Quem Tem Ouvidos para Ouvir… Aplique!
Domingo, 11:00 horas da manhã, igreja cheia, adentram os músicos do grupo de louvor e lideram os cânticos, a seguir entram os pastores, e inicia-se o culto. Os fiéis, cuidadosamente trajados, estampam nas faces expressões de interesse variado: ali uma senhora preocupa-se em ajeitar os cabelos, mais à frente uma mãe um pouco irritada tenta em vão conter o irrequieto garotinho, do outro lado, um homem boceja do sono recém despertado, o vizinho confidencia algo à mulher ao seu lado, e muitos dos circunstantes parecem prestar a devida atenção ao que acontece no púlpito.
Mas se fosse possível ler as mentes, o que será que cada um destes últimos estaria pensando? Um experiente pregador certa vez disse que o que via do púlpito lhe dava a quase certeza de que, por trás de expressões faciais de atenção e interesse, muitos cavalheiros estariam na verdade preocupados com o que comeriam ao almoço, enquanto a maior apreensão das senhoras seria paralelamente com relação ao almoço a ser preparado. Seria este um local para tal tipo de preocupação tão carnal e corriqueira, própria de um ambiente secular? Será que ao participar de uma reunião, por exemplo, sobre uma questão essencial da vida terreal, haveria a mesma atitude de dispersão e vago interesse? Será que a atenção não seria maior do que a que é prestada quando o assunto é vida espiritual, vida eterna?
Talvez devêssemos perguntar: o que leva algumas pessoas à igreja? É possível que infelizmente a resposta mais generalizada seria: obter o máximo de benefícios pessoais com o mínimo de esforço, acreditando talvez que o só frequentar a igreja, como quem vai a um clube social – e apenas aos domingos – é suficiente para o que alguns chamam de “cumprir as obrigações com Deus”. Por isso, ouvir e internalizar a mensagem proclamada por vezes não é considerado importante e aplicar o que é pregado, menos ainda. Mas há nessa atitude um grande equívoco, porque o poder transformador de Deus em nossas vidas se manifesta somente quando ouvimos e agimos de acordo com aquilo que ouvimos, e seremos um dia julgados não pelo que ouvimos e somos capazes de repetir, mas pelo que ouvimos e fomos capazes de aplicar.
O erro que muitos cristãos cometem ao considerar cumpridas suas responsabilidades perante Deus tão somente indo à igreja para ouvir a Palavra, sem se preocupar com a aplicação daquilo que ouviram, está claramente apontado em Tiago 1.22-25 (ARA), onde ele nos ensina e exorta, dizendo: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”.
Além disso, a negativa reiterada de aplicar a verdade divina em nossas vidas, pode nos tornar definitivamente surdos à Palavra, pois o pecado tem o poder de bloquear nossos ouvidos espirituais, da mesma forma que o ouvido do nosso corpo, quando cheio de cera, impede a audição física. Então ouvimos sem compreender, sem internalizar os conteúdos que ouvimos, e corremos o risco de estar entre aqueles que, como diz Paulo em 2 Timóteo 3.7 (ARA), “…aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade”, mudando facilmente de opinião, prontos a aceitar novas ideias que não têm fundamento nas Escrituras, e assim deixando de lado as oportunidades de conhecer e aprender as verdades de Deus.
Mas o pior que pode nos acontecer é chegarmos ao ponto de nos tornar insensíveis à voz de Deus, com corações empedernidos e impermeáveis ao chamado de Cristo, a fonte da água da vida, e é sobre isso que Deus nos adverte por intermédio de Ezequiel 33.31-32 (ARA): “Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra”.
O cristão verdadeiro, aquele que teme e ama a Deus, que entregou verdadeiramente sua vida a Cristo, sabe que apenas ouvir a Palavra não é o bastante, e a Bíblia deixa isso muito claro, como na história que Jesus contou comparando dois homens que vão construir suas casas, o construtor previdente com o imprudente, em Mateus 7.24-27 (ARA): “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína”.
Muitos cristãos agem como o homem insensato, e assim vivem vidas em sujeição ao acaso, ao nada, que acaba sendo ao maligno, porque não são verdadeiramente de Cristo, não vivem nEle, não estão ancorados sobre a rocha, que é Ele mesmo, porque não ouvem a Sua Palavra quando é pregada, não a leem e não a estudam diligentemente, por isso não a compreendem e não são moldados por ela, e por fim são levados para longe de Deus por conta das intempéries inevitáveis da existência terreal.
Mas Jesus nos diz que somos muito felizes quando ouvimos o que Ele nos diz na Sua Palavra, e é isso que nos mostra na conhecida parábola do semeador, que entremeamos com a explicação de cada versículo, em Mateus 3.3-4,19; 5-6,20-21; 7,22; 8-9,23 (ARA): “… Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram”. Os cristãos nominais “… ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração”. “Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra”. Esse é o cristão superficial, que ao primeiro sofrimento por causa de Cristo, O abandona, pois “… ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se”. “Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram”. O cristão mundano, dominado pelas coisas terreais, prioriza acima de tudo os bens e os prazeres, por isso “… ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”. “Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um”. O verdadeiro cristão, no entanto, “… é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz (…). Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
O que nos impede de ouvir e aplicar aquilo que Deus nos fala? O desamor a Ele, produzindo desobediência está no âmago da questão, pois se O amássemos verdadeiramente, obedeceríamos ao que o Senhor nos ordena, identificando-nos realmente como Seus, de acordo com o que Jesus em João 14.21 (ARA) afirma: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama…”. É o amor gerando obediência que nos faz acolher a Palavra no coração e aplicá-la amorosa e fielmente, enquanto que a atitude de rejeição a ela, ao permitirmos que “entre por um ouvido e saia pelo outro”, provém de corações rebeldes e insubordinados, o que levou a escritora Kathleen Norris a escrever sabiamente: “o anticristo age em nós quando escutamos o Evangelho e não lhe damos ouvidos”.
Que tipo de cristãos somos nós? Proponho que façamos hoje mesmo uma reflexão cuidadosa, isenta, criteriosa, sobre essa questão de fundamental importância para as nossas vidas no presente e, principalmente, no futuro por vir. Podemos nos considerar uma boa terra, fértil, receptiva para as boas sementes que Jesus tem tentado plantar em nós? Estamos seriamente empenhados em sermos cultivados pelo Divino Agricultor, mantendo nossos ouvidos e corações abertos para receber, com alegria, com sede, com avidez, os tesouros contidos na Sua Palavra? E quanto à nossa produtividade para o Reino? Podemos afirmar, em sã consciência, perante Deus e os homens – mas antes de mais nada perante nós mesmos – que em nossa peregrinação estamos nos conduzindo com sabedoria em Cristo Jesus, buscando em tudo fazer a vontade do Senhor, realizando as obras que Ele espera que realizemos, rogando a Deus e tudo fazendo para termos a plenitude do Espírito, comunicando-nos em amor com nossos irmãos de fé e sujeitando-nos a eles, amando, louvando e dando graças a Deus com todo o nosso ser, e, como Paulo em Efésios 5.16 (ARA) exorta, “… remindo o tempo, porque os dias são maus”? Que Ele nos ajude a sermos os filhos que espera que sejamos.
Amado Pai, capacita-nos a cada dia, a Te ouvirmos respeitosamente e a dedicarmo-nos diligentemente a executar aquilo que ordenas, para que sejamos encontrados sempre amando-Te e obedecendo-Te em qualquer circunstância. Que nossos olhos estejam permanentemente abertos para Te ver em tudo, e nossos ouvidos continuamente desimpedidos para Te ouvir. Assim oramos agradecidos em nome de Jesus. Amém.
Lucimar de Moura Santos
5 de agosto de 2015 at 9:36gostaria de receber por e-mail textos como esses para melhor entender os ensinamentos cristãos, isso se possível, agradeço a você Nanny e Winston , que Deus abençoe a todos, e muita Paz.
Nanny & Winston
5 de agosto de 2015 at 16:41Prezado Lucimar,
Vamos adicionar seu e-mail para que receba diariamente as mensagens Bom Dia De Coração a Coração, que levará até você comentários edificantes sobre a Palavra.
Que Deus a abençoe e ilumine.
Lucimar de Moura Santos
6 de agosto de 2015 at 18:08Caros Nanny e Winston, acabo de receber o seu e-mail e fico brilhantemente regozijado por esse privilégio em ser atendido, acabo de ler o texto acima, e ao ler vi que para ser um fiel seguidor de CRISTO temos que abandonar a velha vida, eu não quero ser hipócrita, mas, ainda carrego comigo coisas de velha vida, por exemplo: de vez em quando vem de dentro de mim a vontade de beber ( bebida alcoólica ) , fui frequentador de uma denominação cristã, até que as coisas tava indo bem, pra falar a verdade em um dia de batismo senti algo me corroendo em meu coração como um chamado e em lágrimas obedeci aquele chamado e batizei-me, por motivos na família depois um certo tempo não mais compareci à Igreja, não deixei de ler a Bíblia e de fazer minha orações a Deus em agradecimento pelas benção recebidas, minha esposa é Crente até nós íamos juntos a igreja, hoje ela vai só. Orem por mim para que as coisas se retroceda, eu creio no meu Deus e reconheço o amor que ele tem por mim. desculpa.
Nanny & Winston
7 de agosto de 2015 at 8:04Prezado Lucimar,
Precisamos, a cada dia, nos agarrar com Cristo, porque só nEle há esperança verdadeira de nova vida transformada, aperfeiçoada, abençoada. Vamos orar para que o Espírito Santo toque seu coração, e você entregue-se plena e definitivamente a Jesus.
Lucimar de Moura Santos
13 de agosto de 2015 at 13:44realmente precisamos fazer uma reflexão do queremos e do que devemos seguir, gostei muito do retorno do meu desabafo, sei que se não agarramos em cristo, nós não vamos ter nenhuma outra opção na nossa vida cristã , se queremos seguir a cristo temos que deixar a nossa velha vida, e seguir sem olhar nem pra direita como pra esquerda, é forte, porque esse mundo em que hoje vivemos nada de bom nos mostra só pecado, pra mim hoje não há nenhuma diferença entre Sodoma e gomorra, estamos vivendo naquele mundo em que viveu ló.