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SABER ESPERAR

“Porque tudo o que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as Escrituras nos dão”. Romanos 15.4 (NTLH)

 

 

 

 

Na vida, saber esperar é uma virtude, uma arte, uma necessidade. Embora ninguém goste de esperar, Deus nos diz que há um lado bom nesta ação, pois nos ensina a ser pacientes, e quando assim somos, nos assemelhamos mais a Cristo. Esperemos em Deus neste dia – não importam as circunstâncias – com paciência, esperança e coragem, mantendo-nos firmes em oração e no estudo da Sua Palavra. Entreguemos toda a nossa vida a Ele, e não permitamos que nossa intranquilidade, intolerância ou falta de fé, sejam obstáculos para tudo o que Ele deseja fazer em nós e por nós!

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CAPACITAÇÃO

“Agora venha, e eu o enviarei ao rei do Egito para que você tire de lá o meu povo, os israelitas”. Êxodo 3.10 (NTLH)

 

 

 

Qual foi a resposta de Moisés ao chamado de Deus, após quarenta anos de humilhação no deserto? Demonstrando que a lição não fora aprendida, por cinco vezes tentou esquivar-se, sendo refutado pelo Senhor: despreparado? Deus estaria com ele; não sabia quem era Deus? Era o Deus de seus antepassados; e se não cressem nele? Seu cajado realizaria milagres; dificuldade para falar? Deus poria na sua boca as palavras; enviar outro? Arão seria seu porta-voz. Se hoje estamos hesitantes sobre um chamado de Deus, apresentemo-nos humildes e confiantes de que Ele sempre capacita a quem chama!

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SEMEADORES

Há muitos anos a revista Seleções publicou uma história muito interessante. Baseada em fatos reais, contava a história de uma velhinha que dedicava-se a percorrer as ferrovias dos Estados Unidos repetindo sempre a mesma rotina. Sentava-se no último vagão da composição e à certa altura da viagem abria a porta que dava para a traseira do trem, abria a bolsa, tirava um pacotinho e jogava o conteúdo nos lados da via férrea. Certo dia um funcionário do trem perguntou-lhe: o que a senhora está fazendo? Ao que ela respondeu: lançando sementes. E para que, senhora? Para que haja mais flores que embelezem a paisagem e deixem as pessoas mais felizes. E a senhora volta depois para ver a sua obra realizada e também alegrar-se? Não, meu filho, ela respondeu. Fico feliz com a certeza de que estou contribuindo para que o mundo seja mais alegre, colorido e belo. Isto é o suficiente para me deixar feliz e realizada!

 

Essa história singela nos remete a Jesus, o Supremo Semeador que veio à terra lançar as sementes da Palavra de Deus e que, em Lucas 8.5-8 traça um retrato da semeadura cristã, ensinando: “Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um. Dizendo isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.

 

Jesus nessa tão conhecida parábola refere-se a quatro tipos de solo: o primeiro é aquele que estava à beira do caminho, nas margens do campo arado, e que no árido e duro solo da Palestina não tinha qualquer possibilidade de possibilitar a germinação das sementes; o segundo solo é a pedra, uma camada rochosa situada sob a superfície e revestida por uma fina camada de solo suficiente para que a semente germine, mas insuficiente para manter a umidade indispensável para que a planta vingue e produza; o terceiro solo que Jesus aponta está invadido por ervas daninhas espinhosas que asfixiam as plantas benéficas; finalmente, o quarto solo estava arado e, por isso, as sementes conseguiram nele penetrar e suas raízes firmaram-se na boa terra, produzindo com a abundância que o semeador desejava.

 

Está claro, como se pode claramente observar, que a lição que Jesus deseja que aprendamos se refere tão somente ao tipo de solo em que a semeadura era feita, e que a semente é a mensagem do Evangelho, retratada em 1 Pedro 1.23-25: “… pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.

 

Nesta parábola Jesus ensina também que o campo arado simboliza o coração humano previamente trabalhado para recebê-la, seja por meio da pregação, do testemunho pessoal, do evangelismo individual ou por outra maneira, mas que, como o Senhor explica em Lucas 8.11-12, ainda pode ser tentado e desviado pelo maligno: “Este é o sentido da parábola: a semente é a palavra de Deus. A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos”.

 

Portanto, a chave da parábola que Jesus contou é o coração, o solo onde a Palavra deve fincar raízes, tão profundas e firmes quanto possível, como Ele relata em Lucas 8.15: A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança. A lição dessa parábola pode ser assim resumida: a reação de uma pessoa à Palavra de Deus inevitavelmente vai depender do estado do seu coração, e o fruto é a evidência de que assimilou-a verdadeiramente.

 

É de fundamental importância considerarmos que a parábola do semeador foi a primeira que Jesus ensinou quando começou a revelar os mistérios do Reino de Deus, e se concentra na questão da qualidade do solo, não na capacidade da semente, nem no aperfeiçoamento das habilidades do semeador  ou no aproveitamento do campo a ser semeado. Ou seja, a Palavra irá frutificar em alguém dependendo somente da condição em que se encontra o seu coração.

 

O solo seco, árido e endurecido à beira do caminho exemplifica um coração empedernido onde a Palavra da verdade não conseguirá penetrar. Incredulidade, foco total nas coisas do mundo e pecaminosidade pertinaz transformaram esse coração em um objeto denso, impenetrável, impermeável à verdade que, portanto, ali não consegue deitar raízes. Trata-se de uma pessoa espiritualmente morta, indiferente, insensível, que ama o pecado, portanto totalmente entregue nas mãos do maligno.

 

O solo de pequena espessura depositado sobre a rocha é o exemplo das pessoas que aparentemente aceitam a verdade contida na Palavra, mas de maneira superficial, que creem durante algum tempo mas que “… na hora da provação, se desviam”, como assevera Lucas 8.13. Sem conseguir criar raízes profundas e estáveis, a vegetação não consegue sobreviver mais que de forma efêmera, muito antes de chegar a produzir frutos. São indivíduos que parecem empenhados em conhecer, demonstram um passageiro entusiasmo pelo Evangelho, mas seu comprometimento é apenas superficial, logo se esvai e elas voltam à sua vida anterior centrada em valores terreais, distantes das coisas do alto, configurando o que afirma 1 João 2.19: Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.

 

O solo forrado de espinheiros configura um coração mundano retratado por Jesus em Lucas 8.14: A (semente) que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. Esse tipo de coração pertence àqueles que manifestam alguma receptividade à Palavra, aparentam pretender seguir o caminho da fé, contudo, nas palavras de Jesus em Marcos 4.18-19, “… são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. Tais indivíduos não são incrédulos, não têm o coração endurecido, o solo em que estão implantados foi adequadamente arado, tem a profundidade necessária, porém está comprometido por impurezas várias que inevitavelmente sufocarão a boa semente da Palavra.

 

Nestes três tipos de solo há uma característica comum: representa as pessoas incrédulas, que, embora de início tenham demonstrado sinais de fé, logo se desviaram, rejeitaram a Palavra da Verdade e por isso não chegaram a produzir qualquer fruto.

 

Mas o quarto tipo de solo foi aquele corretamente tratado, bem cultivado e assim produziu o fruto que se esperava porque caracteriza as pessoas cujo coração estava verdadeiramente preparado, como Jesus afirma em Lucas 8.15: A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança. Essas criaturas têm o coração tão receptivo que, ao ouvir o Evangelho, imediatamente o acolhem com autênticas compreensão e fé, retendo a verdade e frutificando, manifestando então a lealdade, a fidelidade e a pertinácia que se espera do cristão e corroborando o que Jesus enalteceu em João 8.31-32: “… Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

 

E o fruto a que a parábola se refere é o fruto do Espírito, explicitado por Paulo em Gálatas 5.22-23 como “… amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”, que deveriam estar presentes nos corações de todos, o que não acontece porque ninguém pode por si próprio alcançá-lo, dado o triste fato de nossas pecaminosidade, impureza, rebeldia e maldade inatas que nos afastam de Deus. Por isso muitas vezes os corações são cheios de superficialidade, egoísmo e distorções como se fosse um solo duro, impenetrável e cheio de ervas daninhas em que a boa semente não viceja.

 

Somente Deus pode transformar um coração deste tipo para receber a graça da Verdade, por meio da obra regeneradora, transformadora e santificadora do Seu Santo Espírito que Jesus em João 16.8 ensina que “… convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo…”. O Espírito então persuade da veracidade do Evangelho, ajudando a quebrantar a indiferença que o pagão típico tem para com a presença do pecado em sua vida, rompendo seu descaso para com a justiça e sua alienação sobre o juízo vindouro.

 

E assim o cristão, pelo resto de sua vida, dependerá da obra do Espírito em seu coração para manter-se fiel, receptivo e fértil, ao mesmo tempo que permanece sujeito a Ele na fé, “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”, disse Paulo em Romanos 8.5-6.

 

A parábola nos lembra também que, como semeadores da Palavra de Deus não devemos estranhar se a receptividade daqueles para os quais a proclamarmos não for homogênea, pois possivelmente a condição do coração será pessoal, própria a cada um deles, o que propiciará respostas diferentes. Isso aponta para o fato de que o sucesso ou o fracasso de nossa proclamação do Evangelho independe de nossas capacidades pessoais, pois algumas sementes poderão cair em solo duro, raso ou espinhoso e não vingar.

 

Mas o problema nunca estará com as sementes, e se formos perseverantes, fiéis na execução da tarefa que nos foi outorgada, confiando que o resultado de nossa semeadura está nas mãos do Espírito Santo, por certo as sementes que o Senhor de antemão escolheu cairão em solo fértil e produzirão frutos em abundância para a Sua glória.

 

Pai Bendito, Teu Filho Amado determinou em Mateus 28.19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, e desejamos cumprir a Sua vontade perfeita com a nossa viva esperança naquilo que Salmos 126.5-6 assegura dizendo respeito à obra daquele que semeia o Evangelho: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”. Assim oramos agradecidos, Senhor, no nome santo de Jesus. Amém.

 

 

 

 

 

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