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A INTERCESSÃO DE JESUS

O amor de Jesus pelos Seus, por nós, é tão grande, tão maravilhoso, tão incompreensível, que só um ser divinamente amoroso como Ele poderia manter por seres tão sem merecimento, tão maus, pecadores renitentes e rebeldes como nós somos. Foi esse amor tão extraordinário que fez com que Ele entregasse Sua preciosíssima vida voluntariamente por nós na cruz do Calvário, em meio a sofrimentos de tal modo excruciantes que não temos sequer como imaginar.  E como se isso não bastasse, Ele ainda intercede por nós junto ao Pai, como Paulo, escrevendo aos Romanos, no capítulo 8, versículo 34 de sua carta, afirma dizendo: É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.

 

No Evangelho de João, o capítulo 17 é todo dedicado à maravilhosa oração sumo sacerdotal de Jesus, ensinando-nos que o mundo é um terrível campo de batalha entre os comandados pelo diabo e as forças de Deus. Do verso 1 ao 5 Ele ora por Si mesmo, e nos versículos seguintes, do verso 6 ao 26 intercede por nós que somos Seus, que cremos nEle e sabemos que cuida de nós incessantemente. Ali Jesus se dedica a peticionar ao Pai em nosso favor pelas coisas espirituais, pelas bênçãos celestiais, e não há qualquer menção a riquezas materiais, honrarias, poder secular ou influência mundial: Ele roga que sejamos protegidos do mal, mantidos separados do mundo, habilitados para o serviço a Ele e conduzidos em segurança ao lar celestial.

 

E assim Jesus orou por Seus discípulos, depois de ter orado por Si mesmo:

 

No verso 6: Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. Assim como os primeiros discípulos foram entregues a Jesus para serem discipulados e então se tornarem graciosos instrumentos Seus, o mesmo acontece com relação a nós. Os eleitos que o Pai deu a Cristo eram Seus, obedientes criaturas Suas, criados para serem usados conforme a sabedoria de Deus determinasse, sempre para a Sua glória, e apesar de todas as suas falhas e fraquezas.

 

Nos versos 7-8: Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste”. O Salvador representava Seu Pai fielmente, falando e agindo sempre de acordo com a vontade paterna, e os discípulos compreenderam este fato, então creram que Ele enviara Seu Filho como obediente Servo.

 

No verso 9: É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”. Como sumo sacerdote, Jesus rogou ao Pai por Seus discípulos, e não pelo mundo, mas não devemos concluir que nunca tivesse orado pelo mundo, coisa que fez na cruz ao peticionar em Lucas 23.34: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Mas agora Ele orava representando os crentes perante o trono de Deus, e nesta circunstância Sua oração somente podia ser pelos Seus.

 

No verso 10: “… ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado, revelando a união perfeita entre o Pai e o Filho, o que nenhum humano mortal poderia em sã consciência ter afirmado, e somente a maravilhosa, divina, sublime igualdade entre ambos, evidenciando que são um em essência, um em interesse, justificaria tal assertiva. E Ele tinha sido glorificado pela assistência e a obediência a Si mesmo, pela pregação e a realização de milagres que realizavam em Seu nome, pois Cristo sempre intercederá por aqueles em quem e por quem é glorificado.

 

No verso 11: Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Mais uma vez Jesus antevê Seu divino retorno ao céu, orando como se isso já tivesse acontecido. Ao mesmo tempo exalta Seu Pai, rogando que proteja os Seus para que haja uma harmonia perfeita do caráter cristão, pois, assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma unidade, – e esta é a união mais perfeita e poderosa que já existiu e que continuará existindo no universo – os cristãos, unidos na semelhança a Cristo, igualmente devem sê-lo.

 

No verso 12: Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Era com o poder e a autoridade do Pai que Jesus cuidava, guardava e protegia os Seus, e assim nenhum deles se havia perdido, à exceção de Judas que – embora estivesse entre aqueles que foram entregues a Cristo – não pertencia verdadeiramente a eles, o que o próprio Jesus havia predito em João 13.18, referindo-se ao Salmo 41.9: Não falo a respeito de todos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi; é, antes, para que se cumpra a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim seu calcanhar. Judas era joio no meio do trigo, era um apóstata que havia sucumbido à tentação diabólica, traindo o Mestre meramente por dinheiro, o que condenou-o à danação eterna.

 

No verso 13: “Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos”. A chave do gozo sem medida é viver em Cristo, por Cristo e para Cristo, e em João 15.1-17, quando o Senhor trata da produtividade espiritual, ensina-os comparando-se à videira verdadeira em quem todos os crentes, os ramos, devem estar permanentemente ligados pelo amor a Ele e uns aos outros, sempre guardando a Sua Palavra Eterna.

 

Nos versos 14-17: “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Ao longo da história o mundo tem demonstrado em inúmeras circunstâncias, épocas e lugares o quanto odeia os cristãos porque seus valores frequentemente conflitam com os da mundanidade! Os seguidores de Cristo, por sua conduta e cultivo de valores, caracterizam-se como denunciantes da maldade, do egoísmo, do desamor e da imoralidade vigentes que são armas do diabo, o declarado inimigo de Deus e nosso.

Mas, apesar de que poderia ser um desejo de muitos de nós, Jesus não orou para que o Pai nos levasse imediatamente para o céu, porque ainda devemos continuar no mundo, crescendo em graça e testemunhando de Cristo, porém protegidos do mal.

E assim como Jesus, nós também não pertencemos ao mundo, por isso devemos ter esta condição sempre em mente, em especial quando sobrevierem as tentações mundanas que afrontam os princípios cristãos.

Para nos dirigir, fortalecer e abençoar nos caminhos da verdade, a Palavra de Deus é essencial por seu efeito santificador, pois ao estudá-la, interiorizá-la e aplicá-la, somos transformados em vasos de bênçãos para uso exclusivo do Senhor Jesus.

 

Nos versos 18-19: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. O Pai enviou Seu Filho ao mundo para trazer a salvação e para revelar o caráter de Deus aos homens, para dizer o que disse, para fazer o que fez e para ser o que é àqueles que creem nEle. E então Jesus, por Sua vez, comissionou Seus discípulos para pregar a mesma doutrina que o Pai encarregou-O de pregar na terra, capacitando-os, sustentando-os a cada passo e, tendo-Se santificado para a missão que o Pai Lhe conferiu, santificou aos discípulos em espírito e em verdade para poderem servi-Lo.

 

Nos versos 20-21: Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Nesta passagem Jesus ora por todos os crentes, Seus discípulos de todos os tempos e lugares, para que a Palavra seja o poderoso meio pelo qual venham a crer nEle, e que unidade entre eles seja tal que, ao exibir claramente o caráter de Deus e de Cristo, deixe inequivocamente claro que Deus O enviara.

 

Nos versos 22-23: Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Se anteriormente Jesus havia orado pela unidade na comunhão (v. 11) e depois pela unidade no testemunho (v. 21), neste momento ora pela unidade na glória de que ainda não desfrutamos e da qual só gozaremos quando o Salvador voltar para nos levar com Ele. Então o mundo não apenas reconhecerá que Jesus era Deus Filho, mas também que os cristãos foram, como Cristo, amados por Deus.

 

Nos versos 24-26: Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. Jesus deseja que estejamos com Ele na glória, e a nossa morte, em certo sentido, é uma resposta a esta oração, pois morrer é estar com Ele e contemplar a Sua glória: glória divina que tinha com Deus antes da fundação do mundo, mas também glória que Ele adquiriu como Salvador e Redentor. O mundo não creu que Deus se revelava em Jesus, mas alguns discípulos creram, apesar de que havia poucos fieis junto dEle naquela hora e muitos foram os que O abandonaram. Os que permaneceram fieis viram em Cristo a expressão perfeita do Pai, e através de Sua Palavra podemos saber como Ele é; e quando O aceitamos nos tornamos objetos especiais do Seu amor infinito, inexplicável e imerecido, porém real!

 

Pai bendito, espelhados na magnífica intercessão de Jesus queremos rogar por nossos irmãos na fé, muitos em situação de premente carência, grande aflição, intensa luta conta o mal, como Ele orou nesta passagem de João 17, sabedores de que a oração de intercessão é um ato de amor, de graça e de misericórdia, e que sempre que peticionarmos pelos Teus Tu estarás de prontidão para ouvir e responder aos nossos rogos, confiantes de que encontraremos o apoio de Teu Filho que em Lucas 11.9-10 ensinou: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Por isso, no Seu Santo nome oramos com a certeza de que em um dia que não tarda com Ele estaremos com todos os Teus em glória eterna. Amém.

 

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