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NÃO PERTENCEMOS MAIS A NÓS MESMOS!

“… Jesus Cristo, Senhor de todos”.  Atos 10.36 (NVI)

 

 

 

 

O senhorio de Jesus Cristo é um dos temas mais destacados do Novo Testamento, e nesse dia somos lembrados de que Ele é o Senhor de nossas vidas, e assim devemos dar-Lhe sempre o lugar que Lhe cabe por direito, o que significa entregarmo-nos amorosa, incondicional e completamente a Ele. Essa atitude se traduz por não termos mais vontade própria mas, ao contrário, com sabedoria buscarmos a Sua vontade perfeita em tudo. Ele morreu por nós, a retribuição mínima que podemos Lhe oferecer é viver por Ele; Ele nos comprou por um alto preço, agora somos dEle, não pertencemos mais a nós mesmos!

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APTOS PARA SERVIR

Vivemos dias confusos e de muita egolatria, em que a mídia e a sociedade por um lado nos incitam a sermos independentes, autossuficientes, “donos do nosso próprio nariz”, e por outro, nos induzem a sermos servidos – seja por aparelhos, equipamentos, sistemas, empresas, seja por pessoas – em todo o lugar: em casa, no trabalho, nas ruas, na academia, no restaurante e até na igreja: há até mais crente querendo ser servido do que almejando ser servo.

 

Atualmente predominam no mundo grandes empreendimentos religiosos que são verdadeiras empresas dedicadas a comercializar a fé, onde as lideranças ditas “evangélicas” autodenominam-se “bispo”, “apóstolo”, nunca “servo”, talvez porque ser servo significa ser um escravo de Cristo; e quando é que um escravo poderá imaginar-se dono de um avião, de um iate, de mansões, de grandes fazendas, de muito dinheiro em paraísos fiscais? Isto faz um contraponto com as sábias palavras do presidente norte-americano Abraham Lincoln, que no século 18 afirmava que “quem não vive para servir, não serve para viver”, e com o que no século 20 tão bem reafirmou o eminente cientista Albert Einstein: “Chegou a hora de substituir o ideal de sucesso pelo ideal de serviço”.

 

Agostinho de Hipona dizia que “Deus não se torna maior se você o reverencia, mas você se torna maior se o serve.” Nesse sentido, Paulo em Filipenses 2.5-8 assim exorta a seus discípulos: Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. E o próprio Senhor Jesus em Marcos 10.44-45 ensina que “… quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

 

Porém ninguém consegue servir adequadamente, seja em que função for, se não estiver apto, e isto vale especialmente para o cooperador na construção do Reino de Deus. Calvino dizia que a primeira atitude a tomar para servir a Deus é deixar de visar preferencialmente a vida material, e focar prioritariamente a vida no espírito: “Nunca seremos aptos para o serviço de Deus, se não olharmos para além desta vida passageira.” E o renomado teólogo inglês do século 17, Richard Sibbes, declarava com convicção: “Deus qualifica aqueles a quem chama.” Há também um conhecido hino cristão que canta: “Usa-me, Senhor, usa-me; como um farol que brilha à noite; como uma ponte sobre as águas; como um abrigo no deserto; como uma flecha que acerta o alvo”. É esta entrega incondicional que precisa ser feita por todo servo de Deus, como fez Isaías intrepidamente quando de seu chamamento para tornar-se um servo dEle e proclamador da Sua mensagem, em Isaias 6.8: “… eis-me aqui, envia-me a mim.”

 

Jesus, por meio de várias parábolas, ensinou a importância da aptidão para a Sua obra, e talvez a mais conhecida seja a das dez virgens que esperavam o noivo chegar à festa do casamento, registrada em Mateus  25.1-13: as cinco insensatas, que não se prepararam adequadamente, por isso não puderam tomar parte da celebração nupcial, enquanto que as cinco prudentes, que haviam se preparado convenientemente, tiveram a alegria de poder participar das bodas.

 

Na passagem registrada no Evangelho de Lucas 14.28-33, Jesus exorta Seus discípulos a que considerem cuidadosamente o custo do pleno compromisso com Ele numa vida de serviço, ilustrando o ensinamento com o preparo para a construção de um edifício, que se assemelha ao enfrentamento de uma guerra: Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.

 

E, se porventura nos sentirmos desanimados com as altas exigências da vida cristã, lembremo-nos de que jamais precisaremos enfrentá-las sozinhos, pois Aquele que nos chamou para Si próprio, para segui-Lo no árduo caminho da vida terreal, estará sempre ao nosso lado, e no final da jornada nos receberá na glória eterna. E é exatamente neste sentido que Paulo, em 2 Coríntios 4.17-18 nos estimula, dizendo: Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.

 

Mas Cristo, além do ensino por meio de parábolas, ensinou Seus discípulos principalmente na prática, fazendo-os acompanhá-Lo para aprenderem com Ele, selecionando por fim os doze apóstolos para terem um treinamento mais intensivo, com a finalidade de – após Sua morte e ressurreição – constituírem-se nas pedras vivas que seriam a base, as fundações da Sua igreja na terra.

 

A servidão ao Pai exige do crente uma vida de humildade, de disponibilidade e de entrega total a Ele, para que a missão que o Senhor lhe confiou possa ser executada segundo os Seus propósitos soberanos. Jesus, em Lucas 17.7-10, para ensinar a Seus discípulos esta forma de viver, contou-lhes esta parábola: Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.

 

Esta parábola nos mostra algumas características necessárias a um servo de Deus: em primeiro lugar, a prontidão para receber o chamado divino e aceitá-lo incondicionalmente, dedicando-se à Obra de Deus como o servo da parábola, que após um dia árduo de trabalho no campo precisou preparar a ceia e servi-la a seu senhor, sem titubeio, sem hesitação, porque Jesus afirmou em Lucas 9.61, “… ‘Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus’”.

 

Em segundo lugar, deve em tudo obedecer ao Pai, sem esperar receber qualquer palavra de gratidão ou qualquer vantagem imediata em troca, a não ser a graça de servir a Ele. Porque o servo precisa entender que obedecer não é nada mais que a sua obrigação, que não está fazendo nenhum um favor a Deus, ao contrário, pois é por Sua bondade imensurável e misericórdia sem limites que o Senhor lhe reservou galardões na vida eterna, como Jesus em João 12.26 afiança: Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará, e complementa em Apocalipse 22.12: E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.

 

Em terceiro lugar, o servo deve ter em mente que é um privilégio sem preço ser chamado para cooperar na Obra de Deus, porque a seara é grande, os trabalhadores são poucos, e servir ao Pai é uma responsabilidade filial e uma enorme regalia que Ele concede por Sua graça infinda. Foi por isso que Ele nos ordenou em Mateus 9.37-38 que oremos para que Deus amplie o quadro de servos Seus para juntarem-se a nós: E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

 

Portanto, depende de nós estarmos aptos para ouvir naquele dia maravilhoso o Senhor dizer-nos, como em Mateus 25.21 na parábola do dinheiro investido disse ao servo que bem se houve na missão que lhe havia confiado: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”

 

Deus e Senhor nosso, que a cada dia nos levantemos e caminhemos para o nosso servir a Ti confiantes e agradecidos, porque sabemos que estaremos nos levantando e caminhando para receber a nossa recompensa. Ajuda-nos a nos assemelharmos a Jesus em tudo, especialmente quando Ele afirmou que não veio para ser servido, porém para servir e dar a Sua preciosíssima vida por nós; que possamos declarar de todo o nosso coração como João Batista, que convém que Ele cresça e que nós diminuamos; e que sejamos como Paulo, Tiago, Pedro e Judas, que proclamavam com gratidão a condição de servos de Cristo, no nome santo de quem oramos com profunda gratidão. Amém.

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VASOS DE BÊNÇÃOS

“Como barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos…”. Jeremias 18.6 (NVI)

 

 

 

 

Deus hoje e todos os dias de nossas vidas está disposto a nos renovar, a corrigir nossas imperfeições tão grandes, mas é preciso que estejamos receptivos e agradecidos à Sua divina intervenção em nós. Só por meio do aperfeiçoamento de nosso ser integral que Deus em Cristo por Sua graça nos oferece, é que poderemos servi-Lo plenamente. Mas, se ao contrário, formos inflexíveis em nossa pecaminosidade, irredutíveis em nosso orgulho e rebeldes ao Seu agir transformador, não poderemos esperar outra coisa que sermos cristãos superficiais, limitados, meramente nominais, ao invés dos vasos de bênçãos que Ele deseja que sejamos!

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