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PERDÃO

Os nossos reis, os nossos líderes, os nossos antepassados, todos nós temos pecado contra ti, ó SENHOR, e por isso estamos envergonhados. Mas tu és misericordioso e estás pronto para nos perdoar, mesmo quando nos revoltamos contra ti. Daniel 9.8-9 (NTLH)

 

 

 

 

Na magnífica e persistente oração de Daniel por seu povo constatamos que em sessenta e oito anos de espera o profeta não havia perdido a esperança, e então orou a Deus com determinação, insistência e humildade, associando-se aos pecados do povo e confessando-os. Também nós, em nossas orações diárias, devemos confessar não só os pecados cometidos, mas também a nossa fé em Deus, declarando nossa total sujeição a Ele e o arrependimento pelas iniquidades cometidas, certos de que a misericórdia divina haverá de se manifestar em nosso favor por meio da graça do perdão.

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PERDÃO

Em meados do século XVIII missionários morávios, – originários da Morávia, parte mais oriental da República Tcheca, – que estavam empenhados em evangelizar os esquimós, depararam-se com uma dificuldade insuspeitada que colocava um enorme desafio para a sua missão. Não havia na linguagem deles, o inuíte, uma palavra que significasse perdão, conceito que para eles era desconhecido. Depois de muita oração, estudo, pesquisa e discussões, a saída encontrada foi cunhar uma nova palavra que fosse composta por outras já existentes e por eles conhecidas, ou seja, um neologismo. E então surgiu a palavra impronunciável issumagijoujungnainermik que, se traduzida para o português significaria “não-pensar-sobre-isso-nunca-mais”, o que expressa fielmente o sentido de perdoar: ela não afirma que a ofensa seria esquecida, mas sim que não seria mais levada em conta.

 

Todos nós, em determinadas ocasiões, sofremos ofensas e injustiças, e a cada revés nos sentimos feridos e menosprezados. Qual tem sido a nossa reação? Humana, de revolta, indignação e raiva? Ou reagimos de acordo com o que Deus nos exorta em Efésios 4.1-2, 32: Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, (…) sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou?

 

Esta atitude, desconforme com a conduta que o mundo comumente adota, pode fazer toda a diferença em nossa vida, pois quando somos desobedientes aos Seus mandamentos e pecamos contra Ele, da mesma forma que ao fazermos algum tipo de mal a outra pessoa, pecamos não apenas contra o próximo, mas principalmente contra Deus, sendo então merecedores da Sua ira, como Davi confessa no Salmo 51.4: Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.

 

Contudo, contrariando toda a lógica terreal, a ilimitada misericórdia do Senhor sempre nos alcança, e Ele perdoa todas as nossas transgressões, portanto, que direito teríamos de recusar o perdão a outrem? Se Ele perdoa até nosso ofensor, que é o ofensor dEle também, quem somos nós para não fazermos o mesmo? Nossos pecados contra Deus são infinitamente maiores e mais numerosos que os pecados que qualquer pessoa poderia intentar contra nós, por isso nosso dever é perdoar sempre, como Jesus ensina em Lucas 17.3-4: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe”.

 

O perdão é vital no cristianismo, é uma das maiores virtudes cristãs e não houvesse sua ação amorosa, purificadora, mitigadora e balsâmica, a doutrina cristã não existiria, pois sem perdão como seria possível amar verdadeiramente o nosso próximo? Se Jesus – que reiteradas vezes nos Evangelhos ensinou-nos a perdoar como Ele próprio nos perdoou – é o nosso modelo em tudo, e assemelharmo-nos a Ele é nosso alvo, como poderíamos deixar de obedecer-Lhe e imitá-Lo nesta questão? Estaremos orando de forma hipócrita a oração que Ele nos ensinou, na passagem de Lucas 11.4 rogando: “… perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve…”? E que se complementa em Mateus 6.14-15, quando o Mestre ensina que “… se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”?

 

Entretanto, como amar e perdoar nossos inimigos como o fazemos a nós próprios? Em primeiro lugar amar nossos inimigos não é o mesmo que considerá-los boas pessoas, e perdoá-los não significa concluir que afinal não são tão maus assim, quando na verdade são. Os mestres da antiguidade já diziam que devemos odiar as más ações de um homem, porém que não devemos odiar ao próprio homem, ou seja, podemos odiar ao pecado, mas não ao pecador. Se observarmos com isenção, verificaremos que é exatamente assim que agimos a nosso próprio respeito. Ainda que abominemos nosso egoísmo, intolerância, desamor, vaidade, covardia, continuamos nos amando, o que não quer dizer que tanto nosso inimigo quanto nós próprios não devamos estar sujeitos a algum tipo de punição – porém sempre cuidando para que nenhum sentimento de ódio ou de vingança se alojem em nosso coração.

 

Desta forma, o que a Palavra de Deus quer dizer com o amor ao próximo é que devemos desejar o seu bem, sem ter que necessariamente sentir afeto por ele ou considerá-lo agradável, bom e gentil quando não é; significa amá-lo, apesar de que esteja longe de ser amável. Mas então devemos nos perguntar: seríamos nós mesmos – pelos nossos próprios padrões de avaliação – pessoas dignas de serem amadas? Ou será que cada um ama a si próprio egoisticamente, simplesmente porque trata-se de si mesmo, porque para cada indivíduo não existe ninguém mais importante do que ele próprio?

 

Acima de tudo, porém, apesar de sermos como somos, Deus nos ama incondicionalmente, e só nEle podemos confiar de forma irrestrita, como Charles Haddon Spurgeon certa vez disse: “Tenho pregado o evangelho de Cristo por muitos anos e jamais conheci alguém que tenha confiado em Cristo e pedido perdão pelos seus pecados e Ele o tenha lançado fora. Nunca encontrei um só homem que tivesse sido recusado por Jesus. Tenho conversado com mulheres às quais Ele restituiu a pureza primiti­va, com bêbados a quem Ele livrou dos hábitos vis, e com outros culpados de horríveis pecados que se tornaram puros como crianças. Sempre ouço a mes­ma história: ‘Busquei o Senhor e Ele me ouviu; lavou-me no seu sangue e es­tou mais branco do que a neve’”!

 

Senhor Amado, Tu nos concedeste o novo nascimento em Cristo porque nos perdoaste de todos os pecados, iniquidades e transgressões, e sabemos que perdoar é um mandamento Teu, que não depende de nosso sentimento, de nossa racionalização ou de nossa vontade. Nós Te louvamos porque estávamos perdidos, condenados à morte eterna, e Tu nos chamaste para esta nova vida onde amar e perdoar são expressões máximas do Teu amor e da Tua misericórdia. Ajuda-nos, ó Pai, a perdoar e a amar ao nosso próximo incondicionalmente como Tu o fizeste, porque não temos o direito de reter esta graça com a qual tanto nos abençoas. No nome santo de Jesus Cristo. Amém.

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PERDÃO

“Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”.  Mateus 6.14-15 (NVI)

 

 

 

 

Deus nos ordena perdoar a todos, e essa deve ser uma decisão consciente, fruto da nossa vontade de imitar a Cristo, que nos perdoou quando éramos Seus inimigos e continua nos perdoando, apesar das nossas ofensas a Ele terem sido muito mais graves do que as cometidas por outras pessoas contra nós. Mas consideremos hoje que ainda há outras fortes razões para concedermos perdão: só ele pode interromper o ciclo da culpa, da dor, da falta de graça; só ele pode contribuir para a transformação do culpado; só ele coloca o perdoador no mesmo nível do perdoado, mostrando que ambos não são tão diferentes um do outro…

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