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CURA SALVADORA

“Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento”. Lucas 5.32 (ARA)

 

 

 

 

Fariseus e escribas se achavam acima do bem e do mal, sem pecado, justos, e em decorrência disso não podiam ser curados pelo Médico dos Médicos, pois não reconheciam tal necessidade. Mas os cobradores de impostos e pecadores admitiam que precisavam ser salvos, e foi por eles e para eles que o Salvador veio ao mundo. Na verdade, todos precisamos do restabelecimento que só Ele pode prover porque, como Paulo ressalta em Romanos 3.10,  “… Não há justo, nem um sequer”. Por isso, hoje confessemos nossos pecados, arrependamo-nos, e assim sejamos abençoados por Sua cura salvadora!

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NOSSO TRIUNFO

“Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”. Romanos 8.37 (NVI)

 

 

As dificuldades que enfrentamos em nossa peregrinação, – tal como Paulo arrostou em seus dias, – ao invés de constituírem-se em barreiras que nos afastem de Cristo, são na verdade estímulos para nos aproximarmos cada vez mais dEle. E com Ele ao nosso lado hoje e todos os dias a vitória é sempre nossa, pois além de triunfarmos contra toda oposição, glorificamos a Deus, beneficiamos a outrem, acumulamos bênçãos para nós mesmos e subjugamos os inimigos. Atentemos, porém, para esse fato inquestionável: nosso triunfo não se dá por nossas próprias forças, mas somente “… por meio daquele que nos amou”!

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NÃO VIVER EM VÃO

A famosa poetisa Emily Dickinson com sua característica sensibilidade, certa vez escreveu: Se eu puder impedir que um coração se parta / Não terei vivido em vão / Se eu puder aliviar o sofrimento de uma vida / Ou diminuir a dor / Ou ajudar um frágil rouxinol / A voltar novamente para o seu ninho / Não terei vivido em vão.

 

Emily Dickinson, nestas poucas linhas pintou um quadro que simboliza aqueles que têm o privilégio de conhecer a verdade da Palavra de Deus, e que, se estiverem seriamente empenhados em aplicá-la no seu dia a dia, estarão sensíveis e em prontidão para perceber à sua volta quanta tristeza há para consolar, quanta necessidade a suprir, quanta dor a mitigar. Eles são aqueles que nesse mundo realmente se importam.

 

Jesus em Lucas 16.19-31 nos ensina que a vida é mais do que simplesmente existir, e que morrer não é somente deixar de existir. Ele confirma a existência consciente após a morte, a realidade e o tormento do inferno, a ausência de uma segunda oportunidade de salvação após o falecimento, e a impossibilidade de comunicação entre os mortos e os vivos. Sobretudo, ilustra a colheita resultante da semeadura de uma vida longe dEle, confrontada com outra vivida com Ele, e os destinos eternos opostos que produzem: “Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos”.

 

O relato de Jesus envolve duas vidas na Terra, duas mortes físicas e duas vidas na eternidade; um dos personagens, cujo nome não é mencionado, é caracterizado como possuidor de muitos bens materiais, vivendo em opulência e luxo, e o outro, protótipo de pessoa materialmente miserável, mendigo de tudo carente, famélico, doente, escória da sociedade, chamado Lázaro, que vivia na mais abjeta pobreza. É um retrato do que vemos acontecer nos dias de hoje em nosso mundo, porém que usualmente se diferencia por um detalhe: suas vidas dificilmente se cruzam, ao contrário do que aconteceu com aquele homem opulento e Lázaro.

 

A história prossegue após a morte de ambos, e paradoxalmente suas condições se invertem: o rico agora é um infeliz sofredor penando as dores do inferno, enquanto o mendigo se regozija na glória. O que aconteceu com o homem rico? Não tinha mandado expulsar o pobre de seu portão, não tinha lhe negado as migalhas de sua mesa, não tinha usado de crueldade para com ele, não obstante ignorou-o completamente, centrado apenas em seu próprio prazer e bem-estar, em sua “superioridade” social e econômica, como se o pobre apenas fizesse parte da paisagem distante, e sua triste condição em nada lhe dissesse respeito.

 

Ao rico, em suma, faltou interesse, respeito e consideração para com o pobre; não foi a sua riqueza que o condenou, mas sim a ausência do amor de Deus em si mesmo, a inexistência de fé salvadora no Senhor e a sua recusa implícita de crer nEle. Lázaro, por sua vez, não foi salvo porque era pobre, humilde e desvalido, e sim porque confiava em Deus para a salvação de sua alma.

 

Jesus assim nos mostra que a condenação do rico não se deu por causa de algo que tivesse feito contra o pobre, mas sim por tudo o que poderia ter feito em seu favor, e não fez, ignorando totalmente a miséria, o sofrimento e a necessidade por que passava um semelhante seu; podia perfeitamente mitigar sua indigência, pois dispunha de recursos financeiros para tanto, mas “… vendo-o, passou ao largo…”, como procederam o sacerdote e o levita da parábola do Bom Samaritano, em Lucas 10.25-37.

 

Somente ao ver-se entregue ao triste destino que ele mesmo havia construído, o rico lembra-se de clamar por misericórdia a Abraão que estava no céu com Lázaro ao seu lado e, ao perceber a condição privilegiada de que o mendigo agora usufruía – mas ainda agindo com a arrogância própria de quem está acostumado a dar ordens a alguém inferior – pede que seja ordenado ao outrora desprezado esmoler para lhe mitigar a sede abrasadora.

 

Abraão, no entanto, relembra-lhe a condição em que ambos viviam no mundo, e mostra que agora na eternidade há uma outra realidade vigorando em que, além de uma completa inversão dos valores a que estava habituado, está posto um abismo instransponível a separá-los.

 

Jesus desta forma torna patente que são as escolhas que fazemos na vida terreal que determinam nosso lugar na eternidade, e que, uma vez a morte física nos alcançando, não há mais nada a fazer para que haja alteração do destino eterno de cada um.

 

Em sua nova deplorável condição, o rico então percebe que os seus cinco irmãos teriam o mesmo terrível destino que a ele coube, então implora a Abraão que envie Lázaro a eles, para que os advirta sobre o fim que também teriam caso não mudassem suas condutas. Mas Abraão responde que seus irmãos tinham à sua disposição as Escrituras do Antigo Testamento, suficientes para avisá-los do que os esperava. O rico ainda insiste que se alguém ressurreto fosse a eles, arrepender-se-iam, mas Abrão foi taxativo: não ouvir a Palavra de Deus é um pecado fatal. Se as pessoas não creem na Bíblia, mesmo que alguém ressuscite dentre os mortos, continuarão incréus, e a prova disso é o próprio Jesus, que ressuscitou dos mortos e foi visto por muitas testemunhas, e mesmo assim, desde então até os dias de hoje, muitos insistem em não crer nEle.

 

Alertados de que não poderiam servir simultaneamente a Deus e às riquezas, os avarentos fariseus ouviam a Jesus e O ridicularizavam, pois tradicionalmente consideravam que a prosperidade material era consequência do reconhecimento divino da retidão e merecimento do abastado. Por isso, a história que Jesus contou, em que um mendigo doente é premiado, enquanto um homem rico é castigado, deixou-os revoltados e alarmados, e não conseguiam atinar que a razão pela qual o rico foi lançado no inferno não era a riqueza, mas sim o egoísmo, que impediu que fosse generoso com Lázaro, ao não lhe devotar o amor que era devido ao próximo e, por consequência e acima de tudo, a Deus, por meio do socorro ao necessitado.

 

Há pessoas ingratas, a quem Deus provê de tudo, cobrindo-as fartamente de bênçãos, mas que, em contrapartida, manifestam um coração empedernido que exclui qualquer coisa que não seja o próprio ego. Não compreendem que o mais importante não é o tamanho da riqueza que alguém possui, mas sim a forma como a utiliza, da mesma maneira que as poucas posses de uma pessoa não são impedimento para que seja generosa.

 

É pela Palavra de Deus que como crentes sabemos que, quando morrermos, nosso corpo irá para a sepultura, mas nossa alma estará com Cristo no céu, e é Ele mesmo quem nos garante em João 3.36a que “… quem crê no Filho tem a vida eterna…”; porém, em seguida, no mesmo verso, faz uma dura advertência sobre o futuro que aguarda o descrente: “… o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”.

 

Paulo, em 1 Tessalonicenses 4.14-17 (NTLH), esclarece de forma cabal o que acontecerá com os crentes quando do arrebatamento: nossos corpos serão ressuscitados tal como foi o corpo de Jesus, e viveremos eternamente com Cristo: “Nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou; e assim cremos também que, depois que Jesus vier, Deus o levará de volta e, junto com ele, levará os que morreram crendo nele (…): nós, os que estivermos vivos no dia da vinda do Senhor, não iremos antes daqueles que já morreram, (…) e então o próprio Senhor descerá do céu. Aqueles que morreram crendo em Cristo ressuscitarão primeiro. Então nós, os que estivermos vivos, seremos levados nas nuvens, junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor no ar. E assim ficaremos para sempre com o Senhor”.

 

Os ímpios, no entanto, como relata o apóstolo João em Apocalipse 20.12,15, terão um destino terrível: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. (…) E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo”.

 

Este é o juízo do Grande Trono Branco, quando serão abertos os livros onde estão registradas as obras de cada um, boas ou más, e representa o julgamento de Deus que define o futuro eterno de todos os homens. Relembremos que não somos salvos pelas nossas obras, mas elas revelam o grau de nossa obediência à vontade de Deus e nosso amor a Ele e ao próximo.

 

A advertência de Jesus não foi dada apenas aos antigos fariseus, mas também aos modernos, igualmente idólatras hipócritas que vivem para cultuar o dinheiro e os bens terrenos, e que assim agindo correm o sério risco de perder suas almas, e a respeito de quem o teólogo e escritor William MacDonald com perspicácia e sabedoria ponderou: “É melhor mendigar o pão na terra que pedir água no Hades”.

 

Deus amado, ajuda-nos a ser mais generosos, voltando sempre nossos olhos para aqueles com quem devemos compartilhar o que temos, pois tudo vem de Ti, e Tu nos concedeste muito mais do que na realidade precisamos. Coloca em nosso caminho aqueles a quem Tu desejas que auxiliemos, e toca em nossos corações para que tenhamos o discernimento necessário para fazer a Tua vontade. Não queremos, ó Pai, viver em vão, mas desejamos ser servos úteis Teus, cooperando para mitigar sofrimentos, promover a alegria, a paz, o amor e a concórdia, em nome de Teu Filho Amado, Jesus Cristo. Amém.

 

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