PRECIOSA PROMESSA
Deus jamais promete algo que não venha a realizar, nem estimula esperança que não cumpra, e assim por toda a Bíblia vemos homens de Deus, heróis da fé, confessando a extraordinária fidelidade do Senhor a tudo o que diz que fará, como Moisés em Números 23.19, ao declarar que “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?”.
No passado eterno Deus concebeu Seu maravilhoso plano de salvação, que implicava em resgatar-nos de um fim tenebroso, – pecadores culpados que somos, – por meio do sacrifício substitutivo de Seu único e amado Filho, e isto se deu não apenas antes de nascermos, mas em um tempo anterior à própria eternidade, para cumprir-se um propósito Seu, como Paulo em 2 Timóteo 1.9 afirma que aconteceu “… conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos…”.
Deus é o amor, a graça e a bondade personificados, por isso nunca nos abandonará e nos conduzirá até o final da nossa jornada, cumprindo de forma completa e perfeita todas as Suas promessas para nós, como Jó 42.2 assegura. E elas são para toda a nossa vida: algumas preparou para o presente, enquanto outras esperam o tempo oportuno para serem cumpridas. Mas é preciso que creiamos nelas sem duvidar, e supliquemos ao Pai por sua realização por meio de Jesus Cristo, para então vermos a mão do Senhor estendida levando-as a efeito amorosamente, porque tudo pode falhar, porém a Sua Palavra jamais será frustrada.
E é dessa forma que devemos tomar para nós a preciosa promessa que o Senhor fez por intermédio do profeta Isaías 46.3-4 sobre a nossa jornada terreal: “Ouvi-me (…) vós, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braços desde o ventre materno. Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei”.
Vamos agora examinar sucintamente em que consiste a promessa preciosa de Deus contida nesta passagem:
1. Ele nos leva nos braços desde o ventre materno.Davi louva a Deus no Salmo 139.13, assombrado reconhecendo que “… tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe”, e assim, por meio da nossa concepção física, Deus estava dando sequência a um propósito glorioso, poderoso e bem definido, que Paulo destaca em Efésios 1.4, ao afirmar que Deus “… nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele…”.
2. Ele nos sustenta, guarda e dirige desde o nosso nascimento.
No Salmo 71, que tem como título Súplicas de um Ancião, o idoso salmista anônimo no verso 6 louva ao Senhor pelo cuidado vitalício para com ele: “Em ti me tenho apoiado desde o meu nascimento; do ventre materno tu me tiraste, tu és motivo para os meus louvores constantemente”. Quantas bênçãos, livramentos e curas podemos lembrar que Deus nos concedeu a começar em nossa infância? Ora, se a graça do Senhor sempre operou em nós desde a mais tenra meninice, não há razão para temermos o desamparo ao chegarmos à idade mais avançada.
3. Ele é o mesmo em nossa velhice.
Como canta o salmista no Salmo 102.25-26, “Em tempos remotos, lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces; todos eles envelhecerão como uma veste, como roupa os mudarás, e serão mudados”. Tal como a terra e os céus, nós também envelhecemos e vamos mudando, mas podemos confiar na graça infinda do Senhor Jesus, que, como Paulo assegura em Filipenses 3.21, “… transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas”.
4. Ele promete nos carregar até depois que nossos cabelos branquearem.
Algumas vezes nós balançamos entre a fé e o medo do futuro, como o salmista idoso no Salmo 71 que, após ter manifestado de início tanta confiança no Senhor, no verso 9 surpreendentemente mostra fraqueza e insegurança, suplicando então a Deus: “Não me rejeites na minha velhice; quando me faltarem as forças, não me desampares”. Mas ele esquecia que o Senhor em Deuteronômio 31.6 já havia exortado e prometido: “Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis (…) porque o SENHOR vosso Deus (…) não vos deixará, nem vos desamparará”.
5. Ele tem feito tudo isso ao longo de nossa vida.
No tão conhecido Salmo 23, Davi comprova que somos ovelhas do pastoreio do Senhor, a quem Ele cuida por toda a nossa vida com divino desvelo, ao afirmar confiante: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará”.
6. Ele nos conduz por Seus caminhos perfeitos.
Deus promete estar sempre conosco e guiar-nos a cada passo que dermos, como fez com o povo de Israel durante a peregrinação pelo deserto, assegurando por meio do profeta Isaías 42.16: “Guiarei os cegos por um caminho que não conhecem, fá-los-ei andar por veredas desconhecidas; tornarei as trevas em luz perante eles e os caminhos escabrosos, planos. Estas coisas lhes farei e jamais os desampararei”.
7. Ele nos sustenta em tudo o que necessitamos.
O Criador também nos tranquiliza mais uma vez em Isaías 41.10, exortando: “… não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel”. Jesus, no Sermão do Monte, serenou os corações das multidões que O ouviam, e acalma os nossos com Suas palavras em Mateus 6.26, quando chama a atenção dos Seus: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?”.
8. Ele nos salva!
Por maior que seja o temor que tenhamos do desconhecido, do mundo ameaçador que nos cerca, de sermos abandonados por aqueles que amamos, das enfermidades e da morte, somente venceremos nossos medos por meio da luz libertadora do nosso Salvador. E Ele está permanentemente pronto a nos salvar, basta que temamos só a Ele e a Ele invoquemos com toda a alma, afirma Davi no Salmo 145.18-19: “Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva”.
Um dia, quando a humanidade de corações empedernidos padecia com os males do pecado que inevitavelmente a conduziria à destruição eterna, aprouve a Deus, pela Sua graça, enviar Seu Filho amado, Jesus Cristo, para viver entre nós com a missão de salvar-nos. E o amor incompreensível e sem medida do Pai, O fez permitir que o Filho fosse sacrificado na horrenda cruz, em lugar de pessoas como nós, que nada merecemos, a não ser a condenação que Ele assumiu em nosso lugar. E é Paulo que exorta a uma singela decisão em Romanos 10.9: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.
Salvos então estaremos para louvar o nosso Grande e Único Deus, cuja sabedoria inalcançável permite que, por Sua vontade, sigamos sendo instrumentos Seus até avançada idade, dia após dia espargindo a gratidão que nos inunda a alma, assemelhando-nos às árvores do belo poema Velhas Árvores, de autoria de Olavo Bilac, que canta:
Olha estas velhas árvores, mais belas / Do que as árvores novas, mais amigas: / Tanto mais belas quanto mais antigas, / Vencedoras da idade e das procelas…
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas / Vivem, livres de fomes e fadigas; / E em seus galhos abrigam-se as cantigas / E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade! / Envelheçamos rindo! Envelheçamos / Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade, / Agasalhando os pássaros nos ramos, / Dando sombra e consolo aos que padecem!
Senhor Amado e Bendito, não encontramos palavras que expressem a imensa gratidão que sentimos no coração por tudo o que Tens feito em nós e por nós ao longo de nossa vida. Mas Tu tens cuidado de nós como a menina de Teus olhos, e sabemos que Te agradas quando confiamos em Ti e cremos nas Tuas preciosas promessas, por isso queremos declarar-Te nossa fidelidade irrestrita, não importam as circunstâncias que vivemos, pois Tu nos concebeste como árvores abençoadoras, que proveem sombra, abrigo e refúgio aos que sofrem por não Te conhecerem. É no nome santo, magnífico, incomparável de Jesus que assim oramos com profunda gratidão. Amém.
7 de maio de 2022
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