Para que Deus Faça a Obra

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Para que Deus Faça a Obra

Clarabela era uma linda galinha que vivia num grande galinheiro. Com seu porte elegante e penas que tinham a cor e o brilho próprio das aves de fina linhagem, andava elegante para lá e para cá, destacando-se entre suas amigas de penas. Diferente em toda a sua beleza, Clarabela diferia também no comportamento: botava ovos e recusava-se a chocá-los, ninguém sabia o porquê. Agora mesmo, lá estava ela acocorada no chão, e o ovo que havia posto há pouco jazia largado num canto do galinheiro. Suas amigas a reprovavam dizendo: “Nossa missão é colocar pintinhos no mundo! Você precisa cuidar de chocar para garantir sua descendência! Você está envergonhando a raça das poedeiras!” Mas Clarabela não dava a mínima para o que diziam dela. Preocupado com a situação, o dono do galinheiro um belo dia resolveu tomar uma providência. Assim que Clarabela botou um ovo, saindo de perto e acocorando-se mais adiante como costumava fazer, ele apanhou o ovo e com muito cuidado colocou-o debaixo da galinha. O resultado? Um lindo pintainho, saudável, bonito como a mãe! Assim funciona o discipulado: ninguém precisa fazer o ovo, muito menos a galinha, ambos são criaturas de Deus; basta colocar o ovo debaixo da galinha!

Jesus deu-se a si próprio aos primeiros discípulos, como dá-se até hoje a nós. E nós precisamos aprender a relacionar convenientemente os elementos envolvidos no discipulado – de um lado o convertido, de outro os valores do Reino – para que Deus faça a obra.

Fomos eleitos para o propósito de servir a Deus antes mesmo da criação do mundo, e isto representa uma imensa responsabilidade. Jamais poderá ser discípulo de Cristo quem não tenha sido escolhido por Ele, como Paulo afirma em Efésios 1.4: “assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele;... E o apóstolo em João 1.12-13: “Mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem em seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.

O discípulo é um homem cuja natureza foi transformada pelo Criador, por isso para ele é completamente natural apresentar seu corpo “…em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus…” Foi para isto que nasceu de novo e foi regenerado, e o Espírito Santo o introduziu na escola de Deus para ser aconselhado, exortado e repreendido, até que esteja pronto para servir ao Senhor. Este processo, no entanto, não lhe é um fardo, ele o sente como natural e está de acordo com seus anseios mais íntimos: é seu anelo, sua paixão, seu ideal, mesmo que tenha de sofrer pressões, de passar por inconvenientes, de sofrer perdas, por causa da fé. Sua paixão é o chamamento de Deus em Cristo Jesus. Já não vive para si, senão para Aquele que morreu e ressuscitou por ele. Isto é o que quis o Senhor dar a entender, quando disse em João 3.6: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito”. Nós, discípulos, estamos unidos a Cristo em sua morte e também em sua ressurreição, e é aí que se opera a regeneração e é a partir de onde nascemos para a nova vida. O propósito de Deus não é somente crucificar nosso velho homem, mas também revestir-nos do novo. Que valor teriam a morte e o sepulcro, se não houvesse a manhã da ressurreição? E Paulo questiona em 1 Coríntios 15.17: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”.

Discipulado é transfusão de vida, e para ser verdadeiro, envolve amizade, comunhão, intimidade, confiança entre o discípulo e seu discipulador: Jesus disse que não iria mais chamar os discípulos de servos, mas sim de amigos (João 15.15). Ele investiu três anos em regime de tempo integral para dar o conhecimento bíblico essencial, formar o caráter dos discípulos e capacitá-los ao exercício do ministério.

O verdadeiro discipulado implica em mutualidade, isto é, no dever que um crente tem para com o outro, como membros da família de Deus. A Associação Billy Graham informa que apenas 3% dos convertidos permanecem nas igrejas, e a causa é a falta da criação de relacionamentos profundos da igreja com eles, e as pessoas só tomam uma decisão firme quando ela é precedida de relacionamento interpessoal. Paulo ensinou em 1 Tessalonicenses 5.11: “Consolai-vos, pois, uns aos outros,e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo.”

É interessante observar que há quatro tipos de posições relativas entre uma pessoa e Cristo, numa gradação que vai da vida sem Ele à entrega total da vida a Ele: a primeira é tudo eu e nada de Cristo; a segunda, eu e Cristo; a terceira, Cristo e eu; e a quarta, não eu, mas Cristo. É precisamente esta última que representa a expressão genuína do cristianismo, fazendo eco ao que o apóstolo Paulo afirmou em Filipenses 1.2021: “…será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.”

O dr. Samuel Zwemer, o grande missionário para o mundo árabe, estava uma vez falando de Jesus para as pessoas na sala de espera de um hospital. Um beduíno que viajara 800 quilômetros para um tratamento disse para Dr. Zwemer: “Eu compreendo tudo que você nos falou porque eu conheci pessoalmente este homem. Ele viveu em minha área rural faz algum tempo. Era um tanto estranho. Quando as pessoas o agrediam com ofensas ele não rebatia e nem buscava vingança. Ele cuidava dos enfermos, dos presidiários e de todos que enfrentavam dificuldades. Ele tratava bem a todos e dizia que todos eram bons. Ele viajava distâncias imensas debaixo de sol causticante apenas para ajudar as pessoas. Ele era tudo o que você disse.” Dr. Zwemer ficou sabendo que aquele de quem o árabe estava falando era Peter Zwemer, seu próprio irmão, que tinha, anos antes, começado um trabalho missionário na Arábia. Embora não tivesse vivido para ver os resultados, ele revelou Cristo através de sua própria vida de amor pelo próximo.

Irmãos, que tipo de pegadas temos deixado por onde passamos? Que imagem nossa ficou nos locais onde moramos, estudamos, trabalhamos? De que nossos amigos se lembrariam ao nos descrever? As pessoas precisam ver estampadas em nós as coisas que ensinamos e pregamos, as atitudes de verdadeiros filhos de Deus, discípulos e imitadores de Cristo.

Amado Pai, capacita-nos para que façamos aquilo que Tu esperas de nós. Tu não precisarias de nós para nada, mas por Teu amor, por Tua graça e por Tua misericórdia, nos deste a chance de sermos Teus humildes ajudadores, por isto contas conosco para que usemos os dons que para tal nos concedeste. No nome de Teu filho, nosso modelo e Salvador, que agradecemos e oramos. Amém.

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4 Comentários
  • Rose Simões

    29 de março de 2011 at 8:55

    Nanny e Winston,
    Há muito estou para lhes dizer que este blog é uma grande bênção; vocês são, verdadeiramente, instrumentos de Deus! Não sei bem como funciona um “blog”, porém, estou desfrutando destas ricas mensagens que recebo. Muito obrigada! Que Deus continue abençoando-os.

    • Nanny & Winston

      29 de março de 2011 at 9:02

      Querida Rose,
      Mercê da Sua graça maravilhosa, Ele nos fez, a todos que cremos em Cristo, Seus filhos, Seus instrumentos. Nós somos muito felizes por termos a você e ao dr. Enoque como irmãos nesta família tão privilegiada, que é a família de Deus.
      Obrigado pelas palavras de incentivo.

  • Élvia Campos de Alcantara

    31 de março de 2011 at 21:42

    Nanny & Winston,

    O que eu posso dizer e que DEUS continue a usar a voces, que nós do grupo continuemos cada dia mais unidos para a jornada que temos pela frente. Nosso DEUS merece que cada vez mais nos dediquemos na sua obra. AMÉM.

    • Nanny & Winston

      1 de abril de 2011 at 16:18

      Querida Élvia,
      Temos agradecido sempre por estarmos juntos servindo a Deus. Que Ele continue nos fortalecendo para prosseguirmos, somando esforços para sermos úteis na Sua obra!

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