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POR QUE ESTAMOS NO MUNDO?

Ao longo dos séculos cientistas ateus têm buscado resposta para a questão Por que estamos no mundo?, sem chegar a qualquer conclusão ou teoria minimamente aceitável. Enquanto isso, para aqueles que creem em Deus como o Supremo Criador de tudo o que existe, há um propósito divino para termos sido criados. Para responder de forma cabal a essa questão, o Catecismo Maior de Westminster, formulado pela Assembleia de Westminster no século XVII como um símbolo da fé cristã reformada, na pergunta 1 questiona: Qual é o fim supremo e principal do homem?, e então responde: O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.

 

E as referências bíblicas que comprovam tal afirmativa encontram-se em várias passagens das Escrituras de forma abundante, das quais estes são apenas alguns exemplos:

 

Apocalipse 4.11, mostra que tudo foi criado por Deus para o Seu gozo, e somente Ele deve ser adorado na terra e no céu: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”;

 

Em Colossenses 1.16-17, Paulo explica que tanto o mundo espiritual quanto o físico foram concebidos por Deus e estão sob a Sua divina autoridade: “… pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele”;

 

É Paulo também que, agora em Romanos 11.36, afirma que todas as coisas existem por intermédio de Deus e para Deus: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”;

 

Na carta aos Efésios 2.10, o apóstolo é definitivo nesta assertiva peremptória: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”;

 

Em 1 Coríntios 10.31 ele estabelece que é nosso dever glorificar a Deus em tudo o que fazemos: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”;

 

O salmista Asafe, no Salmo 73.24-28 nos ensina como glorificá-lO e gozá-lO para sempre: “Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos”;

 

Em João 17.21-24 em Sua oração sacerdotal, Jesus revela que o nosso supremo destino é gozar a Deus em glória: “… a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”.

 

Assim, é fundamental que o amor de Deus permeie nossas vidas de tal maneira e com tal constância que tudo o que fizermos seja para a Sua glória. Por isso devemos estar sempre atentos, perguntando-nos a cada momento e a cada passo que dermos: o que estou fazendo é para a glória de Deus? Como posso glorificar a Deus por meio disto que estou realizando?

 

Por outro lado, a Palavra de Deus comprova em inúmeros momentos que Ele deseja que prosperemos, desde que O obedeçamos e O temamos, como em 1 Crônicas 22.12-13 Davi, já no final da vida, sabiamente instruiu a seu filho Salomão que iria sucedê-lo como rei de Israel: “Então, prosperarás, se cuidares em cumprir os estatutos e os juízos que o Senhor ordenou a Moisés acerca de Israel; sê forte e corajoso, não temas, não te desalentes”. E é ainda o próprio Davi no Salmo 25.12-13 que mostra que “Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher. Na prosperidade repousará a sua alma, e a sua descendência herdará a terra”.

 

Mas o que significa temer a Deus? É reconhecê-lO pelo que Ele é: Santo, Todo-Poderoso, Reto, Puro, Onisciente, Sábio, Pai de Amor e de Graça. Vendo-O como é e comparando-nos a Ele não podemos deixar de admitir como somos vis pecadores, imperfeitos, pequenos, frágeis, carentes, e então só resta prostrarmo-nos contritos e humilhados a Seus pés, rogando por Sua misericórdia.

 

Sim, Deus deseja que prosperemos enquanto estamos no mundo, em especial no que toca ao espírito, e é paradoxal que o caminho para a prosperidade passa pela obediência e não pela rebeldia, pelo dar mais que pelo receber, pelo servir mais do que pelo ser servido. E Jesus repetiu várias vezes a imutável verdade eterna que prosperamos não sendo egocêntricos, acumuladores, mas por Sua causa e pela do próximo, doando-nos, como em Mateus 10.39: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”. Assim agindo, o que parece um sacrifício transforma-se em alegria, dando-nos uma satisfação incomparável, pois ser veículo da graça para alguém traz enriquecimento tanto a nós quanto a quem recebe.

 

Philip Yancey em seu livro O Eclipse da Graça, afirma: “A boa-nova do evangelho significa que cada um de nós tem um senso de destino, um papel a desempenhar na grande história de Deus. Somos mais que um conjunto de neurônios, mais que um organismo orientado por um programa de genes egoístas. Um recepcionista, um motorista de caminhão, um professor de jardim de infância, um pai ou uma mãe trabalhando em casa podem realizar esse destino: não adotando padrões de riqueza e fama, mas amando a Deus e ao próximo. É a diferença entre simplesmente viver e viver para Deus. Por que estamos aqui? Bem, todos estamos aqui por causa do amor do Criador, que visa tanto a nossa prosperidade quanto a nossa retribuição de amor e gratidão. “Procurem descobrir quais são as coisas que agradam o Senhor”, disse Paulo aos efésios (Efésios 5.10, NTLH). Estamos aqui para agradar a Deus. Agrada a Deus nos ver prosperar, e nós prosperamos vivendo como Deus planejou”.

 

A pessoa sem Deus enxerga a vida atual apenas como um fim em si mesma, enquanto que ao cristão Jesus abriu os olhos para uma percepção existencial infinitamente mais ampla e rica espiritualmente: a vida que ora vivemos é apenas um esperançoso exercício, uma preparação essencial para a verdadeira e eterna vida, ao dizer à mulher samaritana junto à fonte de Jacó, em João 4.13-14: “…Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”.

 

É dessa forma que Paulo entregou-se por inteiro às boas novas que Jesus veio trazer, o que, de várias maneiras tornou a sua vida muito mais difícil, expondo-o a tribulações as mais diversas, tais como ameaças de morte, espancamentos, perseguições, prisões, fugas penosas, porém embora oprimido, guardava uma perspectiva de esperança irremovível, que confessou confiante a seus discípulos em 2 Coríntios 4.16-18: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”.

 

C. S. Lewis, em seu livro Cristianismo Puro e Simples, traz na página 178 esta relevante avaliação sobre a esperança do cristão: “A esperança é uma das virtudes teológicas. Isso quer dizer que (ao contrário do que o homem moderno pensa) o anseio contínuo pelo mundo eterno não é uma forma de escapismo ou de autoilusão, mas uma das coisas que se espera do cristão. Não significa que se deve deixar o mundo presente tal como está. Se você estudar a história, verá que os cristãos que mais trabalharam por este mundo eram exatamente os que mais pensavam no outro mundo”, e mais adiante, na página seguinte, finaliza alertando: “Se você aspirar ao céu, ganhará a terra ‘de lambuja’; se aspirar a terra, perderá ambos”.

 

A Palavra de Deus, que em tantos momentos da nossa vida tem sido fonte de consolo, graça e força concedidos por suas tão maravilhosas e alvissareiras promessas, traz-nos grande conforto na passagem que está em Jeremias 29.11, complementada por João 16.33 e por 1 Coríntios 2.9: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. (…) como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”.

 

Senhor Deus, Amado Pai, Te louvamos e agradecemos por teres nos escolhido para Te servir, adorar e glorificar, antes mesmo dos tempos eternos. Te bendizemos Senhor Nosso porque Tens um propósito para nós, expresso cabalmente ao longo das páginas das Escrituras Sagradas, donde irrompe de forma magnífica a razão essencial da nossa vida no mundo, que é amar-Te e termos um relacionamento conTigo por meio de Teu Filho, Jesus Cristo. Sabemos, Senhor, que só assim poderemos agradar-Te, porque Tu nos criaste por Teu amor, para o Teu prazer e a Tua glória, e assim Te rogamos que nos ajude a tudo fazermos para que esse desiderato seja alcançado. Em nome de Jesus, contritos e agradecidos, fazemos esta oração. Amém.

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