Paz Interior (2)

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Paz Interior (2)

Recordemos que na meditação anterior – Paz Interior (1) – o apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses 4.4-9 (NTLH), nos mostrou um caminho seguro para vivermos em paz interior, quando ensinou: 4Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria! 5Sejam amáveis com todos. O Senhor virá logo. 6Não se preocupem com nada, mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre com o coração agradecido. 7E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus. 8Por último, meus irmãos, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente. 9Ponham em prática o que vocês receberam e aprenderam de mim, tanto com as minhas palavras como com as minhas ações. E o Deus que nos dá a paz estará com vocês.” Assim, nos versos 4 a 6, aprendemos que as primeiras qualidades que precisamos adquirir e/ou desenvolver para usufruirmos de paz interior são a alegria, a amabilidade e a entrega de tudo a Deus. Completando este rol de magníficos preceitos para bem vivermos neste mundo, vejamos agora como Paulo nos orienta nos versículos 7 a 9:

Como conseqüência da oração, a paz de Deus – que é impossível entender – mantém permanente presença em nossos corações (verso 7). Paulo não quer dizer que a paz de Deus seja um mistério indecifrável, mas sim que sua dimensão e profundidade são tão refinadas, que sua característica é tão especial, que ela está muito além da capacidade humana de apreendê-la intelectualmente ou de produzi-la. A paz verdadeira é um dom de Deus e jamais poderá ser criada ou discernida pelo homem, porém pode ser sentida. Por isso, a paz interior não pode ser obtida senão quando levamos a Ele nossas súplicas e nossas petições pessoais e de intercessão, depositando-as a Seus pés por meio das orações. E são estas orações que ao mesmo tempo guardarão nossas mentes e corações do mal, pois elas estarão promovendo nossa comunhão com Cristo, a fonte da paz.

Ocupar nossos pensamentos com coisas dignas, elevadas (verso 8), é uma exortação tão fundamental para nós que estamos no mundo, que Paulo a reitera na epístola aos Colossenses 3.2 (NTLH) afirmando:Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra.” O apóstolo sabia que nossa mente está sempre pousada em algo, por isso queria que esse algo fosse conveniente ao cristão, pois naquilo em que nossa mente se detém com freqüência, com persistência, passa a se voltar com automatismo. Uma mente ociosa acolherá todo tipo de pensamento, desde os bons até os maus, mas uma mente cristã ativa trabalhará para controlar-se, detendo-se no que é nobre e bom, deixando fora o que corrompe. Jesus em Mateus 5.25-37 advertiu que não somente nossos atos – mas também os pensamentos que estão por trás deles – serão julgados no Dia do Juízo. Assim sendo, é essencial que pensemos exclusivamente nas questões transcendentes, superiores, sublimes, de que trata a doutrina de Cristo, para podermos nos assemelhar a Ele, ocupando nossa mente apenas com aquilo que constrói, que é elogiável, que é produtivo para a vida cristã, e não com o que conspurca, avilta, polui e destrói, como Paulo passa a relacionar: Tudo o que é verdadeiro. O mundo nos faz o tempo todo e à exaustão, atraentes propostas enganosas e ilusórias de paz e felicidade – quase sempre centradas na carne, na matéria – que jamais se cumprirão no médio e no longo prazo. O apelo da mídia ao consumismo, à licenciosidade e à violência, por exemplo, é permanente, mas precisamos manter o foco de nossos pensamentos no eterno, na verdade que Cristo representa; digno. A palavra grega somnos aqui empregada por Paulo, é de difícil tradução, e segundo Barclay, descreve o que tem em si mesmo a dignidade e a santidade. A versão ARA, por exemplo, traduz por tudo o que é respeitável, a NVI, por tudo o que for nobre, a ARC por tudo o que é honesto, mas o que importa é captarmos o sentido daquilo que Paulo quis dizer: há no mundo coisas vulgares, corriqueiras, “pechinchas” morais, éticas e comportamentais, que são atraentes para as mentes pequenas e superficiais, porém o cristão deve fixar seus pensamentos somente naquelas matérias que são profundas, sérias e dignas; correto. O termo grego dikaios na versão ARA traduzido por tudo o que é justo define o homem correto, íntegro, probo, aquele que entrega a Deus e aos homens o que lhes é devido. Algumas pessoas centram seus pensamentos exclusivamente no prazer, no conforto, nas coisas e métodos fáceis que geralmente as conduzem a becos sem saída. O cristão, no entanto, pensa sempre e acima de tudo no seu dever para com Deus e o próximo; puro. Em grego agnós, significa aquele que é moralmente imaculado, sem manchas ou nódoas, portanto apto a se devotar a Deus e ser usado no Seu serviço. Este mundo de trevas acha-se totalmente poluído por valores distorcidos e abjetos, desprezíveis, indignos, infames, sujos, obscenos, fazendo com que muitos vivam em tal estado mental que deturpam tudo o que lhes vem à mente. Ao contrário, o cristão deve ter sua mente fixada naquilo que é puro, naquilo que agrada a Deus; agradável. No grego prosfiles, na versão ARA, traduzido por amável. Muitas pessoas hoje em dia – por conta de sua mente poluída – são amargas, estressadas, vingativas, dedicando-se na maior parte do tempo a criticar, reclamar, censurar e queixar-se, com isto suscitando ressentimentos e o desamor dos que a cercam. O cristão verdadeiro, no entanto, inunda sua mente com o que é agradável – amor, tolerância, paciência, bondade, simpatia, gratidão – com isto angariando retribuição dos mesmos tipos de pensamentos e de sentimentos. decente. Tudo o que é de boa fama na versão ARA, honroso na Bíblia de Jerusalém, segundo o dicionário, tudo o que está em conformidade com os padrões morais e éticos da sociedade. O mundo cada vez mais permissivo e “pós-moderno”, tem admitido de forma alarmantemente crescente o emprego de palavras de baixo calão, de comportamentos e de atitudes falsos, impuros e indecorosos que expressam o que vai no íntimo daqueles que os externam, mas que não pode ter abrigo na mente e no coração do cristão, onde só pode ser  acolhido aquilo que o próprio Cristo diria e faria.

Aplicar os conhecimentos adquiridos é indispensável, e só assim teremos a paz interior que Deus nos concede (verso 9). Paulo considera em Romanos 16.20 que Deus é o Deus da paz, por isso quando estamos juntos dEle, temos a Sua paz, basta aplicarmos dedicadamente o que Ele nos ensina dos versos 4 a 8. Em 2 Coríntios 13.11 o apóstolo deixa claro que, se buscarmos o aperfeiçoamento espiritual, o consolo que só Cristo dá, se tivermos atitudes harmônicas, solidárias e congruentes com nossos irmãos, se procurarmos viver em paz com todos, o Deus de amor e de paz estará conosco. E é este Deus que nos dedica um amor que escapa à nossa compreensão, que jamais nos deixa sós, que apaga nossos pecados, que nunca nos despreza, mas que nos dá forças, direção e sentido para a vida.

Senhor Deus da paz, do amor e da graça, precisamos de Ti e almejamos ardentemente a paz interior que só Tu podes nos dar, para podermos melhor suportar a vida neste mundo caído. Transforma-nos, Pai, e fortalece-nos na busca da santificação que nos deixará mais próximos da Tua glória. Assim oramos agradecidos em nome de Jesus. Amém.

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4 Comentários
  • Ieda Egg Silveira

    3 de setembro de 2012 at 14:17

    Faço minha a oração do texto. Amém e amém.
    Com saudade, Nanny e Winston.

    • Nanny & Winston

      3 de setembro de 2012 at 17:21

      Querida Ieda,
      É sempre muito bom ler suas palavras e receber seu incentivo!

  • NOEMY

    7 de setembro de 2012 at 23:17

    OLA QUERIDOS
    COMO É BOM LER MENSAGENS QUE NOS EDIFICAM. NÃO É FÁCIL SER CRISTÃO EM TODA A EXTENSÃO DA PALAVRA.TEMOS QUE NOS ESFORÇAR,DIA A DIA,CADA VEZ MAIS, NO CAMINHO DA SANTIFICAÇÃO. ABS

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