ceia e servi-la a seu senhor, sem titubeio, sem hesitação, porque Jesus afirmou em Lucas 9.61, “… ‘Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus’”; em segundo lugar, deve em tudo obedecer ao Pai, sem esperar receber qualquer palavra de gratidão ou qualquer vantagem imediata em troca, a não ser a graça de servir a Ele, pois o servo precisa entender que obedecer não é nada mais que sua obrigação, e que não está fazendo um favor a Deus, embora por Sua bondade imensurável o Senhor tenha lhe reservado galardões na vida eterna, como Jesus em João 12.26 afirmou que “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará”, e em Apocalipse 22.12: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”; em terceiro lugar, o servo deve ter em mente que é um privilégio sem preço ser chamado para cooperar na Obra de Deus, porque a seara é grande, os trabalhadores são poucos, e servir ao Pai é uma responsabilidade filial e uma enorme regalia que Ele concede por Sua graça infinda. Foi por isso que Ele nos ordenou em Mateus 9.37-38 que oremos para que Deus amplie o quadro de servos Seus para juntarem-se a nós: “E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.

Portanto, depende inteiramente de nós estarmos preparados para ouvir naquele dia maravilhoso o Senhor nos dizer, como em Mateus 25.21, na parábola do dinheiro investido, elogiou o servo que bem se houve na missão que Ele lhe confiou: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”

Deus Pai e Senhor nosso, que a cada dia nos levantemos e caminhemos para nosso servir a Ti confiantes e agradecidos, porque sabemos que amanhã nos levantaremos e caminharemos para receber nossa recompensa. Ajuda-nos a nos assemelharmos a Jesus em tudo, especialmente quando Ele afirmou que não veio para ser servido, porém para servir e dar Sua vida preciosa por nós; que possamos declarar de todo o nosso coração como João Batista, que convém que Ele cresça e que nós diminuamos; que sejamos como Paulo, Tiago, Pedro e Judas, que proclamavam com gratidão a condição de servos de Cristo, em nome de quem oramos. Amém.

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