AGINDO COMO JESUS
Jesus nos alertou que, como Seus seguidores, no mundo passaríamos por aflições, mas o que significa seguir os Seus passos quando arrostamos duras provações? Sabemos que o primeiro grande e abençoado desafio de consequências eternas que enfrentamos na nossa jornada terreal é o novo nascimento, mas ele só se completa com o segundo, que é obedecer a Jesus dia após dia, atendendo humildemente ao que Ele ordenou em João 13.15: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
Seguir a Jesus é dar o máximo de si para ser como Ele, é ser obediente ao Pai como Ele foi, é tê-Lo como Senhor de nossas vidas, é ter cada decisão, cada sonho e cada expectativa sendo passada pelo crivo da Palavra, porque o objetivo do cristão deverá ser, em qualquer circunstância e acima de tudo, honrá-Lo e glorificá-Lo em todas as coisas, como Paulo ensina em 1 Coríntios 10.31 e 1 Timóteo 1.17.
Seguir a Cristo, portanto, implica colocar em prática no cotidiano as verdades expressas na Sua Palavra, vivendo como se o próprio Senhor caminhasse ao nosso lado, ditando o caráter de nossa conduta, como o evangelista instrui em 1 João 2.6, afirmando peremptoriamente: “…aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”.
É oportuno então nos perguntarmos, fazendo sincera reflexão: estamos verdadeiramente seguindo os passos de Jesus? Estamos fazendo o que Ele faria se estivesse em nosso lugar? Até onde estamos nos deixando guiar, influenciar, conduzir prioritariamente pelas coisas materiais, pelos princípios que vigem nas relações pessoais do mundo, regidas sempre pela ausência da graça? Estamos nos submetendo ao que Tiago 1.27 instrui, ao asseverar que “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”?
O que Cristo, através de Seu magnífico e perfeito exemplo nos ensina, portanto, é que sobretudo nos amemos uns aos outros, que a fé cristã verdadeira se traduz por um procedimento afetuoso, em especial com relação aos mais fragilizados, razão pela qual João nos diz que é a nossa conduta, quando assemelhada à de Jesus, a única que pode nos conferir a segurança de a Ele pertencermos. Esta é, portanto, a solução para todos os nossos enfrentamentos na vida: copiar o modelo que Ele nos deixou no Evangelho.
Por tudo isso, agir como Jesus agiu durante a Sua passagem terreal, deve ser o objetivo cotidiano, permanente, incansável, de todo aquele que pretende ser um verdadeiro cristão, não importam as circunstâncias com que esteja se defrontando. Procurar imitá-Lo em todas as Suas atitudes, palavras e decisões, deve ser o norte da nossa vida, como Paulo em Efésios 5.1 ensina: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós…”.
Mas para sermos fiéis imitadores de Jesus necessitamos cultivar algumas práticas essenciais que nos conformem cada vez mais à Sua semelhança, e a primeira delas é ampliar sempre mais e mais a nossa comunhão com Ele para podermos conhecê-Lo cada vez mais profundamente, e Paulo em Filipenses 3.10 é a nossa referência ao discorrer sobre suas próprias atitudes de aperfeiçoamento para ser achado em Cristo, “… para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte…”.
Precisamos também desenvolver em nós mesmos o desejo que Jesus tão bem exemplificou de servir aos outros, levando a tantos quantos for possível a Sua Palavra da Verdade, revelando assim que somos Seus discípulos, “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”, é como que Jesus nos instrui em Mateus 20.28.
Muitas pessoas nos dias pandêmicos que vivemos, saturados de crises, dificuldades e sofrimentos, encontram-se angustiadas, ansiosas e desesperançadas. É, portanto, um tempo propício para imitarmos a Jesus que intercedeu ao Pai por nós em João 17, e intercedermos a Ele a fim de tranquilizar a quem está atormentado, mostrando que Deus está no controle de tudo, e que, portanto, a Ele tudo devemos entregar, nEle confiar, esperar e descansar, pois tudo a Seu tempo fará de melhor. Basta que obedeçamos ao que Jesus ensinou a Seus discípulos, dizendo em João 14.13: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”.
É também uma época oportuna para falarmos do amor de Cristo para as pessoas que muitas vezes em sua solidão e descrença pensam que foram esquecidas. É então devemos estar dispostos a ser usados por Deus para que elas saibam que Ele se importa, sim, e está pronto a ajudá-las. Mas é preciso que a Ele entreguem seus fardos, atendendo ao convite irrecusável que faz em Mateus 11.30: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Assim procedendo, não importa a dimensão do problema vivido, se estiverem dispostas a crer firmemente que Ele dará a solução, a paz que excede todo entendimento as envolverá e aliviará suas dores como um bálsamo.
E se alguém vier a nós buscando ajuda, sem titubear é nosso dever ir em seu auxílio, mesmo que isto signifique romper os limites de nossa zona de conforto, ou até mesmo implique retribuir o mal que nos tenham feito com o bem que é nossa obrigação fazer, porque Jesus jamais fez qualquer acepção de pessoas, e tal como Ele devemos estar sempre disponíveis para atender aqueles que efetivamente necessitam de ajuda, não importam quem sejam, para que, como nos ensina em Mateus 5.16, “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.
Se desejamos agir como Cristo devemos procurar impactar a vida das pessoas que Deus colocar em nosso caminho tendo uma conduta que reflita Cristo em nós, que demonstre que Ele está conosco e nós com Ele, e que isto é extraordinariamente bom, a tal ponto que elas desejem ser como nós. Elas precisam apreciar a nossa companhia e ter a certeza de que em nós encontrarão todo o amor e o apoio de que necessitam, assim como as pessoas encontravam em Jesus, que ordenou em João 15.12: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.
Assim, é também por amor que somos convencidos por Jesus a que O imitemos em tudo o que nos legou através de Seu exemplo sublime, para que, livres de toda escuridão do mal, nossa vida passe a refletir Sua inefável luz celeste, e é com este objetivo que Paulo nos exorta em Filipenses 2.15 a que mantenhamos o padrão da vida cristã, “… para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo…”.
Muitos cristãos, no entanto, embora ouçam frequentemente a Palavra, não sentem o profundo deleite de que deveriam ser tomados ao sorver tão maravilhoso conhecimento, porque lhes falta a suficiente conformidade de suas vidas à vida de Cristo. Não são os vocábulos sublimes, as riquezas materiais, as honrarias seculares, as posições elevadas que transformam, mas sim a vida virtuosa que torna alguém assemelhado a Cristo. Por isso, é preciso desapegar o coração das coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis.
Não há nada melhor e mais útil se desejamos seguir a Cristo que conhecer-nos bem a nós mesmos e assim ter consciência de quão pecadores somos, todavia sempre tendo conceito favorável dos outros, mesmo que cometam faltas que desaprovamos, constantemente lembrados de que nós estamos sujeitos a pecados ainda maiores do que aqueles que foram cometidos por outrem. É oportuno lembrar também que no dia em que nos defrontarmos com o juízo eterno, por certo não seremos questionados sobre o que lemos, estudamos, aprendemos ou quão belamente falamos e escrevemos, mas sim sobre o que fizemos pela obra de Deus e pelo próximo.
O imitador de Jesus deve ter sempre em mente que grande é quem a seus próprios olhos é pequeno, prudente é aquele que avalia como nada tudo o que é terreal para ganhar a Cristo, realmente sábio é quem faz a vontade de Deus ao invés da própria, como Paulo confessa em Filipenses 3.7-8 a respeito do que tinha e era antes de conhecer a Jesus: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo…”.
Um dos indicadores mais significativos da sapiência que o seguidor de Cristo deve ter é a ausência de precipitação nas atitudes e a flexibilidade às próprias opiniões, dentro dos limites determinados pela Palavra de Deus e pela justiça, ciente de que, quanto maior a humildade e a sujeição a Deus que tenha, tanto mais serena, tranquila e pacífica será a sua jornada na terra.
Seguir a Cristo, agindo como Ele agia, contudo, só pode ser alcançado pela mediação do Espírito Santo, a respeito de quem Jesus, em João 16.13-15 ensinou a Seus discípulos: “… quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”.
O cristão autêntico, portanto, é um seguidor de Jesus e busca tornar-se de modo progressivo mais parecido com o Mestre, obedecendo aos Seus mandamentos e se empenhando em agir segundo o maravilhoso exemplo de Sua vida terreal. Trata-se, sem dúvida, de um imenso desafio que, porém, se Deus nos propôs, cuidará de ajudar-nos a vencer por meio do Seu Santo Espírito que habita em nós e que irá nos dirigir, estimular e fortalecer para que sejamos vitoriosos.
A vida na terra frequentemente nos impõe duras lutas, e não são poucas as vezes que o cristão sincero se pergunta: o que faria Jesus se estivesse em meu lugar? De que forma enfrentaria esta situação? Então compulsa a Sua Palavra, que responde de maneira bem objetiva em 1 Pedro 2.21: “… para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos”.
Seguir os passos de Jesus implica também em sofrimento, como Ele adverte a multidão que O ouvia e os Seus discípulos em Marcos 8.34-35, dizendo: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á”.
O apóstolo Pedro refere-se ao sofrimento resultante da prática do bem cuja única fonte é o Senhor Jesus que jamais pecou, mas que sofreu terrível e injustamente para que pudéssemos ser livres do pecado. Por isso, se seguimos Seu divino exemplo e dedicamos nossa vida a imitá-Lo e a servi-Lo, nos expomos a sofrer. Então o Amado, que detém o domínio do futuro, nos tranquiliza em João 16.33 suavemente sussurrando de forma tão alentadora: “… No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.
Senhor Deus Trino, divino Criador de céus e terra, jamais permita que vivamos um falso cristianismo que se resume apenas a usufruir dos privilégios da adoração, a demonstrar generosidade barata, que nada custa porque é algo externo, que não envolve doar-se mas apenas dar, vivendo uma vida voltada exclusivamente para os prazeres das amizades e das coisas agradáveis, fugindo das dores do pecado, porque então não estaremos seguindo e agindo como Jesus, que trilhou Seu caminho de torturante sofrimento regado a lágrimas e sangue em favor daqueles que, como nós, andávamos pedidos. Amado Pai, ajuda-nos a nos mantermos firmes como fiéis seguidores do Senhor Jesus, agindo como Ele em toda e qualquer circunstância. É no Seu Nome Santo que oramos com profunda gratidão. Amém.
13 de fevereiro de 2021
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