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ALEGRIA E PAZ ETERNAS

Muitas pessoas, perplexas, confusas e preocupadas com a situação do país e do mundo nos dias que correm, sentem-se temerosas, desencorajadas, inseguras, sem saber o que esperar do dia de amanhã, e a dura percepção das densas trevas em que nos encontramos imersos contribui fortemente para haja menos esperança, menos alegria e menos paz nos corações. Porém nós, cristãos, temos outro tipo de discernimento do mundo e da vida que só a fé em Cristo proporciona, por isso enfrentamos as circunstâncias com coragem e confiança, tendo o respaldo seguro que nos infunde a Palavra de Deus em muitos momentos, como no Salmo 29.11 (ARA), quando Davi assevera que “O Senhor dá força ao seu povo, o Senhor abençoa com paz ao seu povo”.

Há mais de 440 anos antes de Cristo o profeta Neemias 8.10 já estimulava o povo de Israel empenhado na difícil obra de reconstrução das muralhas de Jerusalém dizendo que “… a alegria do Senhor é a vossa força”. Ele não se referia obviamente à alegria carnal e sensual tão própria dos nossos dias, mas à alegria santa e espiritual pela bondade prodigiosa de Deus, vivida sob a direção e governo da Sua graça maravilhosa, que surge do nosso interesse no Seu amor, no Seu favor e nos sinais deste favor. Por isso, quanto mais contentes estivermos no serviço a Deus, tanto mais este serviço alegrará ao Senhor, gerará maiores benefícios àqueles que forem objeto dele e nos dará a paz, que é irmã da alegria: uma não existe plenamente sem a outra.

E é porque sabia que o Senhor guarda os Seus “… como a menina dos olhos…”, nas palavras de Davi no Salmo 17.8, que Paulo, em Filipenses 4.4-7, exortou seus discípulos de Filipos – e esse encorajamento vale para nós também – dizendo: Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

Esta passagem nos alerta para a necessidade de alguns princípios cristãos fundamentais que é preciso ter permanentemente presentes em nossas atitudes: que na vida devemos nos alegrar por tudo o que nos acontece, certos de que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, como Paulo ensina em Romanos 8.28; que uma de nossas características como cristãos em nossas relações pessoais com o próximo é sabermos quando devemos insistir na aplicação da justiça e quando não, lembrados de que sempre há algo que está mais além da justiça humana, e que incluir a misericórdia, a longanimidade, a complacência e o amor incondicional, torna o homem mais assemelhado a Deus; que não há nada muito grande para o poder de Deus, nem muito pequeno para seu cuidado paternal”, conhecida e bela frase que ilustra o estímulo que Paulo nos dá para tudo levarmos a Deus através de orações, súplicas, petições e intercessões, ao mesmo tempo em que damos graças a Ele, recordando que o Senhor sempre age movido por Seu amor, por Sua sabedoria e por Seu poder infindos; que devemos estar sempre conscientes de que a nossa vida encontra-se sustentada do alto entre as bênçãos do passado e as do presente, e que se orarmos com perfeita fé e confiança no Pai Todo-Poderoso, a Sua paz, que excede todo entendimento, inundará os nossos corações e ali permanecerá como uma sentinela a nos guardar de todo mal.

A alegria verdadeira é um mandamento de Deus a cuja prática também o apóstolo Pedro, em sua primeira carta, no capítulo 4, verso 13, estimula seus leitores enfaticamente, exortando-os e apresentando uma motivação decisiva e de relevo inconteste para isto: “… alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando”.

No entanto, esta é uma ordenança divina cujo atendimento à primeira vista pode parecer estar fora do nosso alcance quando as circunstâncias da vida nos são muito dolorosas. Apesar disso ela pode ser obedecida mesmo em meio a conflitos, adversidades, pandemias e privações de qualquer ordem, porque não depende de circunstâncias que a favoreçam, como bem-estar, vitórias, prazeres, comidas, bebidas, honrarias ou quaisquer condições mundanas, e sim de estarmos na presença de Cristo Jesus, que nos revela em Mateus 28.20 o segredo do nosso contentamento autêntico e eterno, ao assegurar: “… eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”!

Sim, a bênção da alegria suprema nos pertence porque o Espírito Santo habita em nós desde que nos convertemos, e devemos nos regozijar porque na segunda vinda de Cristo desfrutaremos do nosso Senhor em toda a plenitude, pois Ele vem para cumprir Seu soberano propósito expresso nesta alentadora certeza de Paulo em Romanos 8.18: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.”

É fundamental sabermos que Jesus espera que, como Seus seguidores, expressemos a todos, em toda a circunstância e lugar, um espírito magnânimo que, a despeito de todas as inconveniências, riscos e perigos, manifesta-se por meio de um agir e pensar desinteressado, generoso e longânime que visa exclusivamente servir, e não ser servido, e esta é outra fonte perene de alegria.

A alegria também expulsa a ansiedade, mal que aflige a tantos nos dias atuais. Se estamos em Cristo, seria uma gigantesca e inaceitável incoerência andarmos ansiosos por qualquer coisa, pois isto revelaria uma falta de confiança nEle claramente incompatível com a alegria de sermos Seus, de podermos a qualquer momento ter acesso ao Pai e a Ele peticionarmos através das nossas orações, intercessões e súplicas, nunca deixando de manifestar nossa gratidão por tudo o que Ele faz.

Portanto, a oração é um antídoto poderoso contra a ansiedade, por isso o apóstolo em 1 Pedro 5.7  nos exorta para que oremos sem cessar “… lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

Assim procedendo toda a ansiedade nos abandonará e a paz inexcedível de Cristo, que transcende nossa humana compreensão, inundará nossos corações e mentes, fazendo ecoar em nossas almas a belíssima oração de Paulo em Efésios 3.18-19, quando ora por seus discípulos rogando que “… habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”.

Sabemos quão fácil é nos deixarmos desalentar quando passamos por difíceis provações, mas o exemplo de Paulo, que se encontrava preso nas mais deploráveis condições de uma terrível prisão romana ao escrever estas palavras de encorajamento tão admiráveis, é um paradigma que devemos buscar incorporar à nossa vida, pois mostra que nossa atitude interior não precisa obrigatoriamente refletir as circunstâncias exteriores que eventualmente nos cerquem.

O que alimentava o regozijo do apóstolo era saber que – não obstante o contexto em que estava inserido naquele momento – Jesus Cristo encontrava-se ao seu lado, e em Sua Segunda Vinda, Paulo, tal como nós, desfrutaremos dEle em toda a Sua completude, quando então se cumprirão todas as Suas maravilhosas promessas.

O mundo define paz como um estado ou clima de tranquilidade que implica na ausência de perturbações, de conflitos ou de agitações. No plano pessoal, considera-se paz um estado de espírito equilibrado, sereno, isento de ira e de todo e qualquer sentimento negativo, o que é largamente almejado por quase todos, que muitas vezes a buscam nos ensinamentos sobre pensamentos positivos e bons sentimentos, nas viagens prazenteiras ou no aconselhamento de “gurus”.

Mas a verdadeira e permanente paz só pode ser encontrada em Jesus Cristo, o Príncipe da Paz proclamado por Isaías 9.6 e que em João 14.27 nos abençoa com a Sua paz transcendente, incomparável, imutável e eterna, que concede graciosa e misericordiosamente aos que nEle creem, anunciando-a assim: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

O Messias traz a paz em seu sentido mais amplo e completo, e nós podemos conhecê-la e um dia o mundo todo a experimentará, porque como Rei, Ele cria a paz em Seu Reino, ordena-a e preserva-a. Ele é a nossa paz, o doador de todo bem, de toda a paz profunda e incessante que é a bênção maior derramada hoje e sempre sobre todos os Seus súditos.

Com a paz inefável de Cristo Jesus desaparece todo o temor pelo presente e pelo futuro, desde que a aceitemos e permitamos que o Espírito Santo nos plenifique com ela, e embora o pecado, a insegurança, o medo e a dúvida provinda das forças malignas nos assediem constantemente, Paulo, em Romanos 8.31, dissipa qualquer incerteza e temor que possa vir a nos assaltar, afiançando de forma irretorquível: Se Deus é por nós, quem será contra nós?”.

Senhor Amado, permite que em todos os dias de nossa vida a Tua paz que começa na Tua graça e procede da certeza de nossos pecados perdoados, da vida eterna ao Teu lado e da reconciliação conTigo, nos confiram a alegria e a paz sublimes que não há bem terreno que possa pagar, e que não se extingue jamais, porque a sua dimensão ilimitada, provinda do Teu amor incondicional, é dada por Ti, ó Pai Eterno. É em nome do nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo que gratos assim oramos. Amém.

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